ODE

segunda-feira, 3 de junho de 2019

PERFIS DE PRINCESENSES ILUSTRES





PEDRO RAIMUNDO DE SOUZA, mais conhecido como “Pedro Fogueteiro” é princesense, nascido em 29 de junho de 1928. Era filho de Francisco Raimundo de Souza e de dona Ermelinda Maria da Conceição. Foi casado em primeiras núpcias com Carmelita Maria da Conceição com quem teve uma filha chamada Maria de Lourdes (esta, sempre esteve ao seu lado na promoção de seus eventos festivos). Viúvo contraiu casamento com Maria Pereira de Sousa, tornando-se, com a mesma, pai de mais quatro filhos. Seu pai, desde cedo, aprendeu a arte de fabricar fogos, passando esse ofício, para todos os filhos homens. Porém, somente Pedro tornou-se exímio artista da pirotecnia, uma vez que sempre demonstrou criatividade e talento para essa arte. Fabricava tudo com muita facilidade, muitas vezes inventando novas técnicas que resultavam também em novas criações. Perito no fazimento de fogos passou a comerciá-los, tanto em Princesa quanto nas cidades vizinhas. Logo cedo resolveu – tanto para comemorar o dia do santo que lhe deu o nome, como para divulgar o seu trabalho -, promover uma peculiar comemoração do dia de São Pedro (29 de junho) que, com o tempo transformou-se, na maior festa folclórica e popular de Princesa. Esse evento festivo, que era composto de uma novena que culminava com comemorações - tanto religiosas quanto profanas -, no dia 29 do mês de junho, chamava a atenção de todos os recantos do município e das cidades adjacentes. A maioria dos agricultores que moravam na Zona Rural de Princesa se preparava o ano todo para vir participar da “Festa de Pedro Fogueteiro”. Muitos tinham esse evento como o principal do ano (mais importante até do que as festas de final de ano), trabalhavam o ano todo para comprarem roupas novas e indumentárias outras para se apresentarem “lordes” na famosa festa. O evento ocorria, ao ar livre, na que hoje é a Praça do Cancão (Marçal Lima Neto). Pode-se dizer que era esta uma das maiores festas da cidade. Nesse evento, além da novena em homenagem ao santo, aconteciam várias apresentações dos trabalhos pirotécnicos de Pedro Fogueteiro: as rodas de fogo com os “neguinhos” pilando fubá; fogos de lágrimas; balões; girândolas; etc. Tudo isso, animado pelo cabaçal formado pelos pifeiros (banda de pífanos) do Povoado pernambucano de Jericó. Após essas apresentações acontecia a festa dançante que começava às dez horas da noite, indo até o dia amanhecer. Essa tradição, com o advento das promoções gratuitas de festas dançantes oferecidas pelas prefeituras de cidades vizinhas - o que ocorre na mesma data -, diminuiu o afluxo de pessoas, fazendo a festa de Pedro perder também maior consistência ou importância. Mesmo assim, a festa, hoje, comandada por sua filha mais velha, conhecida por todos como “Lourdes de Pedro Fogueteiro”, continua acontecendo, de forma mais modesta, porém mantendo uma tradição que já faz parte do calendário folclórico e cultural de Princesa. Antes de morrer, Pedro Fogueteiro pediu aos filhos que não deixassem essa tradição se acabar, no que foi atendido, para o bem da cultura da nossa Terra. O artista princesense aqui contemplado,, em que pese oriundo de família pobre e simples, destacou-se na sociedade de sua terra, tanto pela sua arte, mas também pela sua humildade e simplicidade o que lhe concedeu a felicidade de, em sua longa existência, colecionar vários amigos e admiradores. Fogueteiro faleceu em 20 de agosto de 2013 deixando, além de grande falta junto aos seus, sua marca indelével na cultura e no folclore de Princesa.  


(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 03 DE JUNHO DE 2019)

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