O presidente Jair
Bolsonaro se encontra entre duas situações constrangedoras. A primeira, criada
pelo seu filho mais velho, Flávio Bolsonaro, a quem chama de “Número Um”,
quando, envolvido em suspeitas de divisão ilícita (rachadinha) de dinheiro
público com servidores da ALERJ – Assembleia Legislativa do Estado do Rio de
Janeiro está sendo investigado pelo Ministério Público daquele Estado. A
segunda situação foi criada pelo próprio presidente, quando declarou
determinação em nomear o filho, Eduardo Bolsonaro, o “Número Dois”, embaixador
do Brasil nos Estados Unidos da América. No caso Flávio ontem, o ministro
presidente do STF – Supremo Tribunal Federal, Antônio Dias Toffoli, atendendo
solicitação da defesa do filho do presidente, determinou que informações do
COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras, não podem ser usadas em
investigações sem autorização judicial. A decisão do Ministro vem causando a
maior polêmica no meio dos Procuradores de Justiça e, consequentemente, na
imprensa sob a alegação de que essa decisão judicial, além de discricionária,
favorece à corrupção. Há até quem pergunte se, com a eleição de Bolsonaro a
Lava-Jato já cumpriu o seu papel e vem agora, sendo, pouco a pouco, desmontada.
Quanto ao caso de Eduardo, o “Número Dois”, sua indicação para o mais alto
cargo da diplomacia externa brasileira que tem como justificativa – pelo próprio
pai -, o fato de que o deputado, fala inglês e espanhol; já curtiu o frio do
estado americano do Colorado; sabe fazer hambúrguer e é amigo dos filhos do
presidente Trump, não vem convencendo a imprensa nacional, tampouco a maioria
dos senadores que deverão aprovar essa indicação. A esquisitice e o exagero
dessa iniciativa presidencial repousam na postura imperial do presidente
Bolsonaro que quer reeditar, hoje, numa democracia ocidental moderna, os
costumes das velhas monarquias da Europa, a exemplo da Rainha Vitória quando
recomendava que seus filhos e netos se casassem com os herdeiros das demais
monarquias europeias. Esse intercâmbio sanguíneo se justificava naqueles
tempos, porém, hoje não, uma vez que o que deve falar mais alto é credenciamento,
o senso de responsabilidade e a competência e não o nepotismo absolutista do
atraso.
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