quarta-feira, 28 de agosto de 2024

A estátua de Epitácio Pessoa

Em 1923, o coronel José Pereira Lima mandou esculpir em bronze, pelo artista recifense Bibiano - às suas expensas -, uma estátua do ex-presidente da República, Epitácio Pessoa. De corpo inteiro, a estátua foi erguida num pedestal na praça que leva o nome do homenageado e que fica em frente ao palacete dos “Pereira” em Princesa.  Desde cedo, esse monumento causou polêmica. Primeiro, quando o próprio Epitácio, ainda vivo, em carta enviada ao coronel recomendou que desistisse da intenção e que usasse os recursos dispendidos na empreitada, em ações que beneficiassem a população pobre. Em resposta à missiva do ex-presidente, Zé Pereira alegou que a estátua já estava pronta e que seria entronizada em homenagem ao seu ilustre amigo.

O segundo quiproquó deu-se quando Nominando Muniz Diniz (“seu” Mano) – adversário figadal do coronel -, ao assumir as rédeas do poder em Princesa, em 1930, na qualidade de prefeito nomeado, editou um Decreto em 3 de novembro de 1930, que foi publicado no jornal A União, “municipalizando” a estátua. O monumento em tela, que já completa mais de 100 anos e que, em 1930 foi testemunha das escaramuças entre o coronel e o presidente João Pessoa, está até hoje exibido no mesmo local e faz-se de significativa importância por ser a única estátua, de corpo inteiro, do ex-presidente, exposta num logradouro público no Brasil. Nem a cidade que leva o nome do ex-presidente, em São Paulo, tampouco a cidade de João Pessoa, capital do nosso Estado, possui monumento similar.



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