ANTÔNIO BELARMINO
BARBOSA, mais
conhecido como “MESTRE BELINHO”
nasceu na então Vila de Princesa em 21 de dezembro de 1864 e era filho de
Antônio Porfírio Barbosa e de dona Maria Belarmino Barbosa Porfírio. Aprendeu
as primeiras letras em casa e, depois, passou a estudar sob a orientação de um
professor particular que instalou pequena escola na então Vila de Princesa. Não
chegou a concluir o curso primário, porém, muito inteligente e voraz leitor de
livros sobre história e outros temas, logo se fez interessado também pelas
artes. Iniciou, como curioso, a frequentar os ensaios da pequena Banda de
Música criada pelo coronel Marcolino Pereira. Como não se poderia fazer outra
coisa naquele ambiente senão manipular instrumentos musicais e conhecer
partituras de música, com a sua inata vocação, logo, Antônio Belarmino,
aprendeu a ler as notações musicais e
a tocar saxofone e clarinete. Já com mais de 40 anos de idade, quando se
transferiu de Princesa para a capital alagoana Maceió, onde, na qualidade de
maestro, regia a Banda de Música “Santa Cecília”, publicou também algumas
composições musicais de sua autoria. Dentre elas, através de informações
colhidas do livro do historiador princesense Paulo Mariano: “Princesa – Antes e Depois de 30” – ideia –
2015 – 2ª ed. – João Pessoa/PB, tomamos conhecimento das seguintes: ”25 de
Dezembro”; “O América” e “Manoel Lima”. Belarmino notabilizou-se também como
pintor, escultor e habilíssimo santeiro. Por motivo de suas várias e
competentes habilidades artísticas, ainda jovem, Antônio Belarmino, que tinha o
apelido de “Belinho”, passou a ser tratado como “MESTRE BELINHO”. Esculpiu
todas as imagens (em madeira) que ornamentavam a antiga Igreja Matriz de
Princesa, à exceção da imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho (ainda
existente), que veio da Itália. Dentre várias, damos ênfase especial, em face
da beleza clássica, às imagens de São Francisco; São Manoel da Paciência; Santo
Antônio; São Benedito; São José; Nossa Senhora da Conceição e, mais especialmente
ainda, à imagem do “Senhor Morto”. Todas essas obras de arte ainda se encontram
expostas na Igreja Católica de Princesa. Além das imagens acima referidas,
Mestre Belinho construiu também vários altares, em madeira, alguns deles
folheados a ouro. Lamentavelmente, com a demolição da antiga igreja alguns
desses altares pereceram junto com a irresponsável e criminosa ação, virando
entulhos. Graças à interveniência do sacristão João Mandú Neto, de saudosa
memória, restou apenas um: o belo e rico em adornos artísticos, altar de São
Francisco, hoje localizado na capela do Instituto Frei Anastácio. Além dessas
esculturas, o grande artista princesense talhou, também em madeira, a belíssima
imagem de Santo Antônio, padroeiro da cidade pernambucana de Carnaíba, onde
está entronizado na Igreja Matriz daquela paróquia. Na qualidade pintor, o
mestre princesense desenhou e pintou vários cenários para peças teatrais.
Depois de vida tão pródiga em produção artística e cultural, faleceu o grande
Mestre Belinho, em 1936 aos 72 anos de idade. O talento de Mestre Belinho
revelou-se também em um de seus filhos, Numa Pompílio Barbosa, que, na
qualidade de também músico e compositor, foi autor do famoso dobrado “Coronel
José da Penha”. Seria grande injustiça que um artista com tanta competência,
múltiplos talentos, criativo e habilidoso passasse ao largo da nossa história
sem um mínimo que fosse registro formal. Por isso, nada mais justo do que esse
resgate histórico que o coloca como um dos principais e mais importantes filhos
ilustres de Princesa.
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO
ROBERTO, EM 1º DE JULHO DE 2019).
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