Nesse tempo de Pandemia, em que convivemos diariamente com a
morte, percebemos quão banal é a vida e quão efêmero é o sentimento da perda. A
maldita Covid-19, com a qual estamos sendo obrigados a conviver há mais de um
ano, ceifa vidas com muito mais celeridade do que uma guerra. De forma
indiscriminada, mata a todos em todos os cantos do mundo. Quando paramos para
pensar, percebemos que em nós, já aflora um sentimento de banalidade com
relação às mortes como se fora isso normal. A foice da morte tem funcionado de
forma tão rápida que, quando começamos a lamentar o desaparecimento de um ente
querido (amigo, parente ou simplesmente conhecido), já outro morre, nos tirando
o foco da vítima anterior. Não tem dado tempo sequer de produzir lágrimas
específicas, elas agora são comunitárias. Se agrava essa situação macabra
quando percebemos que não há luz no fim do túnel. Deparamo-nos, no início do
ano passado com o advento da doença; logo em seguida veio a chamada “segunda
onda” e, agora, quando apenas 20% dos brasileiros estão vacinados (inoculados
de um imunizante sem total credibilidade), já falam no começo de uma “terceira
onda”. Quando isso vai acabar? Quantos mais vão morrer ainda? A nós, agora
muito mais mortais do que antes, resta acostumarmo-nos
com a realidade de que, avida, é mesmo banal.
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