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segunda-feira, 1 de julho de 2019

PERFIS DE PRINCESENSES ILUSTRES





ANTÔNIO BELARMINO BARBOSA, mais conhecido como “MESTRE BELINHO” nasceu na então Vila de Princesa em 21 de dezembro de 1864 e era filho de Antônio Porfírio Barbosa e de dona Maria Belarmino Barbosa Porfírio. Aprendeu as primeiras letras em casa e, depois, passou a estudar sob a orientação de um professor particular que instalou pequena escola na então Vila de Princesa. Não chegou a concluir o curso primário, porém, muito inteligente e voraz leitor de livros sobre história e outros temas, logo se fez interessado também pelas artes. Iniciou, como curioso, a frequentar os ensaios da pequena Banda de Música criada pelo coronel Marcolino Pereira. Como não se poderia fazer outra coisa naquele ambiente senão manipular instrumentos musicais e conhecer partituras de música, com a sua inata vocação, logo, Antônio Belarmino, aprendeu a ler as notações musicais e a tocar saxofone e clarinete. Já com mais de 40 anos de idade, quando se transferiu de Princesa para a capital alagoana Maceió, onde, na qualidade de maestro, regia a Banda de Música “Santa Cecília”, publicou também algumas composições musicais de sua autoria. Dentre elas, através de informações colhidas do livro do historiador princesense Paulo Mariano: “Princesa – Antes e Depois de 30” – ideia – 2015 – 2ª ed. – João Pessoa/PB, tomamos conhecimento das seguintes: ”25 de Dezembro”; “O América” e “Manoel Lima”. Belarmino notabilizou-se também como pintor, escultor e habilíssimo santeiro. Por motivo de suas várias e competentes habilidades artísticas, ainda jovem, Antônio Belarmino, que tinha o apelido de “Belinho”, passou a ser tratado como “MESTRE BELINHO”. Esculpiu todas as imagens (em madeira) que ornamentavam a antiga Igreja Matriz de Princesa, à exceção da imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho (ainda existente), que veio da Itália. Dentre várias, damos ênfase especial, em face da beleza clássica, às imagens de São Francisco; São Manoel da Paciência; Santo Antônio; São Benedito; São José; Nossa Senhora da Conceição e, mais especialmente ainda, à imagem do “Senhor Morto”. Todas essas obras de arte ainda se encontram expostas na Igreja Católica de Princesa. Além das imagens acima referidas, Mestre Belinho construiu também vários altares, em madeira, alguns deles folheados a ouro. Lamentavelmente, com a demolição da antiga igreja alguns desses altares pereceram junto com a irresponsável e criminosa ação, virando entulhos. Graças à interveniência do sacristão João Mandú Neto, de saudosa memória, restou apenas um: o belo e rico em adornos artísticos, altar de São Francisco, hoje localizado na capela do Instituto Frei Anastácio. Além dessas esculturas, o grande artista princesense talhou, também em madeira, a belíssima imagem de Santo Antônio, padroeiro da cidade pernambucana de Carnaíba, onde está entronizado na Igreja Matriz daquela paróquia. Na qualidade pintor, o mestre princesense desenhou e pintou vários cenários para peças teatrais. Depois de vida tão pródiga em produção artística e cultural, faleceu o grande Mestre Belinho, em 1936 aos 72 anos de idade. O talento de Mestre Belinho revelou-se também em um de seus filhos, Numa Pompílio Barbosa, que, na qualidade de também músico e compositor, foi autor do famoso dobrado “Coronel José da Penha”. Seria grande injustiça que um artista com tanta competência, múltiplos talentos, criativo e habilidoso passasse ao largo da nossa história sem um mínimo que fosse registro formal. Por isso, nada mais justo do que esse resgate histórico que o coloca como um dos principais e mais importantes filhos ilustres de Princesa.


(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 1º DE JULHO DE 2019).

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