A repercussão dos movimentos do dia 7 de Setembro em favor do
presidente Jair Messias Bolsonaro podem ter duas leituras distintas e
diferentes entre si. Para seus promotores, os bolsonaristas, foi um sucesso
absoluto quando as ruas de várias cidades foram tomadas de gente, numa adesão total
dos simpatizantes do presidente. Para o restante da população – aqueles que não
foram -, restou uma grave preocupação quanto ao conteúdo e a finalidade desse
movimento.
Ontem (08/09), todos os representantes dos demais poderes da
República se pronunciaram em desfavor do comportamento presidencial quando
este, de forma anárquica, pregou o descumprimento da ordem. Vieram a público,
nas falas dos presidentes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e
da Procuradoria Geral da República, protestos contra a quebra da ordem
democrática: “Ninguém fechará esta Casa!”,
disse o ministro Luiz Fux; “A
Constituição não será rasgada”, afirmou o presidente Arthur Lira.
O day after, para o
presidente Bolsonaro, foi por demais emblemático. E agora, presidente? O que
alimentará esse governo de agora em diante? Em face da falência da luta contra
a corrupção (rachadinha, covaxin, etc.) – carro chefe que alimentava o
bolsonarismo -, estamos diante de um governo que patina na incompetência
administrativa. A crise econômica que traz na sua esteira a alta da inflação, o
desemprego, a crise hídrica, a miséria, etc., traz no seu bojo uma incerteza
política nunca vista.
O agravamento da crise política afeta a economia desorganizando
os ativos financeiros (bolsa em queda, dólar em alta) e, o presidente, incapaz
de administrar o país, parte para o confronto saindo das “quatro linhas da
Constituição”, incitando o povo ao descumprimento da ordem num exercício de
governo da anarquia institucional, levando a Nação a quase romper a linha tênue
da constitucionalidade. Tudo isso, de forma isolada e sem o respaldo da maioria
da população, tampouco dos demais poderes. E agora, presidente? O que,
doravante, alimentará esse governo?
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