ODE

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

PERFIS DE PRINCESENSES ILUSTRES







JOSÉ PEREIRA CARDOSO


JOSÉ PEREIRA CARDOSO nasceu em Princesa em 11 de maio de 1911 e era filho de Manoel Cardoso da Silva e de dona Porcina de Andrade Lima. Casou-se, em 1951, com uma filha de italianos que era também professora, chamada Thereza Wany Del Cistia Cardoso com quem teve sete filhos: Túlio, Telmo, Taís, Tales, Tirso, Tânia e Thereza Maria. Era sobrinho do coronel José Pereira Lima e irmão da ex-prefeita Juanita Pereira Cardoso Rodrigues. Estudou as primeiras letras em Princesa, na escola do professor Adriano Feitosa Cavalcanti. Adolescente, foi enviado pelo pai, para estudar os cursos secundário e preparatório na capital pernambucana. Em Recife, prestou vestibular para a Faculdade de Direito e, aprovado, ingressou naquela instituição de ensino onde se formou em Ciências Jurídicas. Para custear seus estudos, José Pereira Cardoso, ainda estudante, lecionou em escolas do Recife as disciplinas de História e Geografia no Instituto “Oswaldo Cruz” e no Colégio “Carneiro Leão”. Foram seus alunos, dentre outros, os então futuros, educador Paulo Freire e economista e ministro de Estado, o paraibano Celso Furtado. Formado, o nosso biografado retornou a Princesa e, aos 26 anos de idade, foi nomeado prefeito da cidade pelo interventor da Paraíba, Argemiro de Figueiredo, atendendo indicação do coronel José Pereira Lima. Governou o município de 14 de janeiro de 1938 a 18 de setembro de 1940. À frente dos destinos da municipalidade princesense, implantou a energia elétrica na cidade através de um gerador a diesel; fez o mapeamento do município; construiu o saneamento em algumas ruas e fez erguer o prédio que até hoje abriga a sede da Prefeitura Municipal de Princesa. Seu mandato de prefeito durou apenas dois anos e oito meses. Ainda durante sua estada em Princesa, após deixar o comando da prefeitura, foi cofundador da Escola Normal “Monte Carmelo”, colégio para moças em que foi também um de seus professores até o final de 1942.
                                                                                                 
Voo mais alto

Em 1943, em viagem ao Rio de Janeiro, conheceu o industrial pernambucano, Severino Pereira da Silva, que acabara de adquirir, das famílias inglesas Kenworthy e Speers, em Sorocaba/SP, as fábricas de tecidos “São Paulo”; “Santo Antônio” e “Santa Rosália”. Convidado pelo industrial para ajudar a estruturar as fábricas, chegou à cidade de Sorocaba no final de 1943, aos 32 anos de idade. Logo se tornou o Diretor Jurídico do grupo empresarial que passou a ser denominado de “Companhia Nacional de Estamparia” que mais tarde, após incorporar fábricas de cimento, tornou-se um verdadeiro império industrial. Atuou nessa empresa durante 52 anos, até 1994. Embora envolvido com os negócios da empresa à qual servia no departamento jurídico, envolveu-se também com as coisas da educação daquela cidade paulista. Foi fundador, em 1958, da Faculdade de Direito de Sorocaba, onde atuou como professor titular da cadeira de Economia Política. Foi também Diretor e Vice-diretor daquela instituição de ensino por vários mandatos. Quando Diretor daquela Faculdade, construiu o prédio para sediá-la definitivamente. Concomitante com essas atividades, foi também membro do Rotary Club e presidente do “Gabinete de Leitura Sorocabano”. Por tudo o que empreendeu naquela cidade paulista, em outubro de 1970, através da concessão outorgada por unanimidade da Câmara Municipal de Sorocaba, foi laureado com o Título de Cidadão Sorocabano.

O princesense

Mesmo residindo, a maior parte de sua vida, fora e longe de Princesa, advogado, professor e empresário conterrâneo, José Pereira Cardoso, nunca se esqueceu de sua Terra. Além do mais, acolheu vários filhos de Princesa que o procuravam em Sorocaba onde empregou a muitos em sua empresa ou nas de amigos seus. Além de atuar na Companhia Nacional de Estamparia, foi também empresário do ramo de torrefação de café. Porém, sua verdadeira paixão era lecionar. Deleitava-se na condição de professor e permaneceu nas salas de aula da Faculdade de Direito de Sorocaba até o ano de sua morte. Faleceu na cidade que adotou para viver, em 1º de julho de 2005, aos 94 anos de idade. Sobre Cardoso, por ocasião de seu falecimento os jornais de Sorocaba registraram as seguintes homenagens, veiculado pelo “Correio do Sul”: “Com ele desaparece um dos últimos representantes da geração de empresários e dirigentes ligados ao ciclo da fiação e tecelagem de algodão, cujas empresas, para o bem e para o mal, balizaram a vida de Sorocaba durante muitas décadas ao longo do século 20”. Outro jornal pontuou sobre o paraibano de Princesa: “(...) Um dos primeiros especialistas em Direito Corporativo e Tributário, e Sorocaba beneficiou-se com uma liderança atuante em diversas áreas da vida local”. Diante dessa robusta biografia, constata-se estarmos diante de um homem que, em sua existência longeva, muito contribuiu para o desenvolvimento e o progresso, tanto de Princesa como das comunidades por onde passou, levando e engrandecendo o nome de sua terra natal. Por tudo isso, está José Pereira Cardoso a merecer sua inscrição definitiva no panteão dos filhos ilustres de Princesa.


(Escrito por Domingos Sávio Maximiano Roberto, em 11 de novembro de 2019).

3 comentários:

  1. Esperando ansiosa pelo perfil do meu avô João Alves 😀

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  2. um grande homem, respeitado e admirado por todos!

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  3. José Pereira Cardoso, homem de fibra, apaixonado por suas origens!

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