Nascer mulher na China antiga era uma tragédia. Naquele país
de olhos apertados do início do século passado, quase sempre as crias do sexo
feminino eram sacrificadas em seu nascedouro. Preocupado com o crescimento
desenfreado da população que se traduzia em aumento da miséria, o governo
chinês, quando não incentivava, fazia vistas grossas à prática do infanticídio
feminino. Após a adoção do regime comunista, em 1949, a administração central
determinou o sistema de cotas para os casais: cada par só poderia ter um filho
e, aqueles que excedessem essa cota, seriam punidos com cortes nos já parcos
benefícios sociais que recebiam. Essa política reguladora com o intuito de
controlar a expansão populacional naquele país asiático funcionou ao contrário
na Europa do pós-guerra. No Velho Continente, a partir de 1945, eram premiadas
as famílias mais prolíficas e exultavam quando o rebento chegado era do sexo
feminino. É assim, de altos e baixos, que vive a mulher ao longo da história da
civilização.
Nas religiões
Os Livros Sagrados (Bíblia, Torá e Alcorão) das três
religiões monoteístas mais importantes do mundo: Cristianismo; Judaísmo e
Islamismo tratam as mulheres como seres de segunda categoria e põem nelas quase
todas as culpas das mazelas que assolam a humanidade. O Velho Testamento (comum
ao Cristianismo e ao Judaísmo) afirma ser a mulher “mais venenosa do que a
morte”. Ainda segundo a Bíblia: “Se uma mulher
conceber e tiver um menino, será imunda por sete dias. (...) Mas, se tiver uma menina,
será imunda por 14 dias” (Levítico 12, 2-8) E mais: “Eis que eu nasci em iniquidade e, em pecado me concebeu minha mãe”
(Salomão 51.5). Como vemos, a imundície quando a mulher paria uma fêmea era
dobrada e, o homem, não cometia iniquidade alguma quando gerava a criança. Somente
a mulher era iníqua quando paria. Na versão do Gênese, foi a mulher [Eva] quem
traiu o Criador quando induziu o homem [Adão] a pecar. Dá-se a entender que a
inteligência da mulher apresenta-se superior sempre que para cometer ilícitos
numa clara discriminação protetiva em prol do homem considerado ser superior.
No Catolicismo, a hegemonia masculina se faz patente quando observamos o papel
secundário exercido pelas mulheres nos ofícios religiosos, principalmente
quanto ao impedimento de serem elas investidas na ordem de sacerdotisa. No
judaísmo, enquanto os homens, sob o pretexto hipócrita da higiene, são
circuncidados para facilitar a conjunção carnal, algumas seitas de orientação
muçulmana, ainda hoje, extirpam o clitóris das mulheres para que elas não atinjam
o clímax do prazer sexual. Aliás, vale salientar que as únicas fêmeas do reino
animal com capacidade de atingir o orgasmo são as mulheres.
Hoje em dia
Com a mudança dos tempos e das coisas através da revolução
tecnológica que virou tudo de ponta cabeça, aos poucos, a mulher vem
conquistando seu espaço. Algumas, de forma natural, o que é salutar. Outras,
através de determinações legais que, além de queimarem etapas, descaracterizam
a natureza feminina. A mulher é e sempre será diferente do homem. É essa a
graça da natureza. É essa diferença que move o tesão; que estimula o sentimento
de protetor e protegida (o que agrada aos dois); que imprime um charme
diferente ao relacionamento homem/mulher. Sem essas diferenças, a relação
estaria prejudicada. O que os tempos modernos impõem hoje como regra nem sempre
se traduz no almejado pelas mulheres. O que vemos atualmente são mulheres
renunciando à maternidade em busca da afirmação profissional determinada pela
propaganda “igualitária”. Será que isso traz verdadeiro conforto ao sexo
feminino? Acredito que depois desse “Ôba, Ôba”, será expedida uma salgada
fatura a ser liquidada. Sou convicto de que o lugar da mulher na sociedade deve
ser conquistado respeitando suas características peculiares e seus interesses
naturais, sem cerceamento que as impeçam ou policiamento ideológico que as
forcem a ascenderem como se fossem seres inferiores que têm de crescer a todo
custo para se igualarem aos homens.
Morra
a hipocrisia
E se as mulheres crescerem demais e adquirirem as mazelas
masculinas que são muito piores do que as delas? Eu tinha um amigo (que já se
foi), que dizia: “Se eu fosse fazer
filhos de novo, queria todos do sexo feminino. Contra os homens existem muitas
coisas: ser assassino; jogador de baralho; cachaceiro; veado; ladrão;
estuprador... E, contra as mulheres, só tem uma coisa: ser rapariga, assim
mesmo, tá no papel dela”. Isso é uma ode ao sexo feminino, um
reconhecimento da natureza mais nobre das mulheres, pois, enquanto recebemos
notícia de que uma mulher praticou algum ilícito grave, mil homens acabaram de
fazer o mesmo ou pior. Para que servem as mulheres? Para tudo, pois,
imprescindíveis que são só não deveriam deixar-se servir pela manipulação
idiota dos que lhes consideram seres inferiores querendo catapultá-las a uma
posição que não condiz com sua natural condição de provedora de tudo o que é
bom e gostoso na vida. Viva as mulheres! E que reconquistem, a seu modo, do seu
jeito o lugar verdadeiro que lhes cabe nessa sociedade hipócrita e cheia de
regras idiotas. Mulher não serve somente para lavar, passar, fazer sexo ou
parir. Serve para tudo. Menos para ser manipulada por esses idiotas que pregam
e defendem o “politicamente correto”.
(Escrito por Domingos Sávio Maximiano
Roberto, em 17 de outubro de 2019).
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