terça-feira, 3 de outubro de 2023

Quando o povo quer, não tem quem atalhe

O título desta matéria ostenta um ditado popular muito usado pelos mais velhos, quando queriam definir algo que caía no gosto popular. No mais das vezes, esse termo era usado em referência às coisas da política. Quando um candidato se apresentava competitivo por haver caído na graça do povo, esse ditado era divulgado às largas. É bem verdade que na política, nada está definitivamente posto. Como dizia o mineiro, Magalhães Pinto: política é como as nuvens do céu, você olha uma vez e, quando torna a olhar, está tudo diferente. Os métodos para uma leitura eficiente são inexplicáveis porque os componentes que provocam as reações populares são muito imprevisíveis. É a sabedoria do povo quem manda.

É o que está acontecendo em Princesa, neste momento. Logo após o fechamento das urnas do ano passado, a eleição para a escolha do prefeito em 2024 era tida como pule de 10 para o grupo liderado por Nascimento. Hoje, a coisa se apresenta diferente. Em face da robustez da oposição, há quem diga, lá nas hostes do prefeito que, “o buraco é mais em baixo”. Com a união das duas principais lideranças da oposição, representadas por doutor Aledson e por Sidney Filho, somado à chegada de Rúbia Matuto para complementar esse grupo, a coisa vem tomando outro rumo. Com a perspectiva de vitória e um notório sentimento de mudança, a sucessão hoje, é uma incógnita.

Em Princesa, isso já aconteceu. Em 2000, com a candidatura de doutor Sidney para prefeito, ninguém acreditava numa vitória deste contra o então prefeito Assis Maria. Era tanto, que ninguém queria ser candidato a vice-prefeito na chapa do doutor. Abertas as urnas, a oposição venceu por quase mil votos de maioria, e Sidney, foi reeleito com a maior maioria já registrada nas eleições aqui acontecidas (2.808 votos). Já em 2008, houve uma reversão total quando Thiago Pereira tirou essa maioria e derrotou o candidato do doutor por 426 votos. Essa, no entanto, não é uma situação exclusiva de Princesa. Ano passado, nas eleições presidenciais, vimos um presidente, candidato à reeleição – mesmo usando a ”máquina” de forma inescrupulosa - ser derrotado nas urnas.

Como vimos, nada em política é eterno ou definitivo. Os humores do povo mudam ao sabor dos ventos. Aqui em Princesa, onde até há pouco tempo existiam duas facções políticas tradicionais: “Diniz” e “Pereira”, hoje, isso é coisa do passado. Ninguém mais tem partido, tampouco fidelidade a grupo político algum. Filhos não obedecem mais aos pais quanto ao voto. Os que votaram num candidato numa eleição não necessariamente repetem o voto na seguinte. Acabou-se o voto de cabresto, a porteira dos currais eleitorais foram abertas, o gado saiu e, esse gado, não aceita mais o ferrão de ninguém. Quando o povo quer, não tem quem atalhe.



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