quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Ministério Público de Contas emite parecer contrário à aprovação das contas da Prefeitura de Princesa

Está agendado para o próximo dia 13 de março, o julgamento das contas da Prefeitura de Princesa, referentes ao exercício de 2021. Em face dessa agenda, o Ministério Público de Contas emitiu o seguinte parecer: “Isto posto, opina este representante do MP de Contas no sentido da Emissão de PARECER CONTRÁRIO à aprovação das contas de governo do responsável pelo Poder Executivo do município de Princesa Isabel, senhor Ricardo Pereira do Nascimento”.

São várias as irregularidades encontradas nos documentos analisados sobre o exercício de 2021. A maioria delas, se referem no tocante à Educação, dentre elas: Registros contábeis incorretos; não aplicação de 50% dos recursos em Educação Infantil; omissão no registro de recursos do FUNDEB; não aplicação de no mínimo 15% das receitas de impostos, inclusive transferências, em ações de serviços públicos de saúde, dentre outras irregularidades. Tá explicada a aprovação da Lei que proíbe soltar foguetões no âmbito do município de Princesa.



Portal “Entreverso” conversa com os doutores Aledson e Alan Moura

Em entrevista concedida ontem (28) – por sinal muito bem conduzida pelos blogueiro Martin Vallio e Lana Bezerra – o suplente de deputado estadual, doutor Aledson Moura e o ex-vereador doutor Alan Moura, expuseram suas posições acerca de suas atuações na política princesense, o que foi feito de forma lúcida, com muita sinceridade e denotando um compromisso verdadeiro com os interesses da população da nossa Terra.

Inicialmente, o doutor Aledson, discorreu sobre seu compromisso com a Saúde da nossa região, realçando – como sempre faz - a necessidade da reintegração do Hospital “Deputado José Pereira Lima” à administração do Estado: “Princesa é a única, dentre as 16 Regionais de Saúde que não tem um hospital dotado de UTI, maternidade, hemonúcleo, etc.”, disse Aledson acrescentando que, numa eventual assunção ao cargo de deputado, será essa a sua bandeira.

Sobre política, quando perguntados acerca da sucessão municipal, ambos - Aledson e Alan - reafirmaram a união das posições e o consequente apoio à pré-candidatura de Rúbia Matuto à prefeitura de Princesa: “Estamos juntos, nós e o grupo liderado por doutor Sidney, defendendo o nome de Rúbia. Não somos problema, mas sim, solução”, afirmou doutor Alan Moura, acrescentando: “Temos de ser grandes!”

Na sequência da entrevista, instados pelos perguntadores sobre os últimos acontecidos que movimentaram a politica princesense, doutor Aledson lamentou que o prefeito não tenha se solidarizado com a vítima do fato protagonizado pelo ex-secretário de Infraestrutura e aproveitou para reafirmar seu repúdio a todo e qualquer ataque contra mulheres: “Temos de nos indignarmos com ataques contra as mulheres!”

Sobre esse tema, o doutor Aledson foi enfático em defesa das mulheres: “Mulher não é produto de homem, não!” E lamentou que a Câmara Municipal e a secretária de Educação, não tenham emitido uma nota de repúdio ao atentado contra a vítima indefesa e lembrou fato recente quando o prefeito de Princesa protagonizou, numa live, fazendo louvores ao álcool, sexo, droga e rock’n roll, o que repercutiu, negativamente, por todo Estado e até nacionalmente.

A entrevista, que abordou temas diversos, trouxe à luz a reafirmação do compromisso dos representantes do grupo Moura com o desenvolvimento e com o progresso de Princesa o que, numa demonstração de desprendimento, deixou em todos a certeza de que a união das oposições é uma realidade e que todos estarão no mesmo palanque defendendo o nome de Rúbia Matuto para prefeita de Princesa. A íntegra da entrevista poderá ser acessada através da página Entreverso.pod, na internet.



quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

LER PARA CONHECER A NOSSA HISTÓRIA

 “A HISTÓRIA COMO EU CONTO”

RAMALHO LEITE

Esse trabalho, escrito pelo jornalista e político paraibano, Ramalho Leite, intitulado “A história como eu conto”, foi editado e lançado em 2017, pela Editora A UNIÃO/Forma; contém 222 páginas e relata vários fatos inerentes à história da Paraíba. Em 10 das partes escritas, há referências a Princesa, que vale a pena rememorar, para conhecimento das várias interpretações que foram dadas aos fatos ocorridos em 1930. Ramalho Leite não foi testemunha ocular, porém, na qualidade de jornalista, ateve-se aos fatos com muita competência em garimpá-los nas folhas dos jornais da época, tanto da Paraíba, quanto do Recife, Rio de Janeiro, etc.

Nas páginas 92 e 93, o autor faz uma referência aos “jovens turcos”, segmento político paraibano do início do século passado que, inspirados na Revolução Turca que derrubou o Império Otomano e instaurou a República naquele país, sob a batuta do líder Mustafa Kemal Atatürk, se fizeram assim chamar pelas inovações que defendiam à época. Os “jovens turcos”, aliados do ex-presidente Epitácio Pessoa, “(...) eram adeptos da pregação epitacista que buscava o desenvolvimento do estado, via integração do nosso interior produtivo com o mercado litorâneo”. Em que pese ser um movimento reformista, logo essa facção foi recheada também pelos coronéis do sertão, inclusive por José Pereira Lima, de Princesa. Isso corrobora o reconhecimento de que, Zé Pereira, mesmo sendo um coronel de patente comprada, era um homem com intelecto suficiente para fazer parte de um grupo político de vanguarda.

Outro fato interessante que, mesmo em face das várias leituras que já fiz sobre o episódio, eu não conhecia, o que faz parte da história que envolve o episódio da Guerra de Princesa, consta do livro ora resenhado. Nas páginas 110 e 111, Leite escreve que a escolha do presidente da Paraíba, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, para figurar na chapa encabeçada por Getúlio Vargas, como candidato a vice-presidente, nas eleições de 1º de março de 1930, não foi nada que o possa engrandecer. Ao contrário, depois da recusa de três convidados, os aliancistas recorreram a Epitácio Pessoa, e este submeteu o sobrinho a aceitar a incumbência político-eleitoral. Primeiro, foi convidado o senador pelo Distrito Federal, Paulo de Frontin, que recusou alegando que estava aderindo à chapa oficial representada por Júlio Prestes e Vital Soares. Depois, a cúpula aliancista consultou o deputado baiano, Simões Filho, que também aderiu à chapa do Catete. Os emissários de Getúlio Vargas, antes de João Pessoa, procuraram ainda o governador de Pernambuco, Estácio Coimbra, que também se negou em aceitar. Restou apenas o presidente da Paraíba, que, a 29 de julho de 1929, recebeu o seguinte telegrama do tio, Epitácio Pessoa: “Rio – 29 de julho – Comunico autorizei presidente Antônio Carlos convidá-lo figurar chapa como vice-presidente. Isto significa que aceitarás”. Da imposição do tio eu já sabia, porém, sobre o processo da escolha, tomei conhecimento nessa obra de Ramalho Leite.

