ODE

quinta-feira, 18 de julho de 2019

ÊITA FILHOS QUE DÃO TRABALHO!




     O presidente Jair Bolsonaro se encontra entre duas situações constrangedoras. A primeira, criada pelo seu filho mais velho, Flávio Bolsonaro, a quem chama de “Número Um”, quando, envolvido em suspeitas de divisão ilícita (rachadinha) de dinheiro público com servidores da ALERJ – Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro está sendo investigado pelo Ministério Público daquele Estado. A segunda situação foi criada pelo próprio presidente, quando declarou determinação em nomear o filho, Eduardo Bolsonaro, o “Número Dois”, embaixador do Brasil nos Estados Unidos da América. No caso Flávio ontem, o ministro presidente do STF – Supremo Tribunal Federal, Antônio Dias Toffoli, atendendo solicitação da defesa do filho do presidente, determinou que informações do COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras, não podem ser usadas em investigações sem autorização judicial. A decisão do Ministro vem causando a maior polêmica no meio dos Procuradores de Justiça e, consequentemente, na imprensa sob a alegação de que essa decisão judicial, além de discricionária, favorece à corrupção. Há até quem pergunte se, com a eleição de Bolsonaro a Lava-Jato já cumpriu o seu papel e vem agora, sendo, pouco a pouco, desmontada. Quanto ao caso de Eduardo, o “Número Dois”, sua indicação para o mais alto cargo da diplomacia externa brasileira que tem como justificativa – pelo próprio pai -, o fato de que o deputado, fala inglês e espanhol; já curtiu o frio do estado americano do Colorado; sabe fazer hambúrguer e é amigo dos filhos do presidente Trump, não vem convencendo a imprensa nacional, tampouco a maioria dos senadores que deverão aprovar essa indicação. A esquisitice e o exagero dessa iniciativa presidencial repousam na postura imperial do presidente Bolsonaro que quer reeditar, hoje, numa democracia ocidental moderna, os costumes das velhas monarquias da Europa, a exemplo da Rainha Vitória quando recomendava que seus filhos e netos se casassem com os herdeiros das demais monarquias europeias. Esse intercâmbio sanguíneo se justificava naqueles tempos, porém, hoje não, uma vez que o que deve falar mais alto é credenciamento, o senso de responsabilidade e a competência e não o nepotismo absolutista do atraso.

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