quinta-feira, 18 de julho de 2019

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS ENGRAÇADAS DE PRINCESA




     A partir de hoje, estaremos apesentando neste Blog, mais uma coluna que resgatará coisas interessantes da nossa Terra. A coluna “Histórias e Estórias Engraçadas de Princesa”, trará relatos de fatos engraçados envolvendo princesenses comuns e também pessoas que por aqui passaram e ajudaram a construir a nossa cultura e o nosso folclore, tudo isso primando apenas pela informação contida de algum divertimento. Hoje, estreamos com um relato protagonizado pelo juiz doutor Archimedes e a nossa folclórica Ana “Pé de Banha”. Boa leitura!

DOUTOR ARCHIMEDES E ANA “PÉ DE BANHA”.
    
 Nos idos da década de 1960, doutor Archimedes Souto Maior foi designado juiz da Comarca de Princesa. Era um homem alto, de fisionomia austera, bem vestido e portador de um vasto bigode que trazia suas pontas cuidadosamente retorcidas. Aqui chegando, demonstrou logo ser detentor de grande autoridade. Na mesma época, circulava pelas ruas de Princesa, uma “Moça Velha” (como eram chamadas, naquele tempo, as mulheres que já com a idade um pouco avançada não haviam se casado), de nome Ana e que tinha um apelido que detestava: “Pé de Banha”. Os rapazes, filhos das famílias nobres da cidade, tinham o costume de gritar – escondidos -, os apelidos das pessoas que não gostavam de assim serem chamadas. Ana era uma delas, que se via aturdida com as constantes provocações. Certa tarde, o jovem “Pipita”, amparado numa esquina, ao ver passar a donzela solteirona, gritou: Ana “Pé de Banha!”. Esta, irritada com as corriqueiras chateações e sabedora da chegada do novo e autoritário juiz, resolveu procurá-lo para que providências fossem tomadas quanto a essa falta de respeito para com ela. Dirigiu-se ao hotel de “Dona Sinhá” – onde o juiz se hospedava -, e relatou o fato de estar sempre sendo alvo da desfeita de ser apelidada nas ruas da cidade. Doutor Archimedes escutou seu relato e, ao final, disse, calmamente: “Dona Ana, tenha paciência, pois, eu cheguei a Princesa não faz nem um mês e já estão me chamando de ‘bigode de arame’”. Ana, impotente diante daquela sucumbência judicial, deu uma rabissaca ao magistrado e saiu desbulhando impropérios contra aquele que deveria resolver seu problema e não o fez. A partir daí, passou a não ligar mais para o apelido.


(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 18 DE JULHO DE 2019).

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