Nas páginas 122, 123, 124, 126, 127 e 128, no capítulo intitulado “Como foi vista lá fora: a ‘Guerra de Princesa’”, Ramalho Leite traz à luz comentários sobre a insurreição princesense, quanto ao conflito de informações travado pelos jornais da Paraíba e de Pernambuco, e sobre o que repercutia no Rio de Janeiro e no mundo. Enquanto o comandante do Estado Maior das Forças da Polícia Paraibana, em Piancó, José Américo de Almeida, para agradar ao presidente João Pessoa, maquilava informações, dando conta de vitórias mentirosas no campo de luta, e que seriam divulgadas pelo Jornal oficial A UNIÃO e, muitas vezes reproduzidas pelos jornais da Capital Federal, o Jornal do Commercio do Recife, veiculava notícias favoráveis ao coronel José Pereira. De José Américo, o presidente João Pessoa recebeu o seguinte rádio:

“Piancó – 4 – Os cangaceiros foram surpreendidos na fazenda do Oriente, situada no município de Pombal, pela coluna dos tenentes Manoel Benício e Marques Filho, debandando nos primeiros tiros dos atacantes. Os bandidos recuaram, continuando as forças ao encalço dos que fugiam. Essas correrias visam especialmente o roubo, como aconteceu com a fazenda do coronel João Alves, neste Município, que foi despojado de seus bens, no valor de cerca de 80:000$000.

Essa notícia, veiculada pelo jornal A UNIÃO, foi reproduzida pelo Diário de Notícias, do Rio de Janeiro, em 08 de julho de 1930. No entanto, segundo Ramalho Leite: “As informações ufanistas do graduado auxiliar de João Pessoa [Zé Américo] eram, contudo, contestadas por outros informantes que conseguiam chegar às páginas do ‘Diário’, através de correspondentes do Recife:”

“’José Pereira Amplia seu Raio de Ação’, era a notícia. ‘Recife – 7 – Noticiam de Princeza que a gente de José Pereira amplia seu raio de ação por outros municípios entre os quais o de Piancó, Pombal, Patos, Souza, Conceição, Misericórdia, São José de Piranhas, São João do Rio do Peixe, Cajazeiras e Teixeira, onde a população se mostra preocupada com o rumo dos acontecimentos”.

Segundo o autor: “Cada facção fazia divulgar sua própria versão”. Tudo o que acontecia em Princesa, repercutia no Rio de Janeiro. Ambos os lados enviavam notícias que lhes eram favoráveis para que jornais da Capital Federal veiculassem. Os de João Pessoa davam conta de que o presidente paraibano estava entrando com ação no STF – Supremo Tribunal Federal para que tivesse autorização para importar armas e munições. Enquanto isso, José Pereira encaminhava, aos jornais, telegrama do advogado, João Duarte Dantas, emitido do Recife, com o seguinte teor:

“Recife, 9, (especial para ‘A Noite’): O deputado José Pereira recebeu o seguinte telegrama, procedente da Parahyba: ‘Nosso amigo Heitor Santiago acaba de informar estar inteirado de fonte oficial, que Princeza será bombardeada, de hoje até sábado, por um avião que se encontra em Teixeira, e que empregará gazes asphyxiantes fabricados num laboratório allemão de Rio Tinto... Confio na altivez dos princesenses, que manterão, serenos, sua defesa heróica. Abraços (a) João Dantas’”.

Como vemos, João Dantas, exilado no Recife e, mesmo assim engajado na luta, estivera em Princeza, por uma semana, durante o conflito, e cuidava em prestar informações importantes ao coronel José Pereira.

No livro, Ramalho Leite discorre também sobre a repercussão do assassinato de João Pessoa, dando conta de que a tragédia foi mesmo o estopim da Revolução de 1930, corroborando também a influência da Guerra de Princesa para os acontecimentos que provocaram a queda da chamada República Velha. É, portanto, esse livro, de lançamento recente, importante para o conhecimento da nossa história.

Severino Ramalho Leite nasceu em Bananeiras/PB, em 06 de outubro de 1943, filho de Arlindo Rodrigues Ramalho e de dona Maria Eurídice Leite Ramalho, casou-se com dona Eleonora Aragão Ramalho. Jornalista e advogado, formado em 1967 pela Faculdade Direito da Universidade Federal da Paraíba, ingressou na política em 1965 quando elegeu-se vereador do município de Borborema. Em 1970 foi nomeado promotor de justiça em João Pessoa. Em novembro de 1974 elegeu-se deputado estadual pela ARENA, reelegeu-se em 1978. Eleito suplente de deputado federal em 1990, assumiu uma cadeira na Câmara Federal em 1992.  Deixando a política, dedicou-se às letras e lançou vários livros. Hoje, aos 77 anos de idade, reside em João Pessoa/PB.



Câmara Municipal de Princesa aprova PL polêmico que proíbe a queima de fogos de artifício

Nesses tempos da cultura do “politicamente correto”, quase tudo está sendo revisto. Esse revisionismo atingiu, agora, uma forma de divertimento que, ultimamente, se tornou por demais polêmica. É claro que a convivência em sociedade traz sempre em seu bojo, situações polêmicas que provocam avaliações distintas e, às vezes, até conflitos no meio dos interesses diversos.

No último dia 26, a Câmara Municipal de Princesa, atendendo propositura do Poder Executivo, aprovou, de forma intempestiva, um Projeto de Lei que proíbe a queima de fogos de artifício no âmbito do município. Esse, é sem dúvida um tema polêmico e, por isso, deveria ter sido exposto a um debate mais amplo no seio da sociedade. Na minha opinião, essa proibição deveria ter sido debatida, através de Audiência Pública, com a participação da sociedade.

A queima de fogos de artifício, nos tempos atuais, vem suscitando questionamentos de alguns segmentos sociais, tais como o dos defensores dos animais domésticos e o dos pais das crianças portadoras do transtorno do espectro autista (TEA). É certo que a prática da solta de foguetões – pelo barulho extremo – incomoda sobremaneira, tanto aos chamados autistas quanto aos animais, como os cães, que têm uma acuidade auditiva muito superior à dos humanos.

