ODE

quarta-feira, 30 de junho de 2021

CHEIROS E SABORES DE PRINCESA

Vez por outra, me pilho trazendo à tona, recordações por demais agradáveis. É certo que o nosso nariz é o responsável por grande parte das nossas lembranças. Qual o princesense, com mais de 60 anos, que não lembra dos cheiros de antigamente? Quando Princesa era pequenina, até o coar do café na casa vizinha cheirava dentro da nossa. Quem não lembra do cheiro do cachorro-quente de Maria Costa, na frente do Ginásio Nossa Senhora do Bom Conselho?

Como num filme antigo, estou vendo Nana vendendo rolete de cana na frente do cinema ou no circo da Viúva. Nada mais gostoso do que o cavaco chinês de “seu” Manezim Pereira. E o doce de leite de dona Hosana Sitônio?A salada de frutas de Odívia Maximiano e seu picolé de laranja enfiado num palito de dentes era coisa das mais chiques que conhecíamos.De repente lá vinha Passarinho com uma taba repleta de pirulitos e castanhola. Sem esquecer o quebra-queixo de Chico Pezinho.

Não esqueço também, quando descia para a escola,  “Gama e Melo” e via, na calçada de dona Maria de Cordeiro Grande, uma grande cheia de alfenim. Nesse percurso, encontrava, às vezes, o galego de “seu” Feliciano vendendo cocada de leite e “rarrolêta de parede”. A melhor tapioca com coco era a de Laura Costa e, o capilé de seu irmão, João Costa, era mais gostoso do que o ponche que tomávamos em casa.

Essas lembranças nos deixam com água na boca e com uma saudade danada da Princesa romântica que foi e não volta mais. Nós tínhamos um cantinho nosso, particular. Hoje, em face da padronização de tudo, Princesa é somente mais uma, igual às demais. Lembrar é viver de novo.



 

EX-VICE-PREFEITO DE TAVARES DECLARA APOIO AO DOUTOR ALEDSON MOURA

 

Faltando pouco mais de um ano para as eleições de 2022, lideranças e pré-candidatos já começam seus movimentos em prol de apoios. Ontem, em reunião informal, o ex-prefeito da vizinha cidade de Tavares, o médico doutor Hermógenes Albuquerque, declarou seu apoio à futura candidatura do também médico, doutor Aledson Moura, a deputado estadual.

Com essa declaração, Hermógenes repete comportamento adotado nas eleições de 2018 quando, juntamente com seu grupo, arregimentou quase 1.800 votos em favor do doutor Aledson. Apoio por demais importante uma vez constatar-se que a influência do ex-vice-prefeito, médico conceituado e querido por muitos, se estende por toda a Serra do Teixeira.

A pré-candidatura do doutor Aledson Moura se reveste de grande importância pelo fato de que, na qualidade de representante da região polarizada por Princesa, com reverberação por toda a Serra do Teixeira, Vale do Piancó e demais municípios paraibanos, obteve, nas últimas eleições (2018), quase 17 mil votos e, desta feita, partirá turbinada sob o amparo de apoios, os mais diversos.

Embora cedo, é de bom alvitre essa movimentação. Desde 2003, portanto, há quase 20 anos a nossa região não tem um representante na Assembleia Legislativa do estado da Paraíba. Pela expressiva votação obtida no último pleito estadual, o nome do doutor Aledson se apresenta com grande viabilidade de sucesso eleitoral, o que traz a esperança de que Princesa volte a figurar no cenário político da Paraíba.



PENSAMENTOS DO DIA

“Um homem bem alimentado dificilmente acredita que outro esteja com fome”

Provérbio africano

 

“Oh, como é confortador saber que os ricos nos amam, ainda que nos deixem morrer de fome!”

Jean-Paul M. Xand

 

“Quantos amigos, quantos parentes nascem numa noite para um novo ministro!”

