Pensando que com o
presidente hospitalizado teríamos uma trégua na produção de besteiras verbais,
fomos surpreendidos ontem com declarações impróprias do filho nº 03 do primeiro
mandatário. Num abrimento de boca desnecessário, Carlos Bolsonaro afirmou - em
postagem nas redes sociais -, que os problemas do Brasil não estão se
resolvendo de forma rápida porque a democracia atrapalha o andamento das
coisas. Ora, como pode o filho do presidente da República fazer uma declaração
dessa natureza contra o pilar maior que sustenta uma Nação? Essa catilinária
parece ser uma regra na casa dos Bolsonaro, uma vez que, a forma como atacam as
instituições é sempre feita de maneira harmônica e em perfeita sintonia. Como
papagaios, quando um fala em defesa da ditadura militar, outro defende o
torturador Brilhante Ustra e, agora, o mais novo ataca a democracia. De sorte
que os demais poderes da República, desta feita, não concordaram nem se calaram
diante dessa diarreia verbal.
As reações
Em face do ataque
desfechado pelo nº 03 contra a normalidade democrática, o presidente do Senado
Federal, senador Davi Alcolumbre, afirmou que declarações dessa natureza
merecem desprezo. Sobre o mesmo episódio, o presidente da Câmara Federal,
Rodrigo Maia, disse o seguinte: “A conta
das nossas frases quem paga é o povo pobre.”. E, fechando o firo, o
vice-presidente da República, Hamilton Mourão – que se encontra no exercício do
cargo pela convalescença do presidente que está cirurgiado -, declarou: “A democracia é o pilar indispensável para a
existência do mundo ocidental e, no Brasil, tudo tem de ser resolvido
combinando com a ‘rapaziada’ do outro lado da rua.”. A “rapaziada” a que
Mourão se referiu são os deputados e senadores com isso deixando claro que
desabona também as declarações do filho do presidente. O problema é que estamos
apenas começando.
(Escrito por Domingos Sávio Maximiano
Roberto, em 11 de setembro de 2019).
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