Tudo bem. Esses segmentos têm de ser ouvidos e respeitados em suas peculiaridades. No entanto, a pura e simples proibição, de forma intempestiva, prejudica também aos demais quando tolhe o exercício de uma tradição cultural e folclórica já arraigada nos nossos costumes. Como ficam agora os festejos juninos quando crianças se comprazem com a queimas de seus foguetões? E a tradição folclórica dessa prática milenar?

Se tivesse havido uma discussão mais ampla sobre o tema, com certeza encontraríamos um consenso para uma conciliação, na prática, que atendesse aos vários interesses. Por que não um disciplinamento restringindo a prática da solta de foguetões em situações especiais, previamente comunicadas, mantendo uma distância necessária dos que sofrem com o incômodo, com aviso prévio ou até mesmo com a providência da proteção necessária?

Ademais, como ficam os que sobrevivem da fabricação e da comercialização dos fogos de artifício? Não estou aqui sendo somente contrário à Lei recém-aprovada, mas questionando sobre se não haveria uma forma de conciliar as duas coisas. Numa enquete veiculada por este Blog, a maioria da população optou por aprovar a proibição. Em contrapartida, um terço da população se postou contrária. Em face disso, fica evidente que seria de bom alvitre uma discussão mais aprofundada sobre o tema.



Em Princesa, a “chapinha” dos suplentes é uma realidade

Até a semana passada, o movimento dos suplentes de vereadores do lado do prefeito Ricardo Pereira do Nascimento, com o intuito de formar uma chapa independente para concorrer à Câmara Municipal de Princesa, era uma quimera. Hoje, porém, esse movimento, é uma realidade. Instados pelo alcaide para se demoverem dessa intenção, os cabeças da chamada "chapinha", deram um ultimato a Nascimento: “Ou o senhor aceita a formação da nossa chapa, ou tem quem aceite!”.

Vulnerável que está, o alcaide, calou por enquanto e, aparentemente, aceitou a condição imposta pelos “rebeldes”. Mesmo assim, uma fonte ligada ao prefeito, me confidenciou que Nascimento tudo fará para que esses suplentes voltem à insignificante condição de escadas dos vereadores que ocupam mandatos atualmente: “É só uma questão de tempo”, disse o burgomestre princesense. Particularmente, eu não aposto mais num recuo dos suplentes uma vez que, na condição que Nascimento se encontra, tudo pode representar perigo para ele.



O desmonte da Lava Jato

 

Ninguém está entendendo nada. Todo dia sai notícia na televisão dando conta da anulação de processos, tanto de políticos quanto de empresas, que foram condenados após investigações da Operação Lava Jato. Começou com Lula, que foi investigado, condenado e preso em tempo recorde e, logo que passou o perigo, foi solto. Agora, são os acordos de leniência, celebrados com as empresas tidas como corruptas, que estão sendo anulados pelo mesmo Supremo Tribunal Federal – STF que as condenou.

Desses casos todos, somente o que envolveu Luís Inácio Lula da Silva, ficou claro qual o objetivo do processo: impedir que ele fosse candidato a presidente da República em 2018, porque, se concorresse, ganharia a eleição. É tanto que, logo após o pleito, o mesmo STF que corroborou a sentença exarada pelo celerado Sergio Moro, anulou todo o processo e, submetido às urnas em 2022, Lula foi eleito presidente.

É certo que nem tudo estava errado. É certo também, que havia corrupção, tanto no comportamento de alguns políticos ali denunciados, quanto nas empresas que executavam obras com recursos federais. O problema é que, o objetivo não era mesmo o de moralizar a coisa pública, mas sim de condenar Lula e promover o Moro na política nacional. Como as coisas, nem sempre, acontecem como planejamos, no fim, deu tudo certo para Lula e errado para o Moro.

O juiz Sergio Moro, junto com o procurador Deltan Dallagnol – também de Curitiba –, mancomunados, deitaram e rolaram em prol de seus interesses eleitorais. Inicialmente, lograram êxito quando o primeiro foi eleito senador e, o segundo, deputado federal. Este último já teve seu mandato cassado e, o outro, será julgado no próximo dia 1º de abril. Moro foi Ministro da Justiça em barganha com Bolsonaro, mas rompeu com o então presidente. Depois, voltou às boas com o mesmo e, eleito senador, está em via de ser defenestrado do poder que conseguiu por vias tortas. O tempo é mesmo o senhor da razão.



terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Instituto Nacional de Meteorologia alerta para temporais no Sertão paraibano

O Sertão paraibano está sob alerta máximo para a ocorrência de temporais na terça-feira (27) e quarta-feira (28). A informação é do Instituto Nacional de Meteorologia - Inmet. A previsão é de precipitações em volumes que vão de 50 a 100 mm, com ventos fortíssimos, o que poderá provocar quedas de árvores e alagamentos. A instrução é para que as pessoas evitem se proteger e estacionar veículos debaixo de árvores e, dada a possibilidade de grandes descargas elétricas, desligar os aparelhos elétricos e eletrônicos. Neste mês de fevereiro já choveu, em Princesa, mais de 300 milímetros, o que significa quase a metade da média histórica anual que é de 700 mm.



Lula desiste de pedir desculpas a Israel e mantém discurso contra massacre de palestinos

Irritado com os constantes ataques do chanceler israelense, o presidente Luís Inácio Lula da Silva radicaliza também. Desistiu de retratar-se e envereda, agora, pelo caminho da defesa do povo palestino, quando exige um cessar fogo imediato e a libertação incondicional dos reféns do dia 7 de outubro passado. Mesmo reafirmando ser contrário ao ataque terrorista do Hamas, Lula não abre mão das críticas contra o massacre de que civis palestinos estão sendo vítimas no sul da Faixa de Gaza, situação em que já morreram quase 30 mil civis, em sua maioria, crianças, mulheres e idosos.

Ontem (26) o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Sílvio de Almeida, cobrou o cumprimento da convenção da ONU "contra o genocídio pelo uso desproporcional da força" e repudiou a punição coletiva. Tudo isso em resposta ao descompromisso do chanceler Israel Katz com a diplomacia quando, sob as ordens do premiê Benjamin Netanyahu, usa, de forma equivocada, a situação, para capitalizar prestígio numa comunidade internacional cada vez mais contrária à manutenção do conflito.

O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu que foi incapaz de evitar os ataques terroristas do Hamas contra seu povo, agora, impopular e sendo cobrado por uma solução quanto à libertação dos reféns e, sustentado pela guerra, administra uma crise gravíssima quando promove o destroço da Faixa de Gaza, mandando bombardear até hospitais e criando uma crise humanitária sem precedentes. Além disso, aproveita-se das declarações de Lula para mudar o foco, o que não vem surtindo efeito.



