quinta-feira, 27 de maio de 2021

A BANALIDADE DA VIDA

 



Nesse tempo de Pandemia, em que convivemos diariamente com a morte, percebemos quão banal é a vida e quão efêmero é o sentimento da perda. A maldita Covid-19, com a qual estamos sendo obrigados a conviver há mais de um ano, ceifa vidas com muito mais celeridade do que uma guerra. De forma indiscriminada, mata a todos em todos os cantos do mundo. Quando paramos para pensar, percebemos que em nós, já aflora um sentimento de banalidade com relação às mortes como se fora isso normal. A foice da morte tem funcionado de forma tão rápida que, quando começamos a lamentar o desaparecimento de um ente querido (amigo, parente ou simplesmente conhecido), já outro morre, nos tirando o foco da vítima anterior. Não tem dado tempo sequer de produzir lágrimas específicas, elas agora são comunitárias. Se agrava essa situação macabra quando percebemos que não há luz no fim do túnel. Deparamo-nos, no início do ano passado com o advento da doença; logo em seguida veio a chamada “segunda onda” e, agora, quando apenas 20% dos brasileiros estão vacinados (inoculados de um imunizante sem total credibilidade), já falam no começo de uma “terceira onda”. Quando isso vai acabar? Quantos mais vão morrer ainda? A nós, agora muito mais mortais do que antes, resta acostumarmo-nos com a realidade de que, avida, é mesmo banal.




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