Jean de La Bruyère




terça-feira, 29 de junho de 2021

JARDINEIRA E O CONCURSO DA PREFEITRUA

Pecador quem me contou e eu não posso deixar de compartilhar com vocês esse acontecido. Se passava a década era a 80 e em Princesa Isabel ia ter concurso da prefeitura com a finalidade tão somente de regularizar os apaniguados do Palácio do Cancão e nada mais. 

Se alguém passasse que não fosse do cordão do edil teria sido pura sorte ou descuido dos que faziam a correção das provas. José Gonçalves nosso maior gari, também conhecido por Jardineira tinha que prestar o concurso, mais esse era analfabeto de pai e mãe e sem perder tempo e usando seu lado partidário foi até o prefeito e contou a sua situação. 

O prefeito entendeu perfeitamente e garantiu a ele que podia fazer a prova que garantia a sua aprovação. Jardineira saiu de seu gabinete e esse mandou chamar a turma que ia aplicar as provas e foi logo dizendo aos professores: olha senhores, tem um rapaz que trabalha de gari, muito bom, pai de família e ele não ler e nem escreve e eu queria que vocês fizessem alguma coisa por ele. Todos os professores concordaram e disseram: pode deixar que na turma que ele cair, a gente ajeita ele. Qual é mesmo o nome dele? O prefeito deu um papel com José Gonçalves, vulgo Jardineira.

Chegou o dia da tão esperado da prova, Jardineira chega cedo, procura sua sala, o fiscal assim que vê seu nome, José Gonçalves, já leva o mesmo pra sua cadeira numerada e ciente do que se passa espera a hora certa para aplicar o tipo de prova específica para nosso concurseiro. Quando todos já estavam a postos para começarem a fazer suas provas, o fiscal chama José Gonçalves para ir até seu birô que ficava na frente, Jardineira foi e o fiscal disse que tinha um tipo de prova diferente para e essa era oral, ele tinha que responder três perguntas e tava livre de sua prova. Jardineira certo de que saberia responder todas as perguntas disse categoricamente: “Pode preguntar”.

A fiscal de prova lhe faz então a primeira pergunta: 

-Qual o veículo que o homem anda sobre duas rodas? Jardineira responde: Mota

-Teria outro veículo que tem duas rodas e homem sempre anda?

Jardineira: Bicicreta

-Pra terminar, seu José Gonçalves, o que é que o macaco come?

Aí jardineira foi enfático em sua resposta: A macaca

Kkkkkkk (risos)

Não seria banana não, seu José Gonçalves?

Não! Ele se alimenta de banana, mas comer mesmo, ele come é a macaca.

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Com essa sinceridade toda, Jardineira foi aprovado e até hoje faz parte do quadro de garis efetivos da prefeitura de Princesa Isabel.


Por Rena Bezerra




segunda-feira, 28 de junho de 2021

PARECE QUE AS ELEIÇÕES DO ANO QUE VEM JÁ COMEÇAM A MUDAR O TOM

 

Escutando o programa radiofônico “A Princesa que Você Quer”, comandado, ontem, pelo ex-candidato a prefeito, Sidney Filho, observei que o tom mudou. Agora, o discurso é outro. Não sei se aproveitando o quase vazio de oposição a Nascimento, ou se de olho nas eleições do próximo ano, só sei que o tom mudou. Parece que agora, o trunfo voltará a ser “paus”.


Já no início do programa, foram muitas as críticas à atual administração. O que antes só era dito pelo âncora ou pelos coadjuvantes, desta feita foi comandado por Sidney Filho. Esgotos a céu aberto; asfaltamento das ruas principais que se restringem a promessas vãs; salários atrasados; Postos de Saúde sem médicos; críticas à propaganda eleitoral extemporânea, enfim, um caudal de denúncias que causa estranheza.


Foram quase três anos de discurso “água com açúcar”, mas agora parece que o caldo vai engrossar. Acabou o pacto de paz e amor? Certamente, esse comportamento se deve à nova tomada de posição no xadrez eleitoral. A disputa do ano que vem vai polarizar novamente a política princesense. De um lado, Nascimento e Moura com João Azevedo pela reeleição. Do outro, O grupo Diniz em prol do nome de Romero Rodrigues.