Em Tavares, a política virou um caldeirão em efervescência

Antes acuado e refém de aliados incertos, agora, o prefeito José Genildo da Silva, o popular Coco de Odálio, livre das amarras de uma aliança inconsistente e, comandando um governo por demais operoso, vem capitalizando para si o que parecia um prejuízo, mas que está se tornando lucro eleitoral, o que viabiliza a pavimentação de sua intenção em ser reeleito.

Agora, tratando diretamente com o povo, Coco vem recebendo adesões daqueles insatisfeitos com o vai-e-vem dos que antes o apoiavam. Tido como vítima das traições de antigos aliados, o prefeito acaba de receber o apoio do ex-prefeito, Luís Poeta, mantém maioria na Câmara Municipal e, habilidoso, vem se credenciando para continuar à frente da administração municipal.



Bolsonaro "pianinho"

Na grande manifestação realizada na Avenida Paulista, no último domingo (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro, acuado, muito cuidadoso, tentando se redimir das culpas e com medo da "papuda", fez um ato defensivo e muito comportado, sem atacar ninguém, pedindo para que seja passada uma borracha no passado e que, todos os que ofenderam à democracia - inclusive ele - sejam anistiados, enfim, o que vimos naquela manifestação, foi um Bolsonaro respeitoso, contrito, "pianinho!"

Eis a realidade de quem perde o poder. Na política, a vida é assim; quando descemos do planalto para habitar a planície, temos de adotar comportamentos outros, principalmente os que mudaram o modo de agir quando detinham o poder, aqueles que, arvorados de seres superiores, achavam que nunca seriam apeados. O poder é invólucro e não essência. Nesse caso, o que voga é o que está dentro da roupa, não a roupa.

Na manifestação, Bolsonaro, ausente dos amigos militares, não atacou o STF, nem negou a preparação do golpe de Estado. Pelo contrário, quando pediu anistia, fez uma confissão de culpa. Em que pese o mea culpa, o evento, não muda nada porque, os elementos comprobatórios sobre a investigação da participação do ex-presidente na intentona para se manter no poder, são mais do que suficientes para que o processo lhe cause sérias dores de cabeça, Aliás, quando a cabeça não pensa, o corpo padece. Resta-lhes agora, se agarrar às preces da ex-primeira-dama.



segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Paradigmas irreconciliáveis

Lendo uma postagem do nosso alcaide nas redes sociais, em que ele, claramente, quer fazer uma comparação entre sua pessoa e a da pré-candidata, Rúbia Matuto, em tom apelativo, Nascimento insinua que alguém, que nunca foi à missa em Princesa, tampouco parabenizou a cidade, está agora, a "fazer tudo aquilo que, em mais de quarenta anos, não fez" ". E questiona: "Merece a nossa confiança?" E recomenda que fiquemos atentos!

As comparações do prefeito denotam preocupação com o quadro adverso. A verdade é que, o alcaide, de posse de pesquisas que atestam a aceitação da Matuta em detrimento dos que poderão ser seus pré-candidatos a prefeito, está aperreado, apelando para a sensibilidade das pessoas e, como sempre, usando a religião e o nome de Deus em vão, com o intuito de reverter o quadro para se beneficiar eleitoralmente.

O problema (para o prefeito) é que, o povo, já fez uma equiparação de paradigmas. Enquanto Nascimento investiu, durante longos sete anos, em mídia mentirosa; Rúbia Matuto, mesmo sem ter essa obrigação, cuidou da saúde dos que lhe procuraram. O vazio deixado pelo alcaide, quando largou nossas gestantes à própria sorte; deixou pacientes que necessitavam de cirurgias abandonados, foi preenchido pela Matuta que nunca deixou de prestar assistências aos mais carentes apenas por caridade, sem pensar em voto.

Na verdade, a aceitação de Rúbia, atestada pelas pesquisas, é fruto de seu trabalho e não o contrário. Foi isso que a elevou ao patamar eleitoral que desfruta agora. O que se vê, é uma resposta da população princesense ao descaso do prefeito e ao empenho da Matuta que caiu na graça do povo. Enquanto estava solto, Nascimento deitava e rolava, Depois da chegada de uma concorrente forte e com propostas verdadeiras, as mentiras do alcaide realçaram e o povo tomou consciência da verdade porque, o paradigma de Nascimento é irreconciliável com o da Matuta.



Vereador Marciel pede socorro para uma Rua do Bairro Jardim Karlota

A postagem da Indicação acima, enviada pelo vereador Marciel do Café, acompanhada de um vídeo dando conta da trágica situação em que se encontra a Rua Cordeiro e Silva, no Bairro "Jardim Karlota", denota completo descaso da atual administração com aquele logradouro. No documento, encaminhado em fevereiro de 2023, o vereador já relatava a grave situação e, até a presente data, nada foi providenciado.

O problema é que, a Rua em questão, fica na periferia da cidade, distante do centro e, portanto, dos olhares da população. Somente os que ali residem, sabem da situação em que se encontra. 17 moradores daquela Rua já abandonaram suas casas por não terem condições de ali residirem. Agora, com o aumento das chuvas, a situação se complica ainda mais quando, além dos buracos já existentes, a lama torna impossível a locomoção até de transeuntes.



Prefeito de Tavares atualiza Piso Salarial dos professores

Semana passada, o prefeito de Tavares, José Genildo da Silva, o popular Coco de Odálio, reuniu-se com os professores da Rede Municipal de Ensino, juntamente com os vereadores de sua base política, com o Sindicato da classe, com a Procuradoria Jurídica, Secretário de Finanças e contadoria da Prefeitura, para anunciar que vai atualizar o Piso Salarial da classe, referente aos anos de 2023 e 2024, o que perfazerá aumento de um percentual de 18,57%. "Além de pagar os salários em dia, nós nos preocupamos também com o cumprimento do que é de direito dos servidores municipais", disse o prefeito.



domingo, 25 de fevereiro de 2024

Domingo eu conto

Por Domingos Sávio Maximiano Roberto

O Discurso do ateu

O muçulmano Hassan, a judia Judith, o pastor Levi, o padre Amâncio e o ateu Paulo resolveram se afastar - durante os três dias de Carnaval – de suas atividades religiosas e habitar um resort no litoral alagoano pertinho de Maceió. Ali estariam reunidos, numa espécie de retiro para, num seminário ecumênico, discutirem, profundamente, sobre as três principais religiões monoteístas que dominam o mundo: Cristianismo, Islamismo e Judaísmo. Em contraponto, convidaram um ateu que, no papel de “advogado do diabo” contrabalançaria as discussões.

