Há 197 anos era
proclamada a Independência do Brasil. Efeméride mais importante do nosso
calendário comemorativo, o dia 7 de Setembro é a única data que é comemorada em
todo o País, de forma alegre com paradas escolares e militares que empolgam a
todos em todos os recantos do Brasil. A nossa independência ocorreu de forma
muito peculiar. O Brasil, é o único país da América latina que se tornou
independente sem lutas ou derramamento de sangue. A ruptura incruenta foi
articulada num âmbito quase familiar. Os grandes articuladores da nossa
emancipação em relação a Portugal não foram militares nem diplomatas, mas sim a
princesa Leopoldina (esposa de Dom Pedro I) e José Bonifácio de Andrada. O chamado
“Grito do Ipiranga” foi dado em situação bastante inusitada e inesperada. Dom
Pedro, Príncipe Regente, se encontrava em viagem de reconhecimento pelo
interior do Brasil, na então Província de Piratininga (atual São Paulo).
Conta-se, a boca pequena, que o Príncipe buscava mesmo era os braços da Marquesa
de Santos que ali residia e que, alimentado de iguarias a que não estava
acostumado, foi acometido de indisposição intestinal, o que lhe causou séria
disenteria. Nesse estado de saúde, no momento em que estava obrando, o príncipe
recebeu mensagem escrita da esposa Leopoldina, dando conta de que as Cortes
Portuguesas exigiam seu imediato retorno a Portugal e que, a partir dali, o
Brasil seria considerado novamente como colônia e não mais como membro efetivo
do Reino Português ao lado de Algarves. Irritado com a caganeira e o com o
comunicado, arrancou de seu chapéu as fitas com as cores de Portugal e gritou,
ainda acocorado: ”Independência ou
Morte!”.
A
história
Na verdade, a
separação do Brasil de Portugal se deu de forma muito pacífica e incomum. Se
compararmos com outros países talvez tenha sido o Brasil a única grande Nação
que nasceu de um parto doméstico, pois, o proclamador de sua independência foi
um português que já governava o País e, após a separação de Portugal, continuou
governando da mesma forma que vinha fazendo antes, sem nenhuma modificação.
Todo o processo aconteceu na maior calmaria. Apenas três das dezessete
províncias (Pará, Maranhão e Bahia), registraram alguma resistência quanto à
nova ordem, o que foi sufocado com facilidade pelo duque de Caxias. O povo só
tomou conhecimento da nova situação quando tudo já estava consumado. O
inusitado da Independência se repetiria com a proclamação da República, em
1889, que também aconteceu à revelia do povo. Isso demonstra a passividade do
povo brasileiro que, desacostumado a resolver suas próprias coisas, em seu
conformismo, quando instado a fazer suas escolhas, no mais das vezes, dá com os
burros n’água. Próximos a completar o bicentenário da Independência, estamos
todos ainda deitados em berço esplêndido. Viva o Brasil, para que viva o povo
brasileiro.
(Escrito por Domingos Sávio Maximiano
Roberto, em 07 de setembro de 2019).
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