ODE

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

CASO BEM PENSADO: UM TSUNAMI!




Depois que a poeira abaixa é que podemos ter ideia da dimensão das coisas. Refiro-me ao que vem acontecendo na Paraíba, promovido pelas investigações da chamada “Operação Calvário”. Quem em sã consciência apostaria num desfecho desses? Jamais alguém imaginaria que um político com a história de Ricardo Viera Coutinho, que veio de baixo, com um discurso transformador que sensibilizou a população da capital do Estado que lhe deu vários mandatos eletivos e permitiu que dali, fosse catapultado ao mais alto posto da política estadual, pudesse estar envolvido numa situação dessas. Isso não desmerece somente a figura do acusado. Isso faz a população perder a esperança em tudo. Hoje, quando fazemos simples análise, vemo-nos completamente desamparados quando constatamos que a régua que mede os políticos é a mesma para todos. E agora? Quem pode acusar quem? A chamada “direita” governou o país desde o descobrimento e foi defenestrada com a eleição de Lula, em 2002, sob a acusação de práticas de corrupção. A dita “esquerda” assumiu e fez pior. Nesse mato sem cachorro, lembro-me do ex-prefeito Gonzaga Bento quando dizia: “Na política existem os cachorros gordos, que estão comendo; e os magros, que querem comer”.

As vestais também

Como se não bastasse, até aqueles que recebem dinheiro público para fiscalizar e controlar, estão também sob suspeitas. É claro que a fase atual das investigações, trata apenas de suspeitas, ninguém foi julgado ainda. Mesmo assim, levando em consideração o velho ditado que diz: ”onde há fumaça, há fogo”, o fato de pessoas consideradas honestas e de conduta ilibada serem acusadas de conivência com atos de corrupção, já nos deixa com a mosca atrás da orelha, a perguntarmos: e agora, em quem devemos confiar? Na verdade, o vil metal, pela sua incandescência, faz aqueles que o manipulam deixarem de enxergar onde está o limite do ter. Se esses possíveis atos de corrupção estivessem sendo cometidos por pessoas pobres, carecidas de recursos para sua sobrevivência, se poderia até permitir uma justificativa. Mas, não. Os que estão, supostamente, envolvidos são aqueles que já são detentores de vasto patrimônio físico e de polpudos salários. A medida do ter não enche, porém, a justiça pode encher cadeias.


(Escrito por Domingos Sávio Maximiano Roberto, em 20 de dezembro de 2019).

Nenhum comentário:

Postar um comentário