O saco de gatos não para por aí. Quanto aos apoios às candidaturas a presidente da República, a conformação já tem outra nuance. Enquanto o prefeito (que já vestiu a camisa) e seu grupo deverá apoiar a candidatura do presidente Bolsonaro - o que deverá ser seguido pelas lideranças do grupo Diniz -, os Moura deverão emprestar apoio à candidatura do ex-presidente Lula.


Na verdade, toda eleição é diferente uma da outra. No pleito do próximo ano, quanto às candidaturas majoritárias, o povo, certamente fará sua escolha ao bel prazer, como o fez em 2018, quando o candidato anti-Bolsonaro obteve em Princesa mais de 90% dos votos. Essa dança política local não embaralha a cabeça do eleitor. Pelo contrário, traz no seu bojo um componente revisionista, o que permitirá alguns consertos, algumas mudanças de percurso. 


Quanto ao novo comportamento do grupo Diniz, faço aqui um alerta: essa mudança de tática - quando transformam o quadro que apresentam dominicalmente num programa de utilidade pública -, poderá lhes custar uma moção de repúdio ou um título de persona non grata, outorgado pela Câmara Municipal de Princesa. Prudência e caldo de galinha não ofendem a ninguém.





UMA AGENDA PARA OS VEREADORES DE PRINCESA

 

“Enquanto os fariseus ladram e mentem, surdo, eu fiscalizo as obras do prefeito”. São estas as palavras do vereador Irismar Mangueira, em tom de slogan, quanto às críticas deste Blog à atuação dos vereadores à Câmara Municipal de Princesa. Esqueceu, o nobre parlamentar mirim de acrescentar o termo “eu vejo”. Obras feitas por uma administração municipal (a qual ele fiscaliza) são coisas necessárias e corriqueiras.


O que salta aos olhos e o diligente vereador Mangueira não está vendo, são os atrasos salariais (em 3 ou 4 meses) dos servidores municipais contratados e comissionados; são os esgotos a céu aberto em vários Bairros; são os Postos de Saúde da Lagoa de São João, do Entremontes e da Saudade, sem médicos, dentre outros malfeitos ou não feitos pelo prefeito que ele apoia.


Essa agenda de visitar obras feitas e estabelecimentos que ainda estão funcionando, serve apenas de propaganda eleitoral para o próprio vereador, quando empurra para debaixo do tapete a verdadeira face dessa administração insensível. Que sirva isso de alerta para os demais vereadores para que criem também suas agendas em prol dos interesses da população, fiscalizando o fiscal.





PENSAMENTOS DO DIA

 

 

Ó Deus! Te esqueceste do mundo? Até quando deixarás sem castigo os demagogos corruptos e os falsos líderes que tripudiam sobre nós?”

Isabel Fuentes del

Valle

 

“Todos somos corruptos. Ninguém pode atirar a primeira pedra”.

Mário Amato

 

“Um povo corrompido não pode tolerar um governo que não seja corruptor”.

Marquês de Maricá




MIRANDA SOFRE TERRORISMO INSTITUCIONAL QUE PODE PREJUDICAR INVESTIGAÇÕES

O servidor público do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda, protagonista da denúncia feita sobre suspeitas de corrupção nas negociações para a compra da vacina indiana, covaxin, após depoimento na CPI da Covid-19, no Senado Federal, teve sua senha eletrônica - para teracesso aos seus dados pessoais e do SUS, bloqueada. Esse procedimento, se é que foi promovido por ordens superiores, traz no seu bojo uma gravidade sem par.

Responsável pela denúncia inicial, Miranda pode estar sendo vítima de sabotagem para descredenciá-lo e, ao mesmo tempo, podem também estar forjando procedimentos que o comprometam ou o façam desacreditado em suas gravíssimas revelações. Isso se constitui terrorismo institucional. Nada mais esquisito do que, ao invés de o governo incentivar a cruzada anticorrupção, estar cerceando a ação de denunciantes, principalmente, quando se trata de um governo eleito com o intuito de combater esse mal.