Hassan, um homem de 48 anos de idade, moreno, alto e de cabelos e olhos negros, versado em profundidade sobre o Alcorão, principalmente no que concerne à ética, à moral e demais preceitos do islamismo. Judith, uma ruiva formosa, de baixa estatura, olhos azuis e seus 37 anos de idade, especialista no tocante aos cinco primeiros livros do pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. O pastor Levi, evangélico pentecostal, um senhor negro de mais de 60 anos, gordo e de barba grisalha, vestido com elegância e doutor em Evangelhos pela Baylor University do Texas, EUA. O padre Amâncio, jesuíta, um homem branco de 51 anos de idade, vestido num terno sóbrio complementado por um branquíssimo clergyman; um respeitado intelectual católico especialista em Sagradas Escrituras pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Por fim, o ateu Paulo, um homem pardo de estatura média, cabelos e barba compridos, com cerca de 40 anos, desalinhado no vestir, um livre pensador, autodidata e convicto de suas não crenças.   

Hospedados em quartos separados se encontrariam nas refeições e na hora das reuniões, que aconteceriam três vezes ao dia. A principal delas ocorreria à noite quando fariam um balanço das discussões diurnas. No primeiro dia, de manhã, o encontro serviu para que, cada um, se apresentasse diante dos colegas religiosos e do ateu. Todos brasileiros, informaram de onde vinham e sobre suas atividades junto às suas respectivas comunidades, crenças e práticas sociais relacionadas com os preceitos do que consideravam sagrado. Hassan, o islamita, vinha do Rio Grande do Sul; Judith era oriunda do Paraná; o pentecostalista Levi era da Bahia; o padre Amâncio de João Pessoa na Paraíba e o ateu, Paulo, de Princesa.

Sobre o propósito desse encontro, o evangélico Levi, na qualidade de decano do grupo, no primeiro dia, à tarde, tomou a palavra inicial: “Aqui estamos para uma discussão civilizada sem digressão do assunto principal que é a explicação para nós mesmos sobre a manifestação de Deus no âmbito das três principais religiões monoteístas professadas no mundo”. Interrompendo o pastor, Paulo, o ateu, atalhou: “Ou sobre a ausência dessa manifestação!” Em face do que considerou um deboche, o padre Amâncio interveio, enfático: “Tenho certeza de que, o negacionismo da Divindade reforça ainda mais a certeza das três características de Deus: Onipotência, Onisciência e Onipresença”. “Mas não podemos ter esses três pilares das religiões, Cristã, Judaica e Islâmica como premissa essencial provadora da existência de um Ser superior porque não são elas a essência, mas sim a consequência Dessa divindade e, se é uma consequência Dela, portanto, por demais subjetivo”, observou o ateu. De forma provocadora, o padre emendou citando uma quadra de Provérbios 15:3: “Os olhos do Senhor estão em toda parte observando atentamente os maus e os bons”.

Vendo a discussão se polarizar entre os cristãos e o agnóstico, Hassan, o islamita, entrou na briga: “A onipotência, onisciência e onipresença de Alá estão intrínsecas na Sua essência divina. Essas características exigem dos fiéis: oração diária, profissão de fé, esmolas, jejum e peregrinação a Meca. No Islã, todos são iguais perante o Único e Misericordioso”. O ateu questionou voraz: “Iguais? Sua religião é preconceituosa e discriminatória. No seu credo, as mulheres são seres considerados inferiores! Onde está a igualdade?” Hassan rebateu: “Não há nada desigual nesse gênero! Na nossa religião são atribuídas mais responsabilidades aos homens do que às mulheres e, por isso, eles têm a obrigação, o dever, de protegê-las”. Calada até então, Judith, a judia, se manifestou: “Não estamos aqui para avaliar costumes, mas sim para examinarmo-nos quanto à nossa capacidade de explicar Deus no âmbito dos vários credos professados pela humanidade.

Em face da observação da judia, Paulo voltou à carga: “Como se imiscues em analisar costumes? Jogas o lixo para debaixo do tapete? Não é, a tua religião, o judaísmo, uma das mais preconceituosas e supersticiosas de todas? Teu credo preceitua: Justiça e Ética, mas tem um Deus que deve ser comprometido com um único povo: o judeu! No teu credo é proibido comer carne de animais que tenham as patas fendidas e também frutos do mar; o porco é um animal amaldiçoado; à mesa, não se pode misturar carnes com leite, isso não é pura superstição? Judeus são obrigados a amar, temer e louvar ao Deus chamado Javé - nome que, por respeito, vocês não podem pronunciar. Faço minhas as palavras do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900): ‘Como posso acreditar num Deus a quem tenho de louvar a cada instante?’ As religiões monoteístas são todas iguais em seus princípios, práticas e superstições”.

Essa longa fala do ateu balançou as estruturas de todos os líderes religiosos que participavam daquela mesa redonda. Ante a balbúrdia de protestos, o decano Levi pôs ordem na reunião indicando que Judith tinha a palavra para responder às assertivas de Paulo. A judia: “São tradições da religião monoteísta mais antiga do mundo; são conceitos e costumes para identificar os escolhidos que devem cumprir a missão de converter os ímpios. Nós, judeus, temos uma missão no mundo que é a de louvar o Senhor em intercessão pela conversão dos que não creem. Quanto ao louvor, o fazemos porque o Poderoso criou todas as coisas e nós devemos louvá-Lo por isso”. Encerrou Judith. Antes que alguém tomasse a palavra, o padre Amâncio declarou, sobre o tema da Criação: “Deus criou o Céu e a Terra e, tudo o que existe, deve estar serviço Dele. Nós estamos aqui de passagem, num estágio de aperfeiçoamento em busca do merecimento da glória celestial. Aliás, Ele criou o homem e a mulher à sua semelhança e, ambos, são iguais perante Sua divindade”. Sorrindo, Paulo observou: “Padre, não sabes que, no Velho Testamento, a mulher é considerada um ser nocivo? Em Eclesiastes 7:26-28, está escrito: ‘A mulher é mais amarga que a morte’”. Padre Amâncio calou.

