sexta-feira, 23 de agosto de 2019

A CÂMARA MUNICIPAL DE PRINCESA



   
  A Câmara Municipal de Princesa, órgão que representa a essência da democracia no município, está instalada desde 1883. Inicialmente era chamada de “Conselho Municipal” e, desde 1936, passou a ter a nomenclatura até hoje mantida: Câmara Municipal. Seu primeiro presidente foi o senhor José Antônio Diniz (mais conhecido como Zeca Diniz, que era pai de Nominando Muniz Diniz, mais conhecido como “seu Mano”). Em 1936, com a nova designação, teve como seu primeiro presidente o professor e então vereador eleito, o senhor Adriano Feitosa Cavalcanti que, pelo seu importante contributo à vida pública princesense veio mais tarde, a Câmara de Vereadores de Princesa a ser designada, em sua homenagem, de “Casa de Adriano Feitosa”.

Atividades da Câmara Municipal

     Naquela Casa de Leis - que já completa 136 anos de atividades parlamentares -, ao longo do tempo, aconteceram muitas coisas. Proposituras importantes; brigas com exercício de “rasga bainha”; interpelações violentas e indevidas; projetos ridículos; troca de mandatos por motocicletas; dentre outros fatos que aqui citamos alguns. Quando da inauguração de Brasília, em 1960, atendendo propositura do vereador Joaquim Mariano foi aprovada pela Câmara Municipal de Princesa, uma “Moção de Aplauso” ao então presidente Juscelino Kubitschek referindo-se ao chefe da Nação como “grande vulto nacional”; na década de 1940 aquela Casa de Leis aprovou a mudança do “cabaré”, da Rua Conrado Rosas para a Rua da Lapa; em 1949, por ocasião do falecimento do coronel José Pereira Lima, a Câmara, comandada por maioria de vereadores ligados ao grupo “Diniz”, negou apoio a uma “Moção de Pesar” pela morte do grande líder princesense (em face dessa recusa, Alcides Carneiro, em visita a Princesa, proferiu discurso em praça pública, quando disse: “Combateram José Pereira morto, já que com ele vivo não puderam”.); em 1989 foi concedido um Título de Cidadã Princesense à então prefeita de São Paulo, a paraibana Luiza Erundina, que se recusou a vir recebê-lo; em 2002 foi aprovada uma “Moção de Aplauso” à única pizzaria existente em Princesa sob o pretexto de ser ali, servida a melhor pizza da cidade; nos anos 90, um vereador apresentou um projeto de lei para ser instalado, na principal praça da cidade, um “isqueiródromo” para que populares pudessem acender, tranquila e confortavelmente seus cigarros.

A “Casa de Adriano Feitosa”, hoje

     Esses fatos - alguns hilários -, acima descritos demonstram como a democracia permite a versatilidade de comportamentos e até o abuso da confiança popular. Porém, apesar de tudo, a Câmara Municipal - hoje comandada pela presidente Gracinalda Domingos da Silva Morais -, em que pese com pífia atuação parlamentar, continua impávida em sua função de legislar mesmo observando-se que, diferente de tempos passados, o Poder Legislativo Municipal se encontra, hoje, de joelhos diante da vontade do chefe do Poder Executivo que, de forma inescrupulosa aumentou o número de vereadores de sua base de sustentação, o que foi feito de forma não muito republicana. Tudo bem, o problema não é do povo, pois este vota confiando no caráter de seus futuros representantes e, depois, se decepciona com certos comportamentos. Isso me faz lembrar-se de uma frase de um discurso do presidente da República, o paraibano Epitácio Pessoa, em 1930, quando disse: “Há homens que por dinheiro tudo sacrificam menos a honra, porque não a possuem”. No próximo ano, o Poder Legislativo de Princesa será renovado pelas urnas, oportunidade em que a população poderá chamar o feito à ordem e corrigir as posições defeituosas que ali possam existir.

(Escrito por Domingos Sávio Maximiano Roberto, em 23 de agosto de 2019).

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