Esse tipo de atitude, por errada que seja, tem o condão de desmascarar esse governo de mentira que se diz honesto, mas empreende ações na contramão do discurso que profere. Se temos muito a lamentar, nada porque se espantar com isso, afinal a vida pregressa dos agentes que compõe esse governo, e que já se envolvem em novas falcatruas, não deixa dúvidas de que a máscara começou a cair. Esse governo tem, literalmente, os pés de barro (s?).





domingo, 27 de junho de 2021

LÁZARO BARBOSA: O “INVURTADO”

Hoje completam-se 15 dias das buscas pelo bandido Lázaro Barbosa. Operação que envolve as polícias do estado de Goiás e do Distrito Federal, num dispêndio de mais de um milhão de reais do dinheiro público, e nada. O bandido, que já fez quatro vítimas fatais e aterroriza a população de uma região que compreende duas Unidades da Federação (GO e DF), desafia a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Rodoviária Federal e demais forças coadjuvantes, numa clara desmoralização das autoridades do estado de Goiás e de Brasília.


O Povoado de Girassol, do município de Águas Lindas/GO, sede do Estado Maior das forças que perseguem o criminoso, está deserto de pessoas, com o comércio quebrado e o medo grassando por todo lado. Talvez esteja, Lázaro, fazendo a polícia ziguezaguear, tal qual o girassol (que acompanha o movimento do sol), numa confusão que não permite àquelas forças policiais localizá-lo. Debocha de todos quando usa aparelhos celulares para se comunicar e até gravar vídeos obscenos,e nenhuma tecnologia, por mais moderna que seja,consegue viabilizar a captura desse cruel malfeitor.


Já nos quedamos até em acreditar nas piadas que fazem sobre esse infeliz, quando dizem que ele não se aparta de uma mochila, que leva às costas, onde guarda o livro de são Cipriano. Esse livro, segundo dizem os crédulos em mandingas e catimbós, tem uma oração que permite o indivíduo envultar-se (desaparecer, passar despercebido). É essa a desculpa e o único alento para aautoridades que não conseguem prendê-lo. Como prêmio pela sua capacidade de escapulir, Lázaro ganhará, hoje, uma reportagem especial do Fantástico sobre suas ensaboadas peripécias. Enquanto as briosas forças militares não conseguem capturá-lo, o lazarento brilha, e esse brilho encandeia os praças que o perseguem em vão.






HISTÓRIAS E ESTÓRIAS ENGRAÇADAS DE PRINCESA

 


AS DONZELAS E A VACA ENCARETADA

 

Lagoa da Cruz é hoje o maior Povoado pertencente a Princesa. Carrega uma peculiaridade que lhe dá um certo chame. Pertence a dois Estados: Paraíba e Pernambuco. Tem outra particularidade distinta do normal. A padroeira daquele arruado é Nossa Senhora do Carmo, denominação da Virgem que tem seu dia celebrado em 16 de julho, porém a cerimônia festiva que louva a Santa, ocorre em outubro (mode o frio que ali é intenso em meados do ano). Essa tradição religiosa nunca deixou de ser comemorada e, em tempos idos, quando Tomé Francisco era dali o Intendente, a festa se fazia mais organizada e muito mais animada. 


Para termos ideia de quanto se valorizava - tanto o culto religioso quanto o profano, além das novenas que tinham como patrocinadores os chamados “noiteiros”, havia também o furdunço profano. Para ambos, ao gauleiter de Lagoa da Cruz, tomava todas as providências. Enquanto mandava enfeitar a igreja e fazia banquetes para os frades carmelitas que iam de Princesa oficiar as celebrações religiosas, e depois se refestelavam em lautos jantaresTomé não se esquecia também dos divertimentos populares, inclusive dos da luxúria.


