ODE

quinta-feira, 19 de março de 2020

MACACOS DE AUDITÓRIO




O Poder tem poderes imponderáveis que muitas vezes nos impede de entendê-lo. Ontem, o nosso presidente Jair Bolsonaro, numa das atitudes mais ridículas já vistas no exercício do poder na República Brasileira, se superou. Pretextando fazer um solene pronunciamento à Nação sobre o grave problema de saúde que atravessamos por conta da Pandemia provocada pelo “Novo Coronavírus”, o “mito”, reuniu-se - num dos auditórios do Palácio do Planalto -, com os presidentes dos demais poderes (exceto o presidente do Congresso Nacional, que já está contaminado pela COVID-19), todos mascarados (com máscaras cirúrgicas), ocasião em que, de um por um, cada qual fez seu inócuo pronunciamento e, para tanto, a maioria tirava a máscara quando ia falar. Um verdadeiro circo, promovido pela maior magistratura do país. Para completar, ainda de máscara, o presidente disse que não vai se furtar de entrar no metrô, num ônibus ou numa barcaça do transporte público e se confraternizar com a população, acrescentando que atitude dessa natureza nada tinha a ver com demagogia ou populismo. Somente pela leviana irresponsabilidade dessas declarações, a reação da população veio a cavaleiro. Meia hora depois dessa ridicularia, aconteceu um baita de um “panelaço” nas maiores cidades do país em protesto a esse comportamento incompatível com a importância do cargo que ora é ocupado por um indivíduo completamente despreparado para exercê-lo. Para aqueles não tiveram a oportunidade de assistir (pela televisão), essa cena, procurem tomar conhecimento e verão o atestado da verdade quando da constatação da fisionomia dos ministros e demais autoridades, aboletadas naquela mesa liderada por Bolsonaro: todos , visivelmente constrangidos, ou seja, mascarados. O nosso presidente tem aproveitado, descaradamente, todas as oportunidades que se apresentam para fazer proselitismo de sua atuação política, mudando de posição de acordo com os humores da população. Quanto à grave situação de ameaça à saúde pública por que passamos Bolsonaro, igual a um camaleão, já mudou de discurso várias vezes. O Coronavírus que, há dois dias, segundo ele estava provocando histeria, hoje, em suas palavras, é “uma grave ameaça à saúde pública”. Lave as mãos.


(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 19 DE MARÇO DE 2020).

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