A Câmara Municipal
de Princesa, órgão que representa a essência da democracia no município, está
instalada desde 1883. Inicialmente era chamada de “Conselho Municipal” e, desde
1936, passou a ter a nomenclatura até hoje mantida: Câmara Municipal. Seu primeiro
presidente foi o senhor José Antônio Diniz (mais conhecido como Zeca Diniz, que
era pai de Nominando Muniz Diniz, mais conhecido como “seu Mano”). Em 1936, com
a nova designação, teve como seu primeiro presidente o professor e então
vereador eleito, o senhor Adriano Feitosa Cavalcanti que, pelo seu importante
contributo à vida pública princesense veio mais tarde, a Câmara de Vereadores
de Princesa a ser designada, em sua homenagem, de “Casa de Adriano Feitosa”.
Atividades da Câmara Municipal
Naquela
Casa de Leis - que já completa 136 anos de atividades parlamentares -, ao longo
do tempo, aconteceram muitas coisas. Proposituras importantes; brigas com
exercício de “rasga bainha”; interpelações violentas e indevidas; projetos ridículos;
troca de mandatos por motocicletas; dentre outros fatos que aqui citamos
alguns. Quando da inauguração de Brasília, em 1960, atendendo propositura do
vereador Joaquim Mariano foi aprovada pela Câmara Municipal de Princesa, uma
“Moção de Aplauso” ao então presidente Juscelino Kubitschek referindo-se ao
chefe da Nação como “grande vulto nacional”; na década de 1940 aquela Casa de
Leis aprovou a mudança do “cabaré”, da Rua Conrado Rosas para a Rua da Lapa; em
1949, por ocasião do falecimento do coronel José Pereira Lima, a Câmara,
comandada por maioria de vereadores ligados ao grupo “Diniz”, negou apoio a uma
“Moção de Pesar” pela morte do grande líder princesense (em face dessa recusa,
Alcides Carneiro, em visita a Princesa, proferiu discurso em praça pública,
quando disse: “Combateram José Pereira
morto, já que com ele vivo não puderam”.); em 1989 foi concedido um Título
de Cidadã Princesense à então prefeita de São Paulo, a paraibana Luiza Erundina,
que se recusou a vir recebê-lo; em 2002 foi aprovada uma “Moção de Aplauso” à
única pizzaria existente em Princesa sob o pretexto de ser ali, servida a
melhor pizza da cidade; nos anos 90, um vereador apresentou um projeto de lei
para ser instalado, na principal praça da cidade, um “isqueiródromo” para que
populares pudessem acender, tranquila e confortavelmente seus cigarros.
A “Casa de Adriano Feitosa”, hoje
Esses fatos -
alguns hilários -, acima descritos demonstram como a democracia permite a
versatilidade de comportamentos e até o abuso da confiança popular. Porém, apesar
de tudo, a Câmara Municipal - hoje comandada pela presidente Gracinalda
Domingos da Silva Morais -, em que pese com pífia atuação parlamentar, continua
impávida em sua função de legislar mesmo observando-se que, diferente de tempos
passados, o Poder Legislativo Municipal se encontra, hoje, de joelhos diante da
vontade do chefe do Poder Executivo que, de forma inescrupulosa aumentou o
número de vereadores de sua base de sustentação, o que foi feito de forma não
muito republicana. Tudo bem, o problema não é do povo, pois este vota confiando
no caráter de seus futuros representantes e, depois, se decepciona com certos
comportamentos. Isso me faz lembrar-se de uma frase de um discurso do
presidente da República, o paraibano Epitácio Pessoa, em 1930, quando disse: “Há homens que por dinheiro tudo sacrificam
menos a honra, porque não a possuem”. No próximo ano, o Poder Legislativo
de Princesa será renovado pelas urnas, oportunidade em que a população poderá
chamar o feito à ordem e corrigir as posições defeituosas que ali possam
existir.
(Escrito por Domingos Sávio Maximiano
Roberto, em 23 de agosto de 2019).
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