O ateu continuou: “Não posso concordar com o reverendo”. Dizendo isso, Paulo pôs-se de pé e continuou: “Primeiro, quanto à teoria do criacionismo, já sabem todos que isso é uma balela. Já em 1859, o cientista britânico Charles Darwin (1809-1882) lançou o livro ‘A Origem das Espécies’ redefinindo para sempre a ciência moderna. Segundo, tenho dúvidas quanto à onipotência desses deuses em que vocês acreditam. Lembremos que a versatilidade, marca registrada dessa Divindade, vem fazendo com que Ela se adapte, ao longo dos séculos, aos interesses e às vontades dos que A seguem; senão vejamos: de conformidade com o Velho Testamento, o Deus judeu de antigamente punia com força os que O desobedeciam, era Vingador! Em nome desse mesmo Deus – já na forma de filho do Homem, Jesus Cristo -, a Igreja Católica, através da “Santa Inquisição”, usando a forja, o torniquete, o pêndulo, e o cavalete, torturou e matou os que não rezavam no seu catecismo, principalmente judeus; prática também seguida pelos protestantes.” E continuou enfático: “Se retornasse, o Filho do Homem, não passaria sequer nas calçadas, fossem das suntuosas catedrais católicas; das pequenas igrejas de crentes de ponta de rua ou até dos portentosos templos de Edir Macedo que mais parecem a Casa da Moeda. Por que temos de ser tementes a esse Deus? Por que louvá-Lo, se ele é onipotente e onisciente? Ele sabe de todas as nossas necessidades, lê os nossos pensamentos e sabe das nossas intenções. Os Cruzados trucidaram judeus na chamada Terra Santa. Todas essas práticas violentas, perpetradas em nome de Deus, tinham o condão de confiscar os bens dos ‘infiéis’, o que construiu o esplêndido patrimônio da igreja de Roma! Em tempos recentes, o Papa João Paulo II, por ocasião do Jubileu do Segundo Milênio, pediu perdão pelos crimes das Cruzadas e da Santa Inquisição e aproveitou para abolir o Purgatório e o Inferno. Mais recentemente, o Papa Francisco abençoou as uniões homoafetivas, o que era um verdadeiro tabu para o Vaticano. O que houve? O Todo Poderoso mudou, reciclou-Se?”

Indignado, Levi, que até então posava de apaziguador, partiu como um leão em defesa de sua fé, mas deslizou num ataque velado aos católicos: “Deus não mudou, Ele é o mesmo de sempre. O pecado está naqueles que se prestam a usar o nome do Criador para manter suas tradições e suas pompas”. Sem pedir a palavra, o padre interrompeu o pastor e disparou: “Falas da pompa da Igreja, mas te esqueces da prosperidade dos pastores, bispos, apóstolos e missionários de tua Igreja. A fortuna de Edir Macedo, que orça em torno de R$ 1,9 bilhão; a de Valdemiro Santiago que beira os R$ 500 milhões; a de Silas Malafaia que passa de R$ 300 milhões, o que me dizes disso? Não sabes que tudo isso vem sendo construído com a extorsão dos pobres coitados que são vítimas da ‘sacolinha’, dos envelopes, dos boletos e, agora, do pix?” O tempo fechou ao ponto de Hassan, o muçulmano tomar a palavra e pedir a todos que se contivessem nas acusações, dizendo: “Não é este o local apropriado para a lavação de roupa suja! Violência verbal não leva a nada, contenham-se!” Em face dessa intervenção do islamita, Paulo retornou à carga: “Violência? Aqui não há violência alguma. Tudo isso é fruto das provocações feitas por vocês mesmos quando estão retirando o lixo de debaixo do tapete!”

Irritado com essa observação, Hassan respondeu: “Na verdade, Paulo, é você o pomo de toda essa discórdia! Você desvirtuou o nosso encontro que se propunha discutir a fé em suas diversas nuances numa tentativa de convergir para o consenso em prol de uma união de forças que pudesse nos permitir uma convivência pacífica em nome Daquele que é o Provedor de tudo. Com suas intervenções provocativas você, não somente desvirtuou como implantou a discórdia, portanto, eu recomendo: cale-se!” “Não posso me calar diante das evidentes idiossincrasias desse grupo de religiosos que se arvoram de donos da verdade espiritual de dois terços da humanidade”, respondeu o ateu. E continuou: “Ademais, falando em violência, é o teu credo o que mais persegue e mata em nome do teu Deus a quem chamam de Alá. Quem não lembra do Talibã e da destruição das torres gêmeas do World Trade Center? Quem não sabe da sentença de morte exarada contra o escritor Salman Rushdie? E pior, os fiéis muçulmanos que matam e aterrorizam em nome de Alá, recebem como prêmio, cada um, 7 virgens para desfrutar na morada celeste! São todos iguais, o que reina é a hipocrisia!” 

Ao descambar para barulhento tumulto, a reunião perdeu o rumo se transformando numa verdadeira “Torre de Babel” quando ninguém se entendia, todos se acusavam mutuamente e nada convergia para um consenso. Em meio à confusão, como que para tocar mais fogo na fogueira, o ateu olhou para o padre e o pastor, apontou para um crucifixo que estava dependurado numa das paredes da sala e proferiu: “Tudo isso acontece porque vocês sempre O mantiveram pregado numa cruz. Soltem-No! Se assim o fizerem Ele voltará com o chicote que usou para expulsar os vendilhões do templo de Jerusalém”. Olhando para Judith, disparou: “Quanto aos judeus, resta-lhes cumprir o que mandam as tábuas da lei mosaica e o que está contido na Torá”. Virando-se para Hassan, Paulo continuou: “Aos muçulmanos, professos da religião mais retrógrada e mais violenta do mundo, resta-lhes esquecer o terror e cultivar o amor contido no Alcorão escrito por Maomé”. Já a nós, pobres ateus, resta conformarmo-nos com o nosso isolamento, mas confortados porque desobrigados da prática da hipocrisia. Em face dessas lições proferidas pelo ateu, deram-se todos por insatisfeitos e a reunião, que duraria três dias – como um aborto – acabou-se no primeiro dia. O eloquente discurso do ateu calou fundo na alma dos crentes.



 

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Aldo Lopes é o mais novo imortal da Paraíba

Numa votação inédita, porque por escolha unânime, o escritor princesense Aldo Lopes de Araújo foi eleito o mais novo membro da Academia Paraibana de Letras. Candidato único, seria eleito com apenas 16 votos, mas obteve 26 sufrágios, a totalidades dos acadêmicos presentes à sessão realizada ontem (23) na Casa de Augusto dos Anjos.

Autor de vários escritos, Aldo é festejado como um dos maiores escribas contemporâneos e que já foi laureado com vários prêmios literários aqui e alhures. Princesa se orgulha em se ver representada no templo da cultura paraibana quando um de seus filhos ocupa uma cadeira naquela Casa de Letras.

Aldo Lopes ocupará a cadeira nº 19 da APL que tem como patrono Irineu Pinto e estava vaga pela morte do acadêmico Guilherme Gomes da Silveira D’Ávilla Lins. Jornalista, escritor e delegado aposentado da Polícia Civil no Rio Grande do Norte, Aldo é autor, dentre outras obras: “A Dançarina e o Coronel” e “O Dia dos Cachorros”. “Estou feliz, porque aqui é o ambiente natural do escritor”, disse Aldo.



