ODE

domingo, 9 de junho de 2019

PERFIS DE PRINCESENSES ILUSTRES



SEVERINO BARBOSA DE OLIVEIRA nasceu na cidade de Limoeiro no estado de Pernambuco, em 19 de abril de 1906, filho de Antônio Barbosa de Oliveira e da princesense dona Júlia Maximiano dos Santos. Casou-se com uma sua prima legítima chamada de Maria do Carmo Maximiano, mais conhecida como “Carminha” que era filha única do rico comerciante Capitão Severino. Desse casamento, nasceram três filhos: Marlene, Luiza e Armênio. Severino Barbosa mudou-se para Princesa ainda jovem e, aqui, adentrou no ramo do comércio. Inicialmente de forma tímida, com o tempo, depois de muito trabalho e igual organização, transformou-se num próspero comerciante dos ramos de padaria e mercearia. Chegou a ser homenageado pela publicação “Anuário Econômico da Paraíba” de 1934 como: “Ativo Comerciante de Princesa”. Barbosa foi também o tesoureiro do famoso e influente “Grêmio Recreativo Princesense” fundado na década de 1930. Com a morte de seu sogro e o consequente recebimento de vasta herança por sua mulher, fez multiplicar seu patrimônio. Animado pela boa condição financeira e pelo fato de ser popular junto às camadas menos favorecidas, somado ao seu jeito humilde de ser, aventurou-se na carreira política. Em 1935, foi eleito Vereador de Princesa aos 29 anos de idade. Em 1947, aos 41 anos de idade, candidatou-se ao cargo de vice-prefeito de Princesa na chapa encabeçada pelo também comerciante Sebastião Medeiros. Ambos não lograram êxito eleitoral. Mesmo diante da derrota, Severino Barbosa não desistiu e continuou militando na política princesense. Seu eleitorado era essencialmente localizado na Zona Rural do município (naquela época, 70% da população de Princesa residia nos Sítios e Distritos) e, ele, mantinha grande parte dos que o apoiavam politicamente, sempre supridos de toda assistência, inclusive, promovendo festas dispendiosas em várias comunidades rurais. Era pródigo nessas ações e, por isso, ficou tido como o político que mais ajudava às pessoas; no mais das vezes, com dispêndio financeiro, o que não era ainda uma praxe naquela época. Há quem diga que a fortuna legada pelo rico sogro foi quase toda desperdiçada no jogo político. A partir do malogro eleitoral de 1947, Severino continuou se submetendo às urnas e sempre sendo derrotado. Seu nome foi cogitado para concorrer como candidato a prefeito de Princesa em 1955, porém, teve sua pretensão vetada pelo então ex-deputado federal Alcides Carneiro. Nesse afã, somente veio a conseguir êxito eleitoral no pleito de 1968 quando foi novamente eleito vereador. Por motivo da insistente luta pelo poder, Barbosa dilapidou todo o seu patrimônio, passando de próspero dono de padaria, mercearia e de vários imóveis, a cambista (vendedor de Jogo do Bicho) na esquina de “Zé Galego”. Outros dissabores o acometeram: a morte prematura do filho Armênio, ocorrida na cidade do Recife quando era seminarista e a convivência com sua esposa que, após depressão pós-parto ficou fraca do juízo. Morreu em 1979, completamente pobre, esquecido e abandonado, deixando apenas o legado de haver sido um homem que se dedicou à política sempre a favorecer àqueles mais necessitados. Este resgate biográfico lhe faz justiça pela sua dedicação às coisas da Terra que adotou como sua e pela humildade que sempre foi uma marca registrada sua. 


(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROIBERTO, EM 08 DE JUNHO DE 2019).

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