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terça-feira, 23 de julho de 2019

PERFIS DE PRINCESENSES ILUSTRES





ALDO LOPES DE ARAÚJO, filho de Manoel José de Araújo (Senhorzinho Bernardino) e de dona Maria Lopes de Lima (Mãezinha Lopes), nasceu em Princesa, em 17 de maio de 1957. Com quatro anos de idade foi morar na cidade de Manaíra, onde sua mãe era professora e ensinava na Escola Estadual “Professora Antônia Diniz Maia”, educandário onde acabou sendo alfabetizado e concluindo o curso primário. Na adolescência veio estudar no Ginásio “Nossa Senhora do Bom Conselho”, em Princesa onde terminou a segunda etapa do ensino fundamental. Aos 16 anos de idade, foi cursar o segundo grau no “Liceu Paraibano”, em João Pessoa/PB. Prestou Vestibular para o curso de Ciências Jurídicas, formando-se pela Faculdade de Direito da UFPB - Universidade Federal da Paraíba. Diplomado, exerceu na capital paraibana, as profissões de advogado e jornalista. Casou-se, em primeiras núpcias com dona Jane Xavier, com quem teve as filhas: Una; Naila e Tainá. Do segundo casamento, com Alessandra Medeiros, tem uma filha chamada Amaranta, hoje com 05 meses de vida. Trabalhou na Imprensa paraibana como repórter e editor de cultura. Além dessas atividades literárias - conforme escreveu o historiador Paulo Mariano -, Aldo firmou-se como cronista, poeta, contista e romancista. Publicou, em 1978, o livro de poemas “Metamorfoses em Prantos”, pelo qual recebeu o prêmio “Severino Camelo de Melo”. Em abril de 1985, fez parte da Delegação que representou a Paraíba no Congresso Brasileiro de Escritores, realizado no Teatro “Sérgio Cardoso”, em São Paulo. Em 1988, pela Editora “A União”, publicou o livro “Lavoura de Olhares e Outros Contos”. Em 1996, lançou o livro “Solidão Nunca Mais” (Editora Universitária), ganhando o prêmio “Novos Autores” de 1996, promovido pela UFPB. Em 2001, pela “Edições Varadouro”, publicou o livro de contos “As Estátuas de Sal”. No ano de 2005, editado pela “Bagaço” do Recife, publicou o romance “O Dia dos Cachorros”, pelo qual recebeu o principal prêmio literário do Rio Grande do Norte: “Câmara Cascudo”. Este romance foi destaque da revista “Entre Livros”, de São Paulo, em que aparece ao lado da lista dos livros mais vendidos do mês. Também pela “Bagaço”, lançou o romance “A Dançarina e o Coronel” quando foi agraciado com um prêmio outorgado pelo Ministério da Cultura, tendo alcançado o primeiro lugar dentre os nordestinos. Em 2007, pela Editora “Tamarindo”, publicou o livro “Zé, a Velha e Outras Histórias”. Quando do relançamento do romance “O Dia dos Cachorros”, em 2012, numa edição revista, ampliada e com ilustrações de cenas sertanejas, o grande escritor e dramaturgo paraibano, Ariano Suassuna, escreveu sobre a obra de Aldo Lopes:
“Tudo aquilo que repercutia no meu sangue tinha que repercutir como de fato repercutiu na minha literatura. E é com grande alegria, que vejo agora que ocorreu com Aldo Lopes algo semelhante ao que ocorreu comigo. Sendo ele neto de Manoel Lopes, o Ronco Grosso, condestável do Reino de Princesa e homem de confiança do coronel José Pereira, Aldo faz do seu romance “O Dia dos Cachorros” uma grande homenagem a todos aqueles que se uniram para fazer, de Princesa, um baluarte contra o autoritarismo da capital que queria impor aos líderes sertanejos, à força, uma visão de mundo inteiramente alheia à sua realidade – autoritarismo que foi decisivo, diga-se de passagem, para semear as discórdias que derramaram tanto sangue paraibano.”.
     Em face de sua inteireza intelectual, Aldo Lopes recebeu notório reconhecimento do escritor norte-rio-grandense, Thiago Gonzaga, que é também Mestre em Literatura Comparada pela UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Sobre Aldo, disse o mestre potiguar: “(...) pelas mãos hábeis do consumado artesão da palavra, que é Aldo Lopes, o conto paraibano ratifica a sua condição de portador de maioridade estética”. E mais: “(...) O nível de sua literatura é o de uma prosa corrente, firme, com uma poderosa força poética na linguagem.”. O professor Thiago Gonzaga, em texto escrito para comemorar os 38 anos de literatura de Aldo Lopes, compara o nosso conterrâneo, pelo seu regionalismo universal, ao grande escritor Graciliano Ramos e encerra dizendo: “Escritor, ainda, sem a projeção nacional que bem merece, Aldo Lopes de Araújo, sem dúvidas, é um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea (...). (...) Não vemos diferença, por exemplo, da ficção dele para o que tem sido feito de melhor no Brasil, na atualidade; a única ‘diferença’ é que ele não foi publicado ainda por uma grande editora, que possa fazer com que seus livros cheguem aos quatro cantos do país.”. Além do mestre potiguar, Lopes foi louvado também pelo crítico literário Nelson Patriota quando disse: “Não é preciso enfatizar que esse novo romance de Aldo Lopes é tributário do realismo mágico consagrado pelo colombiano García Marquez com ‘Cem Anos de Solidão’”. Diante do vasto reconhecimento da capacidade literária desse ilustre princesense que, ainda “jovem” e sem muita projeção nacional já recebe louvores vários de sumidades do campo da escrita brasileira pelo seu profícuo e competente trabalho, está Aldo, a merecer figurar no panteão dos grandes filhos desta Terra.
     O nosso homenageado reside, desde o ano 2000, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, onde exerce as funções de Delegado da Polícia Federal - cargo obtido através de concurso público. Porém, em via de aposentar-se desse mister, pretende retornar a Princesa, onde vai morar numa casa edificada na cumeeira da “Serra do Marinho”, quando, certamente, continuará produzindo seus escritos para deleite de todos.
Obs.: Este perfil biográfico baseou-se, também, em informações contidas no livro do escritor Princesense Paulo Mariano: “Princesa – Antes e Depois de 30” e no texto escrito pelo escritor potiguar, Thiago Gonzaga: “ALDO LOPES DE ARAÚJO: 38 ANOS DE LITERATURA”.


(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 23 DE JULHO DE 2019).

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