Histórias e Estórias engraçadas de Princesa

 

Histórias e Estórias engraçadas de Princesa

Joaquim Mariano e os cachorros

     A feira livre de Princesa, como todos sabem, acontece aos sábados. Certo dia de feira, o então vice-prefeito de Princesa, Miron Maia se encontrava na calçada de sua casa - situada no final da “Rua Grande” -, na companhia de alguns amigos quando ia passando pela rua, o fazendeiro Joaquim Mariano, com uma caixa de papelão às mãos. Instado por Miron, que o cumprimentou, os dois encetaram o seguinte diálogo:

- Bom dia compadre Joaquim, vai à feira?

- Vou compadre. Vou lá no açougue receber o dinheiro de uns bois que eu vendi quinta-feira.

- E o que é isso que leva nessa caixa?

- Uns cachorros novos.

- Cachorros? Oxente, pra quê compadre?

- Pra vender.

- Vender??? Mas compadre tenha jura, você um homem rico se passando pra isso? Vender cachorro novo na feira? Homem, você não precisa disso não...

     Joaquim Mariano deu calado por resposta e seguiu seu caminho. Miron, como é de praxe, ficou a comentar com os amigos sobre o fato, censurando o compadre muquirana. Findo o papo na calçada, Maia sentou-se, sozinho, numa cadeira de balanço e ali ficou a cochilar. De repente, ouviu um grito:

- Compadre Miron!!!

     De um salto Miron Maia pôs-se de pé já dizendo:

- Oxente, compadre Joaquim, tá doido?

     Joaquim Mariano, com um maço de cédulas de dinheiro às mãos, foi logo dizendo:

- Pronto, compadre, me diga agora aqui qual é o dinheiro dos bois e o dinheiro dos cachorros?

     Miron, pasmo com a desforra do compadre, ficou calado, sem argumentos perante aquela inteligência avarenta.


SABÁTICAS

 

. Fiquei feliz com a notícia de que o governo de Israel declarou o presidente Lula persona non grata. Agora, eu não estou mais sozinho nessa condição desde que, em junho de 2021, a Câmara Municipal de Princesa me concedeu láurea similar.

. Só relembrando: Esse título de persona non grata, que me foi concedido pelo poder Legislativo de Princesa, foi motivado pelos escritos que divulgo sobre a inoperância daquele Poder. Aliás, a composição mais medíocre (com raras exceções, claro) na História da Câmara Municipal de Princesa.

. Falar em Câmara, uma abelha me zoou que, no início desse mês de março, o alcaide, vereadores e demais componentes do staff do poder municipal (com algumas defecções recentes), estarão fazendo uma excursão ao cânion do Rio São Francisco em Piranhas.

. Falar nisso, no “reino de camelot”, os ensinamentos do chefe estão sendo cumpridos à risca. Já vimos quase tudo: álcool, sexo e droga. Só falta o rock’n roll.

. Na administração pública de Princesa – que já se encontra nos estertores da morte – a intimidade com a polícia é uma praxe. Quando não é a Polícia Federal, a Civil resolve o problema.

. Há quem diga que as coisas não vão parar por aí, e que, o taxímetro, continua contando. Vôte!

. Falar em administração, não foi somente o filho do bodegueiro que foi demitido por conta da cachaça Matuta. Uma jovem foi exonerada também porque tirou uma foto com o filho da Matuta.

. Quando se refere à minha pessoa, nas redes sociais, o alcaide só me chama de “o ladrão”. Seu principal auxiliar – o braço direito, de saudosa memória -, me chamava de “cupim”...

. O cerco está se fechando ao redor do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em que pese negar tudo sobre sua participação na tentativa de golpe de Estado, o vídeo da reunião que a PF encontrou no celular de Mauro Cid, não deixa dúvidas de que o comandante da intentona era mesmo o capitão: “Virem a mesa antes da eleição, nós temos 80% dos votos mas, quem vai ganhar é a esquerda!” Gorou...

. Os motoristas dos veículos que servem à saúde municipal estão em greve por falta de pagamento. Até as ambulâncias estão sem se deslocar, salvo em extrema urgência. Já são dois meses desse novo atraso. Nada supera a irresponsabilidade associada à mentira.

. Lula errou feio quando comparou o massacre de Gaza ao massacre do Holocausto na II Guerra Mundial. Agora, sem Lula querer se retratar, Benjamin Netanyahu capitaliza para si em provocações constantes ao governo brasileiro.

. Os abraços de hoje, vão para: Roberto Medeiros, Zé Vieira, Gilcinea Mandú, Roberto de Neves, Ceição Casusa, André Vasconcelos, Francisca Sousa, Socorro Marcelina, doutor Rivaldo e Tiana, Joca Fernandes e Corrinha, Neily Medeiros, Carlos Antônio, Heloísa de Didi, Sócrates Antas, Marcelo Nunes, José Pereira Lima Neto, Zil Cordeiro, doutor Tião Bezerra, Eliete Marques, Cícero de Vanduí, Emília Florentino, Rilda Pereira, Aline Cordeiro, Evaldo Gambarra, Eliete Muniz, Mateus Rodrigues, Luquinha, Pipita Lima e Socorro de Zé Galego.



sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

A propaganda enganosa da Prefeitura de Princesa

Talvez por ser morador da Zona Rural, somente agora me chegou às mãos, um prospecto emitido pela prefeitura de Princesa, a título de fazer um balanço das atividades da administração em 2023 e desejar um "Feliz 2024" aos munícipes. Nada mais normal do que isso, não fora a enganação contida naquele impresso. No papel, o prefeito Ricardo Pereira do Nascimento, informa à população princesense, dentre outras realizações, as atividades desenvolvidas no setor da Saúde.

Num atestado de franca enganação e falta de respeito com o povo que paga impostos, Nascimento afirma, naquele documento, que a prefeitura de Princesa realizou, em 2023, 1.500 cirurgias eletivas e partos. Isso significa 4,1 cirurgias e partos por dia. O alcaide informa, no mesmo papel, que bateu o recorde quando realizou 7 mil tomografias no Centro de Imagens "Felipe Kumamoto". Ora, esse número, significa que foram feitas quase 20 tomografias/dia, incluindo aí sábados, domingos e feriados!

As mentiras referentes à área da Saúde são fáceis de serem detectadas porque, o próprio povo constata isso. Já as inverdades e a propaganda enganosa sobre os números da Educação, só podem ser constatadas através da avaliação dos alunos da Rede Pública Municipal, o que é uma verdadeira tragédia, uma vez que, apesar de ostentar o "melhor IDEB" da Paraíba, muitos dos alunos das 5ªs e 6ªs séries do ensino fundamental, não sabem ler nem escrever.

