ODE

sexta-feira, 31 de maio de 2019

É ESSE O JORNALISMO DE CLASSE?





Sebastião Florentino de Lucena, mais conhecido como Tião Lucena é jornalista, blogueiro, procurador do Estado e, infelizmente, princesense. Na última quarta-feira (29/05/2019), Tião postou uma matéria em seu blog dando conta da reprovação das minhas contas, como prefeito de Princesa (2012/2016), pela Câmara Municipal. Não lamento pela notícia que é fato, mas pela forma como foi dada e pela identificação fotográfica. Como veem os que estão lendo esta matéria, a foto acima usada para me identificar foi escolhida a dedo para ridicularizar a minha pessoa. Aqui, como podem constatar estou usando também uma foto do blogueiro, que escolhi também a dedo: o Tião bonitão! Faço isso para mostrar a sua plástica que não é de se desprezar. Sua aparência física, apesar da idade, ainda é boa. Digo: a aparência exterior; porque, o conteúdo interior é mesmo de se lamentar. Filho de “seu” Miguel e de dona Emília - casal de pessoas da melhor qualidade -, não sei a quem puxou esse senhor, pois, vive a usar seu poder de comunicação para denegrir a imagem dos outros. Durante toda a minha administração como prefeito de Princesa, Tião não perdia oportunidade de macular a minha imagem e a da minha família. Cheguei a falar com ele e pedir-lhe que amenizasse mais as calúnias e as difamações. Em vão. Aí foi que ele acunhou mesmo. Inicialmente sem entender, depois é que manjei qual era a dele: bajular. Tachado de babão no meio jornalístico da capital, Tião, exerce essa prática com maestria. Com relação à minha pessoa, os ataques se exacerbaram depois que eu rompi politicamente com o governador do Estado a quem ele servia. Aliás, não se trata de serviço apenas ao “Boca Torta” mas, a todos os governadores que passaram pelo Palácio da Redenção desde que ele migrou daqui de Princesa para a capital. Tião, eu vou te dar alguns conselhos: Tu não careces disso não, homi! Tu és inteligente e bem informado. Bajular é um exercício próprio dos medíocres e tu não o és. A tua “babança” é superior à tua babaquice. Passaste todo o tempo divulgando meus naturais erros quando administrador do município sem realçar sequer um dos acertos – que foram muitos -, enquanto não noticias os desmandos do atual prefeito de Princesa a quem serves porque, aqui, ele [o prefeito] ampara a tua família sob o guarda-chuva dos cargos públicos. No último mês de março, o prefeito Ricardo Pereira - a quem bajulas -, foi condenado na Justiça Estadual e tornado inelegível e tu, não escreveste uma linha sequer sobre isso. A tua esperteza em bajular os poderosos causa ridículo à tua pessoa e tem te trazido alguns prejuízos. Fala-se, a boca pequena, que já foste obrigado a engolir jornal e, até ameaçado de ser surrado. Apanhar, sei que tu não apanhas, pois, princesense tem sangue nos zói. Porém, cuidado com essa tua esperteza bajulatória, pois, já dizia o saudoso Tancredo Neves: “Quando a esperteza é grande demais, ela engole o dono”. Oportunamente vou mandar pra ti um retrato meu de paletó e gravata, coisa que tu não conheces ainda, porque da minha conduta tu já tens conhecimento. Espero que com essa admoestação de amigo, tu te corrijas. Ainda há tempo, pois, mesmo na chamada “Terceira Idade”, em não estando caducas, as pessoas podem ainda mudar, se recuperar. Não sei se esse é o teu caso, mas, aproveitas para honrar os nomes de teus saudosos e decentes prógonos. 