Eram nove dias de festas culminando com a coroação da Santa, missa solene e procissão. Nesses dias, toda noite era rezada uma novena. Enquanto as famílias de bem e as beatas, na pequena capela, se conciliavam com Deus e com a Virgem, os jovens se divertiam “passeando” nas canoas e no juju de Manezim Cristóvão e tomando o capilé de João Costa. Diligente, “seu” Tomé não esquecia dos marmanjos e, numa providência inusitada para a época, o chefe do lugar designava um local, perto do cemitério, para que fosse ali instalada uma franquia do Cabaré de Princesa.


Com a autorização do chefe e sob o comando da matriarca da luxúria - Estrela de Pedro Caboclo -, era instalado um barracão, onde funcionava um bar repleto de mesas, com chão batido para a realização de danças, que eram animadas por um sanfoneiro chamado Cordeiro de Mané Lopes e, num reservado, algumas camas destinadas ao libidinoso ofício da lascívia. Estrela escolhia as raparigas mais jovens para esse desiderato e, enquanto os decentesrezavam na igrejinha, o amor, livre de qualquer censura, corria solto no barracão.


Certa noite, idas de Princesa e já hospedadas na casa da irmã Donana (esposa de “seu” Tomé), Francisquinha e Domitila, duas solteironas juramentadas, se aprifilaram e foram para a novena noturna. Moças respeitadas e da altíssima sociedade princesense, partiram as duas, da casa do influente cunhado, à pés e de braços dados – como era o costume à época -, rumo à igrejinha. A certa altura do percurso, viram um pequeno tumulto provocado por uma correria animada pelo tilintar de um chocalho de vaca.


Para não perder a postura, as duas donzelas se fizeramimpassíveis e continuaram sua caminhada em busca da casa de Deus. Quando menos esperavam, se depararam com uma vaca encaretada correndo em sua direção. Desesperadas, sem soltarem as mãos, meteram os pés a correr. Naqueles meios, sem saber aonde ir, Francisquinha e Domitila enveredaram num beco (e a vaca atrás delas) e viram um grande barracão iluminado. Pensaram; “é ali que vamos nos proteger. Em disparada, entraram no cabaré de Estrela. Ao chegarem, um bêbado foi logo dizendo: “Opa, chegaram duas novatas!”Nessa noite, acontecia um baile à fantasia. O sanfoneiro tocando, as quengas todas de máscaras dançando e, as duas, atônitas, sem entenderem onde estavam, se viram completamente desamparadas (a vaca passou direto). 


Nesse momento, pediram, intimamente a proteção de Nossa Senhora do Carmo. E ela veio. No fundo do barracão, encostado no balcão, estava Zé Baião que era casado com Telinha, prima legítima das duas desesperadasirmãs. Imediatamente Baião as reconheceuporém, aflito para não ser visto por elas naquele ambiente escuso, teve uma luz. Saiu pela porta dos fundos, rodeou o barracão, fez-se que ia passando e adentrou ao ambiente. Gritou logo: “Parem essa sanfona, vocês num tão vendo que se encontram aqui duas moças direitas da sociedade?”Estrela, também mascarada e irritada com a ordem, foi logo dizendo: “E que diabo essas infeliz tão fazendo aqui?”.


Zé Baião, exercendo sua autoridade de esposo da sobrinhade Tomé Francisco, perguntou às “meninas”: “O que houve que vocês vieram esbarrar aqui?” Francisquinha, que era mais afoita - mesmo porque Domitila chorava sem parar, respondeu: “A vaca encaretada!” O tempo fechou. Estrela pensou que era com ela e foi logo disparando: “O que é que essas quenguinhas tão pensando?” Zé Baião falou sério, pediu respeito, pegou as “meninas” pelo braço e as conduziu, aos prantos, de volta para a casa da irmã. Novena, já era.


Ao chegar na casa da irmã Donana, Domitila ainda chorava. Franscisquinha, no entanto, já recomposta, a sorrir, passou a contar a história que, segundo elafoi a maior aventura de sua vidaDizia sempre que tinha muito medo de morrer, mas que agora morreria feliz, pois mesmo nunca tendo conhecido um homem, estava alentada porque conheceu um cabaré.