Isso é um acinte, uma falta de decoro e de respeito com a população princesense. É justamente a impunidade que vem estimulando o prefeito a continuar mentido para o povo. Quem não sabe que o Hospital "Deputado José Pereira Lima" está praticamente fechado? Quem não escuta, toda semana, denúncias de mulheres grávidas que procuram aquele serviço e são encaminhadas para parir em outras cidades? Contra fato não há argumento. Agora, contra mentira, se não existe a lei, existirão as urnas do dia 6 de outubro próximo, para evitar essa nefasta continuidade.



Prefeito Coco de Odálio anuncia vários apoios à sua reeleição

Além das várias obras que estão sendo realizadas por todo o município, o prefeito José Genildo da Silva, o popular Coco de Odálio, nos últimos dias, exulta com a grande quantidade de apoios que vem recebendo em prol de sua pretensão em concorrer à reeleição no próximo dia 6 de outubro. Além da reafirmação de apoios, novas adesões fazem parte também dessa nova leva de respaldos à sua exitosa administração. "Estou feliz em ver que o povo da minha terra reconhece o meu trabalho! Partiremos para a luta, pois, o que nos conforta é o apoio da população", afirmou o prefeito Coco.



Repentes Memoráveis LII

Os poetas Severino Feitosa e Zé Adalberto, num desafio com suas violas, se encontraram em Guarabira/PB. O primeiro, louvava o amor, o outro, cantava sobre a tristeza. Numa memorável construção, os dois improvisaram as seguintes sextilhas:

Sobre o amor:

Pela voz do coração

Ninguém segue a partitura, O amor é descendente Da família da ternura, E solidão é doença

Quem comprimido não cura.

Sobre a tristeza:

Quando as lágrimas flutuantes

Afogam meus aperreios, Subindo demais o nível

Deixando meus olhos cheios, É a ressaca das ondas

Dos sofrimentos alheios.



Senador Efraim Filho comemora retirada da MP da desoneração

Em entrevista coletiva, concedida ontem (22), o senador paraibano, Efraim Filho (União Brasil), comemorou a atitude do governo pela retirada de pauta da Medida Provisória que determina a reoneração das Folhas de Pagamentos das 17 indústrias mais produtivas do país, o que deverá ser substituído por um Projeto de Lei: "Seria inadmissível que uma MP se sobrepusesse a uma vitória política do Congresso Nacional", afirmou o senador.

Em sua fala, o senador reafirmou que essa decisão política fez prevalecer a decisão soberana do Congresso Nacional e admite, com o envio de um Projeto de Lei pelo governo, que será salutar a discussão sobre o tema, o que é por demais democrático. Na qualidade de liderança mais destacada do Senado Federal, Efraim tem feito a diferença no debate de ideias, o que eleva a Paraíba a um patamar diferenciado.



Secretário de Cultura de São José de Princesa promove reunião em prol da juventude

Focado na implementação de ações que deverão promover o desenvolvimento cultural daquele município, o secretário de Cultura, Vinícius Matuto, sob a orientação do prefeito Juliano Diniz, promoveu, nesta semana, uma reunião junto às secretarias de Educação e o Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste, ocasião em que foram traçados novos objetivos em prol do desenvolvimento cultural contemplando o segmento da juventude. Essa iniciativa possibilitará mais ações nos Esportes, Educação, Saúde, etc., buscando incentivar o protagonismo juvenil e gerar oportunidades para os jovens daquele município.



Justiça espanhola condena Daniel Alves a quatro anos e meio de prisão por estupro

Terminou ontem (22), o julgamento de Daniel Alves, em Barcelona, quando o jogador brasileiro foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão pelo crime de estupro perpetrado contra uma jovem de 23 anos. O crime ocorreu no dia 30 de dezembro de 2022, numa boate daquela cidade espanhola. Os advogados de Daniel informaram que vão recorrer da sentença. O jogador já está preso há mais de um ano.

Estupro é um crime que anda em moda no meio futebolístico, mas também tem sido verificado no âmbito da seara política, quando pessoas vulneráveis são submetidas à ação predadora de tarados que, usando das prerrogativas e dos meios financeiros, invadem o santuário do corpo de jovens indefesas. O abuso sexual no meio político se exacerba quando os criminosos se amparam numa pretensa imunidade que os deixa impunes quando, estimulados por isso, continuam delinquindo.

No Brasil, estupro é um crime hediondo e inafiançável que expõe os praticantes a penas que vão de quatro, até trinta anos de prisão. O artigo 213 do Código penal, diz: "Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena de reclusão de 6 a 10 anos". Em defesa das mulheres, no Brasil, deflagrou-se uma campanha com o slogan "Não é Não!"

No entanto, em alguns casos, a situação se agrava quando a vítima não tem sequer o direito de dizer NÃO! Isso, quando são atacadas em estado de inconsciência, provocado pelo agressor. No mais das vezes, esses crimes são até louvados nas farras promovidas pelos detentores do poder que, no gozo de prosperidade financeira, pensam que tudo podem e nada vem contra eles. Mesmo assim, aqui, acolá, a casa cai e, sob os escombros esses predadores têm a oportunidade de entender que não são invulneráveis à lei.



quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

A máquina, tanto ajuda quanto atrapalha

Igual ao trem de Luiz Gonzaga que partiu de Teresina pra São Luís do Maranhão quando, movido a lenha, tanto queimava como atrasava, podem ser as chamadas máquinas públicas nas eleições. Do jeito que ajudam, podem atrapalhar também. Exemplos disso nós já vimos ao longo do tempo, tanto no âmbito municipal como no estadual e no federal, quando prefeitos, governadores e presidentes que estavam no poder não conseguiram se reeleger e, alguns, também não lograram êxito na eleição de seus sucessores.

Até em Princesa, temos exemplos disso. Em 2000, Assis Maria era o prefeito e, concorrendo à reeleição, foi derrotado por doutor Sidney - um candidato que diziam, sem popularidade e que, nem o vidro do carro abaixava - com uma maioria de quase mil votos. Em Pernambuco, Miguel Arraes - um mito da política nacional - foi derrotado também quando buscava a reeleição. O exemplo mais recente é o de Jair Bolsonaro quando, em que pese ter feito todo tipo de concessão com o dinheiro público, mesmo assim, foi derrotado por Lula.

No mais das vexes, a máquina ajuda. Para isso, é necessário que o gestor saiba usá-la. No entanto, outras coisas também contribuem para a vitória ou para a derrota. Comportamentos, por exemplo, são fundamentais para atrair a confiança dos eleitores e também, os nomes que são apresentados. Afinal, o eleitor de hoje não é mais escravo do partidarismo; ele muda seu voto como quem muda de camisa e, quando o concorrente da oposição se apresenta fortalecido, essa mudança acontece mais depressa ainda. Às vezes, a máquina queima a lenha, mas o trem só faz atrasar.