JOSÉ PEREIRA CARDOSO
JOSÉ PEREIRA CARDOSO nasceu em Princesa em 11 de maio de
1911 e era filho de Manoel Cardoso da Silva e de dona Porcina de Andrade Lima.
Casou-se, em 1951, com uma filha de italianos que era também professora,
chamada Thereza Wany Del Cistia Cardoso com quem teve sete filhos: Túlio,
Telmo, Taís, Tales, Tirso, Tânia e Thereza Maria. Era sobrinho do coronel José
Pereira Lima e irmão da ex-prefeita Juanita Pereira Cardoso Rodrigues. Estudou
as primeiras letras em Princesa, na escola do professor Adriano Feitosa
Cavalcanti. Adolescente, foi enviado pelo pai, para estudar os cursos
secundário e preparatório na capital pernambucana. Em Recife, prestou
vestibular para a Faculdade de Direito e, aprovado, ingressou naquela
instituição de ensino onde se formou em Ciências Jurídicas. Para custear seus
estudos, José Pereira Cardoso, ainda estudante, lecionou em escolas do Recife as
disciplinas de História e Geografia no Instituto “Oswaldo Cruz” e no Colégio
“Carneiro Leão”. Foram seus alunos, dentre outros, os então futuros, educador
Paulo Freire e economista e ministro de Estado, o paraibano Celso Furtado.
Formado, o nosso biografado retornou a Princesa e, aos 26 anos de idade, foi
nomeado prefeito da cidade pelo interventor da Paraíba, Argemiro de Figueiredo,
atendendo indicação do coronel José Pereira Lima. Governou o município de 14 de
janeiro de 1938 a 18 de setembro de 1940. À frente dos destinos da
municipalidade princesense, implantou a energia elétrica na cidade através de
um gerador a diesel; fez o mapeamento do município; construiu o saneamento em
algumas ruas e fez erguer o prédio que até hoje abriga a sede da Prefeitura
Municipal de Princesa. Seu mandato de prefeito durou apenas dois anos e oito
meses. Ainda durante sua estada em Princesa, após deixar o comando da
prefeitura, foi cofundador da Escola Normal “Monte Carmelo”, colégio para moças
em que foi também um de seus professores até o final de 1942.
Voo mais alto
Em 1943, em viagem ao Rio de Janeiro, conheceu o industrial
pernambucano, Severino Pereira da Silva, que acabara de adquirir, das famílias
inglesas Kenworthy e Speers, em Sorocaba/SP, as fábricas de tecidos “São
Paulo”; “Santo Antônio” e “Santa Rosália”. Convidado pelo industrial para ajudar
a estruturar as fábricas, chegou à cidade de Sorocaba no final de 1943, aos 32
anos de idade. Logo se tornou o Diretor Jurídico do grupo empresarial que
passou a ser denominado de “Companhia Nacional de Estamparia” que mais tarde,
após incorporar fábricas de cimento, tornou-se um verdadeiro império
industrial. Atuou nessa empresa durante 52 anos, até 1994. Embora envolvido com
os negócios da empresa à qual servia no departamento jurídico, envolveu-se
também com as coisas da educação daquela cidade paulista. Foi fundador, em
1958, da Faculdade de Direito de Sorocaba, onde atuou como professor titular da
cadeira de Economia Política. Foi também Diretor e Vice-diretor daquela
instituição de ensino por vários mandatos. Quando Diretor daquela Faculdade,
construiu o prédio para sediá-la definitivamente. Concomitante com essas
atividades, foi também membro do Rotary Club e presidente do “Gabinete de Leitura
Sorocabano”. Por tudo o que empreendeu naquela cidade paulista, em outubro de
1970, através da concessão outorgada por unanimidade da Câmara Municipal de
Sorocaba, foi laureado com o Título de Cidadão Sorocabano.
O princesense
Mesmo residindo, a maior parte de sua vida, fora e longe de
Princesa, advogado, professor e empresário conterrâneo, José Pereira Cardoso,
nunca se esqueceu de sua Terra. Além do mais, acolheu vários filhos de Princesa
que o procuravam em Sorocaba onde empregou a muitos em sua empresa ou nas de
amigos seus. Além de atuar na Companhia Nacional de Estamparia, foi também
empresário do ramo de torrefação de café. Porém, sua verdadeira paixão era
lecionar. Deleitava-se na condição de professor e permaneceu nas salas de aula
da Faculdade de Direito de Sorocaba até o ano de sua morte. Faleceu na cidade
que adotou para viver, em 1º de julho de 2005, aos 94 anos de idade. Sobre
Cardoso, por ocasião de seu falecimento os jornais de Sorocaba registraram as
seguintes homenagens, veiculado pelo “Correio do Sul”: “Com ele desaparece um dos últimos representantes da geração de empresários
e dirigentes ligados ao ciclo da fiação e tecelagem de algodão, cujas empresas,
para o bem e para o mal, balizaram a vida de Sorocaba durante muitas décadas ao
longo do século 20”. Outro jornal pontuou sobre o paraibano de Princesa: “(...) Um dos primeiros especialistas em
Direito Corporativo e Tributário, e Sorocaba beneficiou-se com uma liderança
atuante em diversas áreas da vida local”. Diante dessa robusta biografia,
constata-se estarmos diante de um homem que, em sua existência longeva, muito
contribuiu para o desenvolvimento e o progresso, tanto de Princesa como das
comunidades por onde passou, levando e engrandecendo o nome de sua terra natal.
Por tudo isso, está José Pereira Cardoso a merecer sua inscrição definitiva no
panteão dos filhos ilustres de Princesa.
(Escrito por Domingos Sávio Maximiano
Roberto, em 11 de novembro de 2019).
Esperando ansiosa pelo perfil do meu avô João Alves 😀
ResponderExcluirum grande homem, respeitado e admirado por todos!
ResponderExcluirJosé Pereira Cardoso, homem de fibra, apaixonado por suas origens!
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