ODE

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

E agora, presidente?

A repercussão dos movimentos do dia 7 de Setembro em favor do presidente Jair Messias Bolsonaro podem ter duas leituras distintas e diferentes entre si. Para seus promotores, os bolsonaristas, foi um sucesso absoluto quando as ruas de várias cidades foram tomadas de gente, numa adesão total dos simpatizantes do presidente. Para o restante da população – aqueles que não foram -, restou uma grave preocupação quanto ao conteúdo e a finalidade desse movimento.

Ontem (08/09), todos os representantes dos demais poderes da República se pronunciaram em desfavor do comportamento presidencial quando este, de forma anárquica, pregou o descumprimento da ordem. Vieram a público, nas falas dos presidentes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e da Procuradoria Geral da República, protestos contra a quebra da ordem democrática: “Ninguém fechará esta Casa!”, disse o ministro Luiz Fux; “A Constituição não será rasgada”, afirmou o presidente Arthur Lira.

O day after, para o presidente Bolsonaro, foi por demais emblemático. E agora, presidente? O que alimentará esse governo de agora em diante? Em face da falência da luta contra a corrupção (rachadinha, covaxin, etc.) – carro chefe que alimentava o bolsonarismo -, estamos diante de um governo que patina na incompetência administrativa. A crise econômica que traz na sua esteira a alta da inflação, o desemprego, a crise hídrica, a miséria, etc., traz no seu bojo uma incerteza política nunca vista.

O agravamento da crise política afeta a economia desorganizando os ativos financeiros (bolsa em queda, dólar em alta) e, o presidente, incapaz de administrar o país, parte para o confronto saindo das “quatro linhas da Constituição”, incitando o povo ao descumprimento da ordem num exercício de governo da anarquia institucional, levando a Nação a quase romper a linha tênue da constitucionalidade. Tudo isso, de forma isolada e sem o respaldo da maioria da população, tampouco dos demais poderes. E agora, presidente? O que, doravante, alimentará esse governo?




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