(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 31 DE MAIO DE 2019.).

quinta-feira, 30 de maio de 2019

A IMORALIDADE ACUSADORA




     Ontem (29/05/2019), as contas referentes à minha gestão como prefeito de Princesa, foram submetidas à apreciação da Câmara Municipal. Os pareceres do TCE – Tribunal de Contas do Estado da Paraíba imputaram erros formais ou contábeis que, sanáveis são ainda passíveis de justificativas porque não denotam desvio de verbas tampouco evidências de locupletação deste que escreve com o que é público. O julgamento pela Câmara, que teve caráter eminentemente político e foi também ilegal e ilegítimo. A matéria em pauta necessitaria de quórum qualificado, ou seja: maioria de dois terços dos membros daquela Casa Legislativa. Acontece que, mesmo sem essa quantidade (sete parlamentares) de vereadores presentes ao Plenário daquela Câmara, a matéria foi submetida a votação recebendo a unanimidade dos 06 (SEIS) votos presentes, pela aprovação do parecer do TCE. Estranho que a Procuradoria Jurídica daquela Casa não tenha atentado para o que é óbvio: como pode uma matéria ser submetida a votação quando não estão presentes sequer a quantidade necessária de parlamentares que possam lhe garantir o quórum necessário? Será subserviência política ou incompetência profissional? Mesmo com esses procedimentos esquisitos, a matéria foi aprovada quando empurrada de goela abaixo, o que será por mim questionado na Justiça. Isso não me causou surpresa porque é essa a prática comum daquela Casa de Leis nesses tempos de governo de transformação. Surpresa maior causou-me a posição adotada pelos vereadores Valmir Pereira, Jaildo Paulino e Arnaldo Florentino. Estes - que fizeram parte da minha administração -, agora, sob pressão do atual prefeito (a quem aderiram politicamente), se manifestaram contrários à reprovação daquele parecer. O primeiro [Valmir], sendo titular do mandato ausentou-se para não votar; o segundo [Jaildo], em que pese os apelos pelo apoio político que fiz como aliado meu que foi, votou também pelo parecer e, o último [Arnaldo], na qualidade de suplente, talvez o mais beneficiado na minha gestão também se negou ao meu pedido de apoio político votando pela reprovação das minhas contas. Qual não foi a minha surpresa ao ver aqueles três vereadores que foram tão beneficiados durante o meu governo me virarem as costas num momento crucial em que poderiam prestar solidariedade àquele que tanto os ajudou? Mas isso eu já esperava, pois, conforme dizem os mais velhos: “Quem faz um cesto, faz um cento”. Trair, em seus dicionários, tem outra definição e outra conotação, pois, significa locupletar-se. Como se não bastasse, ontem mesmo deparei-me com nota divulgada nas redes sociais pelo ex-vereador e atual secretário de Infraestrutura, Givaldo Morais, agradecendo e parabenizando aos que votaram pela reprovação das minhas contas. Na nota, o ex-vereador taxou a minha gestão de desastrosa e promotora de erros irreversíveis. Ora, quem tem boca diz o que quer, porém, quem tem boca tem também ouvidos para ouvir o que não quer. Como pode ter sido desastrosa uma gestão que inaugurou seis Postos de Saúde; que trouxe para Princesa um Hospital de Reabilitação; duas Unidades de Acolhimento; que trouxe água para todos, do Rio São Francisco, através da Adutora do Pajeú; que deixou nas contas da Prefeitura R$=700.000,00 (SETECENTOS MIL REAIS) para a construção de calçamentos; que construiu e recuperou praças e campos de futebol; que prestava assistência total à saúde dos mais necessitados; dentre outros benefícios? O descaramento de Givaldo Morais é tamanho que ele esquece que, com seu dedo sujo não pode apontar defeitos à minha administração. Qual a moral que tem esse senhor em criticar-me, ele que foi demitido a bem do serviço público, da moral e dos bons costumes quando não se comportou condizentemente no exercício do cargo de Agente Comunitário de Saúde? Esse cidadão de passado nebuloso que, além de desprovido de educação doméstica, escolar e social, na sua “mastológica” vocação vem causando sérios prejuízos à cidade quando não se apresenta vocacionado para o exercício do cargo de secretário de Infraestrutura, uma vez que todos sabem e veem o estado em que se encontra a cidade: completamente abandonada. Quero dizer aqui ao deslustrado e deslustroso ex-vereador que, quando for defender seu indefensável chefe, aquele que fechou escolas, hospitais, matadouro e bibliotecas; aquele que acabou com a saúde de Princesa; aquele que adora carrões e sabe, como ninguém, comprar vereadores; mande alguém que sabe escrever fazê-lo, pois, Vossa ex-excelência, analfabeto e iletrado que é, causa pena tanto quando fala quanto quando escreve num constante assassínio do nosso vernáculo. Outra recomendação que faço ao senhor: ao invés de fazer de sua esposa uma títere em suas mãos quando no “comando” da Câmara Municipal, vá limpar o seu colega (o lixo) que está tomando conta de toda a cidade.


ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 30 DE MAIO DE 2019.

PERFIS DE FILHOS ILUSTRES DE PRINCESA




ANTÔNIA FLORÊNCIO CARLOS DE ANDRADE, mais conhecida como “Dona Toinha”, princesense de boa cepa, pois, filha do major Feliciano Rodrigues Florêncio (um dos principais troncos das famílias tradicionais de Princesa) e de dona Joaquina Carlos. Casou-se com Manoel Carlos de Andrade que era funcionário da antiga Mesa de Rendas (atual Coletoria Estadual) e irmão do coronel José Pereira Lima. Dessa união, nasceram os filhos: José Carlos, Maria das Neves, Maria do Socorro, Policarpo, Terezinha e João. Dona Toinha era o que se pode chamar de “mulher macho” sem macular sua feminilidade. Nos idos de 1930, por ocasião da “Guerra de Princesa” essa varoa teve importante participação naquele conflito. Destemida e determinada, ela fez parte ativamente daquela luta. Pois, enquanto quase a totalidade das mulheres das boas famílias de Princesa se refugiaram nas cidades vizinhas do estado de Pernambuco (Flores e Triunfo), “Dona Toinha” permaneceu em Princesa durante toda a luta (de fevereiro a julho de 1930), prestando seu apoio aos combatentes e participando também das estratégias traçadas pelos comandantes daquela Revolta. Segundo a historiadora princesense Serioja Rodrigues Cordeiro Mariano, em seu livro: “Signos em Confronto? O Arcaico e o Moderno na Cidade de Princesa (PB) na década de 1920” pp. 178 e 179: “A literatura sobre a revolta diz que ficou uma só mulher na cidade, o que foi reforçado nos depoimentos:”
(...) as mulheres saíram tudo daqui de Princesa, aqui só ficou Toinha Carlos; era mulher de Manoel Carlos, o delegado, era muito mandona, o marido não mandava em nada este era irmão de Zé Pereira, mas ela mandava naquela redondeza toda, o povo tinha muita atenção a ela, era mulher cangaceira como se diz. As outras tudo se mudaram daqui só ficou ela. (...) Quando João Pessoa morreu aí cumadre Toinha foi presa, botaram ela em cima dum carro aberto ela e os filhos, e levaram ela presa pela cidade em cima de um carro (...)”. (depoimento de dona Lindaura Cordeiro Mariano).
     Como vemos, “Dona Toinha” era uma mulher singular, o que faz-nos lembrar da coronela do Ceará, Dona Fideralina Augusto, avó do doutor Ildefonso Lacerda que foi barbaramente assassinado em Princesa em 1902 (por coincidência, crime que teve a participação de um dos irmãos de “Dona Toinha”), que mandava e desmandava em toda a região do Cariri cearense, polarizada pela cidade de Lavras da Mangabeira. Como vimos a cunhada do coronel Zé Pereira permaneceu, destemidamente, durante todo o tempo da luta de resistência de Princesa, em sua casa dando conta de seus afazeres domésticos e das necessidades dos que lutavam nos campos de batalhas. Relata-se que, Nominando Muniz Diniz, mais conhecido como “Seu Mano” (que viria a ser o futuro prefeito de Princesa após a eclosão da Revolução de 30 que apeou o coronel Zé Pereira do poder em Princesa e que teria sido o executor da prisão dessa valente mulher), que havia se retirado da cidade - por ocasião do conflito -, para o município pernambucano de Triunfo, vinha, todos os sábados (dia de feira em Princesa) para cuidar de seus negócios, ocasião em que tomava café e almoçava na casa de “Dona Toinha”. Tivera tido maior oportunidade, haver-se-ia tornado, “Dona Toinha”, também uma coronela? Mandona que era, tivesse tido maiores oportunidades ter-se-ia consagrado como a nossa “Maria Quitéria”? Sabe-se hoje que, além de dar ordens, sua casa constituiu-se, à época, uma espécie de Quartel General da “Guerra de Princesa”, pois, já agora nos anos 1980, foram encontrados, embutidos nas paredes de sua casa, vários cartuchos para rifles e fuzis, semelhantes aos mesmos usados na revolta de 1930.
     Pelo seu destemor e sua coragem em desafiar os poderosos que venceram a Revolução, foi Antônia Florêncio, vítima de prisão com todos seus filhos menores e conduzida, em cima de um caminhão, exposta ao deboche público para satisfazer à execração de seus adversários. Conta-se que, mesmo sofrendo tamanha humilhação, pôs-se aquela valente mulher, de cabeça erguida sem se submeter aos vitoriosos que, se antes se faziam de seus amigos se constituíam agora em seus algozes. Faleceu, “Dona Toinha”, já em idade provecta, nos anos 70, morando na mesma casa em que sempre viveu e sempre orgulhosa de sua coragem e compromisso com sua Terra.


ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 30 DE MAIO DE 2019.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

PERFIS DE PRINCESENSES ILUSTRES








BENEDITO BAPTISTA PEREIRA nasceu em Princesa, mais exatamente no Sítio “Alegre”, distrito de Tavares que, à época, pertencia a Princesa, em 10 de outubro de 1934, filho de Joaquim Baptista Pereira e de dona Anna Baptista da Silva. Viveu ali até os cinco anos de idade quando se mudou com sua família, para a então Vila (hoje cidade) de Nova Olinda, onde residiu com seus pais durante dez anos. Incentivado por parentes que residiam no estado do Maranhão, migrou para a cidade de Grajaú, naquele Estado já no ano de 1949. Residiu nessa cidade até janeiro de 1960. Concluiu o curso primário no “Educandário Sagrada Família” das irmãs capuchinhas em 1950 e fez o curso ginasial no “Ginásio Gomes de Sousa”, concluindo em 1955. Em 1956 fez, em Fortaleza, o curso médio de Educação Física. De janeiro de 1960 a abril de 1963 residiu em Amarante/MA, onde se elegeu Vereador e foi Mestre-Escola. Na qualidade de edil mirim, criou o Hino do município de Amarante. Em 1963 mudou-se para a cidade de Imperatriz/MA onde se fixou definitivamente. Nessa cidade, durante os anos de 1969, 1970 e 1971, fez o Curso Normal (2º Grau) na “Escola Normal Pedagógica de Imperatriz” e lecionou nos colégios: “Bernardo Sayão”; “Escola Técnica de Comércio de Imperatriz” “Ginásio Bandeirantes” e foi diretor do “Colégio Ebenezer”. De maio de 1963 até abril de 1964, foi diretor do Departamento de Educação da Prefeitura Municipal de Imperatriz. Nomeado pelo então governador José Sarney para o cargo de auxiliar do Controle Fiscal, assumiu, interinamente, a Coletoria do município de João Lisboa/MA. Em 15 de novembro de 1970 foi eleito Vereador à Câmara Municipal de Imperatriz. Em 1977 e 1978 foi nomeado Secretário Municipal de Educação e Cultura desse município maranhense. Entre 1979 e 1980, foi Diretor Regional de Educação do Estado e assessorou o prefeito Bayma Júnior de São Luís. Foi também Secretário de Administração do município de Açailândia/MA. Benedito Baptista, além dessa vasta atuação nos meios políticos do estado do Maranhão teve também profícua atuação também no campo literário: publicou, em 1985, o livro de poesias “Canto Ocasional”; lançou, oficialmente em 1986, o livro “Cultura Popular Maranhense – do Grajaú ao Tocantins”; foi membro efetivo da Academia Imperatrizense de Letras; em 2001 escreveu o livro “Melopéia Dual”;  lançou, em 2009, o livro “Antologia Poética”, obra que reuniu a coleção de todos os seus livros mais algumas poesias inéditas. Pouco antes de morrer, estava escrevendo sobre as lideranças políticas do Alto Sertão (Cangaceiros e Coronéis) e sobre sua participação na vida pública, uma espécie de autobiografia. Faleceu, esse princesense ilustre pela sua vasta atuação tanto no campo da política maranhense como no da literatura, em 11 de setembro de 2009, em Imperatriz, devido a complicações respiratórias. Foi velado no Salão Nobre da Academia Imperatrizense de Letras, ocasião em que recebeu várias homenagens de familiares, amigos, correligionários e confrades da Academia, tendo sido sepultado em 12 de setembro de 2009 às 17:00 horas.


ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 30 DE MAIO DE 2019.

O POLITICAMENTE CORRETO


Foto internet

     Nestes tempos de exacerbado policiamento das minorias quanto ao comportamento da maioria, vez por outra nos deparamos com situações que se nos apresentam bastante esquisitas. Ontem, assistindo ao noticiário televisivo, surpreendi-me com um fato interessante: uma agência bancária foi interditada porque não permitiu que fosse, em sua fachada, divulgada através de banners e cartazes, a realização de um “casamento gay”. Ora, por que tamanha fiscalização proibitória somente porque dois homens se uniram legalmente para um convívio afetivo comum? E também, qual a necessidade de se fazer divulgação pública de uma união que, se considerada legítima, não é normal? Aí é que a coisa fica desequilibrada, pois, o que antigamente era considerado crime (na Inglaterra do século passado, o exercício do homossexualismo era considerado ilegal, punível até com a prisão dos que a praticavam, o que aconteceu até com um escritor famoso daquele país: Oscar Wilde), hoje é legal com a quase obrigação (não somente o direito) de divulgá-la aos quatro ventos como que incentivando aos jovens fazê-lo porque é moderno (da moda) e normal. Nada contra a união afetiva de duas pessoas do mesmo sexo. Isso é um direito de cada um, não somente hoje, mas o que já deveria ter sido admitido há muito tempo. Porém, fazer apologia do “casamento gay” como se fora uma coisa normal ou propagandear o evento como que no intuito de incentivar para que aconteça acho por demais esquisito. Afinal, casamento, como bem definem os dicionários da língua vernácula - a exemplo do Houaiss: “casamento - união voluntária de um homem e uma mulher, nas condições sancionadas pelo direito, de modo que se estabeleça uma família legítima” e diz também: “casal: par formado por macho e fêmea; marido e mulher” -, já se define por si só uma vez que se destina ao acasalamento e, consequentemente, à procriação e à formação de uma família. Portanto, se dois homens juntos ou duas mulheres juntas – em ambos os casos em conjunção carnal -, não detêm o poder natural de procriar isso não pode ser considerado um casamento. Preconceito? Exclusão? Não! A nomenclatura do ato não pode ser a mesma, pois, atendendo às exigências desses tempos do politicamente correto, porque não chamar, simplesmente, de “União?”. O uso de termos equivocados denota uma retaliação aos tempos em que havia repressão aos gays. Isso nada constrói tampouco o uso do termo correto em nada diminui a importância do ato que se justifica por que é fato e direito de quem o escolhe para si. Por que os noticiários da Rede Globo insistem em chamar aquela que foi unida afetivamente à vereadora carioca assassinada, Marielle Franco, de viúva e não de companheira? Ainda de acordo com o dicionário Houaiss: “viúva – mulher cujo marido morreu e não se casou de novo”. Às vezes fico a pensar que o preconceito se manifesta de forma inversa, pois, o que considero importante é a conquista das minorias homossexuais e não a desnecessária apologia dessa nova situação que, se não bem explicada às crianças e aos adolescentes pode causar confusão em suas mentes e agressões comportamentais. Sei que serei criticado por alguns setores que defendem com unhas e dentes essa nova bandeira, porém, não me aparto do direito de dizer o que penso e afirmo por fim que, não sou contra a união de duas pessoas do mesmo sexo, apenas reprovo a forma como a conduzem, principalmente quando consideram esse fato algo de tamanha importância que deve ser divulgado aos quatro ventos como se fora o novo modus vivendi recomendado para os jovens ou que deve ser louvado por todos.


ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 29 DE MAIO DE 2019.

PERFIS DE PRINCESENSES ILUSTRES




WALDEMAR EMYGDIO DE MIRANDA, nasceu em Recife em 05 de agosto de 1897, filho do professor Auxêncio da Silva Viana e de dona Maria dos Passos de Miranda Andrade.
Ainda pequeno, seus pais resolveram, no início do século passado, mudarem-se para a então Vila Bela (atual Serra Talhada/PE) onde abriram uma escola particular na Praça Sérgio Magalhães, centro daquela Vila. Ali, viveu Emygdio de Miranda com seus pais até os 18 ou 19 anos de idade. Logo cedo se tornou afeito ao uso de bebidas alcoólicas o que o faria contumaz consumidor e, mais tarde, completamente dependente e viciado. Desprezava Miranda, as coisas de valor material. Romântico e muito inteligente, desde cedo se revelou um amante da poesia. Conviveu desde cedo em contato com os livros que eram os instrumentos de trabalho de seus pais. Ainda muito jovem começou a escrever poesias e poemas que encantavam as rodas dos saraus literários daquele tempo. No afã de divulgar seu trabalho e de participar de eventos culturais em outras cidades, começou a viajar em visita às cidades vizinhas a Vila Bela. Visitou as cidades de Caruaru, Arcoverde, Triunfo e Princesa. Chegando em Princesa, no início dos anos 20, encantado com a efervescência cultural que encontrou na Vila paraibana, ali aportou com vontade de ficar. Encontrou campo fértil para o desenvolvimento de sua arte literária até porque incentivado pelo coronel José Pereira Lima, de quem se fez amigo por ser este também um amante da arte da poesia e, portanto, promotor da cultura do lugar. Influenciado pelo Movimento Modernista promovido em São Paulo quando aconteceu naquela cidade a revolucionária “Semana da Arte Moderna”, Emygdio de Miranda, inspirado nesses novos ares artísticos e culturais, escreveu ao pioneiro do Modernismo no Nordeste, Joaquim Inojosa: “É preciso entanto, confessar que ainda há bem pouco, fôra eu partidário decidido das ideias velhas... Confesso o meu grande pecado em haver sido passadista”. No dia 17 de outubro de 1925, Emygdio de Miranda fundou em Princesa uma “Sociedade de Letras” denominada “Grupo Literário Joaquim Inojosa” e comunicou ao patrono em 28 de outubro de 1925: “Ilustre doutor Joaquim Inojosa, Recife. Os signatários da presente, membros efetivos do Grupo Literário Joaquim Inojosa (sic) que nesta localidade foi fundado sob o vosso patrocínio, com os nobilíssimos intuitos de trabalhar pela Escola Modernista cujo supremo chefe aqui no Nordeste é o erguido vulto, emocionados agradecem vossa carinhosa lembrança pela remessa que fizeste dos exemplares da Arte Moderna e o Brasil Pandeiro (...)” (Paulo Mariano – pp. 176 e 177). Com a iniciativa de instalar em Princesa o Movimento Modernista, Emygdio de Miranda fez com que a nossa cidade (então Vila) fosse a única cidade no estado da Paraíba a dar apoio ao Manifesto Modernista de 1922. Além de poeta, foi também, Miranda, professor tendo desempenhado essa função, com muita competência, em Princesa. Na verdade, o poeta, de todas as cidades por onde passou fez destacar o seu interesse especial pela Vila paraibana, pois, era aquele lugar - nos anos 20, período que precedeu a ”Guerra de Princesa” -, um recanto de prosperidade pelas riquezas que produzia advindas da cultura do algodão, uma vez ser Princesa o maior produtor desse têxtil no estado da Paraíba.
     Emygdio de Miranda não teve o prazer de ver suas poesias compiladas e publicadas em vida. Após sua prematura morte – causada, principalmente, pelo vício do alcoolismo – ocorrida em 29 de maio de 1933, teve, pela generosidade de alguns amigos, seus poemas publicados em dois livros póstumos: “Rosal” e “Rosa da Serra”. Em uma dessas publicações está essa magnífica poesia:

A UM BURGUÊS

Tu, ventrudo burguês analfabeto,
Escultura rotunda da irrisão,
Para quem o viver mais limpo e reto
Consiste em ser devoto e ter balcão;

Tu, que resumes todo o teu afeto
No dinheiro – o metal da sedução
Pelo qual negociarás abjeto
Tua esposa, teu lar, teu coração,

Escuta, ó ignorantaço, o que te digo:
Esse ouro protetor, que é teu amigo,
Que te deu o conforto de um paxá,

Pode comprar qualquer burguês cretino;
Mas a lira de um vate peregrino
Não compra, não comprou, não comprará.

     Emygdio de Mirando morreu pobre e abandonado na então vila de Rio Branco (atual Arcoverde/PE) onde foi enterrado como indigente. Hoje (29/05/2019), quando se completam 86 anos de seu falecimento, prestamos esta homenagem àquele que, mesmo não tendo nascido em Princesa, pode ser considerado princesense (como muitos outros que abordaremos aqui) uma vez que deu grande e significativo contributo para a construção do nosso legado cultural.

ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO EM 29 DE MAIO DE 2019.

LULA-LÁ

Foto internet


     Desde os tempos de escuridão democrática quando o País era comandado pelos militares, existiam setores que almejavam mudanças na sociedade brasileira, alimentando o sonho da instalação de um governo popular lá em Brasília. Isso criou corpo - ainda como embrião -, já em 1978 por ocasião das greves dos metalúrgicos em São Paulo e foi crescendo ao longo dos anos, culminando com a anistia e a campanha das “Diretas Já”. Quando da realização, em 1989, das primeiras eleições presidenciais, desde 1960, o eleitorado brasileiro já causou surpresa quando conduziu Lula ao segundo lugar pela disputa no segundo turno daquelas eleições, concorrendo com o ex-governador alagoano Fernando Affonso Collor de Mello. Ninguém esperava, foi surpresa geral. Todos achavam que quem disputaria com Collor seria o ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola. Abertas as urnas do segundo turno constatou-se que Lula quase chegou lá. Animado com esse resultado inesperado, Lula disputou as eleições seguintes realizadas em 1994 e 1998. Foi derrotado nas duas por Fernando Henrique Cardoso ainda no primeiro turno. Com essa performance de quase Lá, Lula metia medo nos detentores do poder econômico. Em 2002, imbuído dessa dificuldade, candidatou-se novamente, porém, teve o cuidado de divulgar uma “Carta Aberta à Nação” dizendo que, em termos econômicos, rezaria nas cartilhas do stablishment. Ganhou a eleição no segundo turno, derrotando o então senador José Serra. Nessa campanha eleitoral, embalada pelo hino “Lula-Lá” (aliás, uma criação do princesense Otávio Augusto Sitônio Pinto), o torneiro mecânico, nordestino e iletrado chegou Lá. A saga eleitoral de Lula vale menção por que foi realmente um périplo antológico: para tomar conhecimento das coisas e das necessidades nacionais, percorreu todo o País por várias vezes; perdeu três eleições presidenciais consecutivas; enfrentou o poder econômico, mas, chegou Lá. O mérito não foi somente dele [Lula]. Havia toda uma mobilização para levá-lo ao poder. Instalado em Brasília, realizou um governo que se compara, hoje, aos de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek. Eleito em 2002 e reeleito em 2006, comandou um governo transformador quando valorizou a educação; incluiu a região Nordeste no contexto da economia nacional; dotou a saúde de novos parâmetros de atendimento, principalmente voltado aos mais carentes; dentre outras realizações de grande monta. Não bastasse comandar o País para um novo rumo, comandou também uma quadrilha que assaltou os cofres do Estado que foi ao longo de seus dois mandatos, aparelhado para servir a um partido: o PT. Isso, em que pese haver sido uma praxe nos governos que o antecederam, reacendeu a raiva das classes “superiores” dando-lhes oportunidade de antever a possibilidade de apear o metalúrgico do poder. Aí começou a urdidura que culminou com a prisão do ex-presidente, considerado um dos mais populares que o País já teve. Traçaram tudo direitinho chegando ao ponto de autoridades judiciais serem beneficiadas com cargos importantes como que em agradecimento pela contribuição que deram para a derrubada do nordestino iletrado. Não digo aqui que Lula não tem culpa. Porém, pergunto: só ele? E os outros? Afinal, fica a constatação de que os que não queriam Lula-Lá urdiram competentemente e puseram Lula-Lá, na cadeia, para a decepção e tristeza de seus muitos admiradores e para o deleite dos que estão agora usufruindo o poder sem demonstrar competência para tanto tampouco evidências de lisura com a coisa pública, pois, baseado nas acusações imputadas aos parentes do atual presidente, faço minha a assertiva de um amigo quando disse: “A gang de Lula formou-se ao longo de seus governos, porém, a de Bolsonaro já veio pronta”.


ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 30 DE MAIO DE 2019.

terça-feira, 28 de maio de 2019

APELO HISTÓRICO E CULTURAL



      

Como é sabido por todos, adentrei, há pouco tempo,  nesse mister de blogueiro. A minha intenção principal é a de divulgar as notícias e, principalmente, fazer resgates da história da nossa Terra que, se não feitas agora, poderão perder-se com o tempo. Imbuído da certeza de que habitamos – como já disse meu amigo doutor Valdério -: ”O chão mais histórico da Paraíba”, acredito termos a obrigação de dar conhecimento a todos da importância da nossa Princesa. Esta cidade, como todos sabem, fez parte de eventos que transformaram o Brasil, à exemplo da “Revolução de 1930”. É uma cidade mãe de muitos homens e mulheres ilustres que enalteceram e enaltecem o nome dela [Princesa] aqui e alhures. Diante de tudo isso, uso deste espaço para fazer um apelo àqueles que, possuidores de arquivos importantes – próprios ou herdados de seus antepassados -, principalmente aqueles contidos de fotografias antigas, se disponham a encaminhar para este que escreve, pois, como sabem, estamos usando este blog para resgatar a memória de Princesa, escrevendo sobre seus filhos ilustres. Nessa empreitada, estamos com muitas dificuldades em encontrar fotografias e documentos que possam enriquecer esse resgate histórico. Como exemplo, cito aqui (só para ilustrar) a necessidade de fotografias dos seguintes princesenses: ANTÔNIO EUGÊNIO BESÊRRA; MESTRE BELINHO; BARTOLOMEU MAIA; CÍCERO MARROCOS; CORONEL FLORENTINO; DOUTOR ZEZITO SÉRGIO; FRANCISCO DE ASSIS RODRIGUES (CHIQUINHO DE ZEZINHO OURIVES); JOAQUIM GOMES; MAESTRO JOAQUIM LEANDRO DE CARVALHO; MAESTRO JOSÉ COSTA; FERREIRÃO; JOSÉ FLORENTINO DUARTE; “PAI” ZÉ; JOSÉ PEREIRA CARDOSO; LAURINDO GOMES MACIEL; LUIZ ROSAS; LULU CRISTÓVÃO; ORLANDO  PARAJARA DUARTE; OSWALDO TRAVASSOS; PEDRO FOGUETEIRO; OTÁVIO AUGUSTO SITÔNIO PINTO; TOMÉ FRANCISCO e EIJE KUMAMOTO. Além de fotografias, solicitamos aos que possam ter a boa vontade de contribuir com esse resgate histórico, que enviem também dados essenciais para a feitura desses perfis biográficos que, com certeza, serão de grande valia para o entendimento e a compreensão da história da nossa Terra. Aos que tiverem essa boa vontade, indico aqui o meu WhatsApp para que possam enviar: 996028137. Ficarei grato a todos aqueles que se prestarem a ajudar nesse resgate histórico, assegurando que divulgarei os créditos de quem se dispuser a contribuir nessa empresa cultural.

ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 28 DE MAIO DE 2019.