ODE

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

PARA QUE SERVEM AS MULHERES






Nascer mulher na China antiga era uma tragédia. Naquele país de olhos apertados do início do século passado, quase sempre as crias do sexo feminino eram sacrificadas em seu nascedouro. Preocupado com o crescimento desenfreado da população que se traduzia em aumento da miséria, o governo chinês, quando não incentivava, fazia vistas grossas à prática do infanticídio feminino. Após a adoção do regime comunista, em 1949, a administração central determinou o sistema de cotas para os casais: cada par só poderia ter um filho e, aqueles que excedessem essa cota, seriam punidos com cortes nos já parcos benefícios sociais que recebiam. Essa política reguladora com o intuito de controlar a expansão populacional naquele país asiático funcionou ao contrário na Europa do pós-guerra. No Velho Continente, a partir de 1945, eram premiadas as famílias mais prolíficas e exultavam quando o rebento chegado era do sexo feminino. É assim, de altos e baixos, que vive a mulher ao longo da história da civilização.

Nas religiões

Os Livros Sagrados (Bíblia, Torá e Alcorão) das três religiões monoteístas mais importantes do mundo: Cristianismo; Judaísmo e Islamismo tratam as mulheres como seres de segunda categoria e põem nelas quase todas as culpas das mazelas que assolam a humanidade. O Velho Testamento (comum ao Cristianismo e ao Judaísmo) afirma ser a mulher “mais venenosa do que a morte”. Ainda segundo a Bíblia: “Se uma mulher conceber e tiver um menino, será imunda por sete dias. (...) Mas, se tiver uma menina, será imunda por 14 dias” (Levítico 12, 2-8) E mais: “Eis que eu nasci em iniquidade e, em pecado me concebeu minha mãe” (Salomão 51.5). Como vemos, a imundície quando a mulher paria uma fêmea era dobrada e, o homem, não cometia iniquidade alguma quando gerava a criança. Somente a mulher era iníqua quando paria. Na versão do Gênese, foi a mulher [Eva] quem traiu o Criador quando induziu o homem [Adão] a pecar. Dá-se a entender que a inteligência da mulher apresenta-se superior sempre que para cometer ilícitos numa clara discriminação protetiva em prol do homem considerado ser superior. No Catolicismo, a hegemonia masculina se faz patente quando observamos o papel secundário exercido pelas mulheres nos ofícios religiosos, principalmente quanto ao impedimento de serem elas investidas na ordem de sacerdotisa. No judaísmo, enquanto os homens, sob o pretexto hipócrita da higiene, são circuncidados para facilitar a conjunção carnal, algumas seitas de orientação muçulmana, ainda hoje, extirpam o clitóris das mulheres para que elas não atinjam o clímax do prazer sexual. Aliás, vale salientar que as únicas fêmeas do reino animal com capacidade de atingir o orgasmo são as mulheres.

Hoje em dia

Com a mudança dos tempos e das coisas através da revolução tecnológica que virou tudo de ponta cabeça, aos poucos, a mulher vem conquistando seu espaço. Algumas, de forma natural, o que é salutar. Outras, através de determinações legais que, além de queimarem etapas, descaracterizam a natureza feminina. A mulher é e sempre será diferente do homem. É essa a graça da natureza. É essa diferença que move o tesão; que estimula o sentimento de protetor e protegida (o que agrada aos dois); que imprime um charme diferente ao relacionamento homem/mulher. Sem essas diferenças, a relação estaria prejudicada. O que os tempos modernos impõem hoje como regra nem sempre se traduz no almejado pelas mulheres. O que vemos atualmente são mulheres renunciando à maternidade em busca da afirmação profissional determinada pela propaganda “igualitária”. Será que isso traz verdadeiro conforto ao sexo feminino? Acredito que depois desse “Ôba, Ôba”, será expedida uma salgada fatura a ser liquidada. Sou convicto de que o lugar da mulher na sociedade deve ser conquistado respeitando suas características peculiares e seus interesses naturais, sem cerceamento que as impeçam ou policiamento ideológico que as forcem a ascenderem como se fossem seres inferiores que têm de crescer a todo custo para se igualarem aos homens.
                                                     
   Morra a hipocrisia

E se as mulheres crescerem demais e adquirirem as mazelas masculinas que são muito piores do que as delas? Eu tinha um amigo (que já se foi), que dizia: “Se eu fosse fazer filhos de novo, queria todos do sexo feminino. Contra os homens existem muitas coisas: ser assassino; jogador de baralho; cachaceiro; veado; ladrão; estuprador... E, contra as mulheres, só tem uma coisa: ser rapariga, assim mesmo, tá no papel dela”. Isso é uma ode ao sexo feminino, um reconhecimento da natureza mais nobre das mulheres, pois, enquanto recebemos notícia de que uma mulher praticou algum ilícito grave, mil homens acabaram de fazer o mesmo ou pior. Para que servem as mulheres? Para tudo, pois, imprescindíveis que são só não deveriam deixar-se servir pela manipulação idiota dos que lhes consideram seres inferiores querendo catapultá-las a uma posição que não condiz com sua natural condição de provedora de tudo o que é bom e gostoso na vida. Viva as mulheres! E que reconquistem, a seu modo, do seu jeito o lugar verdadeiro que lhes cabe nessa sociedade hipócrita e cheia de regras idiotas. Mulher não serve somente para lavar, passar, fazer sexo ou parir. Serve para tudo. Menos para ser manipulada por esses idiotas que pregam e defendem o “politicamente correto”.


(Escrito por Domingos Sávio Maximiano Roberto, em 17 de outubro de 2019).

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