Financiamento de campanha eleitoral com dinheiro público é um
bicho criado pelos deputados e senadores - abençoado pelo STF -, para alimentar
as burras dos partidos políticos nesse tempo em que se proíbe o financiamento
de campanhas eleitorais com dinheiro oriundo de contribuições de pessoas
físicas e de empresas privadas. Depois dos escândalos do “Mensalão” e do
“Petrolão”, que promoveram o chamado “caixa-dois”, que repassava dinheiro não
justificado (da Petrobras e das grandes construtoras), aos grandes partidos
políticos para viabilizar a eleição de parlamentares subservientes aos
interesses do governo de plantão, os políticos resolveram institucionalizar o
financiamento das campanhas eleitorais com o dinheiro do povo. Pura hipocrisia,
pois, todos sabem que mesmo com a proibição das contribuições particulares e
empresariais, os políticos continuam recebendo dinheiro de quem tem e gastando
com quem não tem para conseguirem se eleger. Ademais, é sabido também que
grande parte dos dinheiros usados nas campanhas eleitorais não é computada nas
prestações de contas oficiais.
Dois bilhões de reais!
Para financiar os candidatos que concorrerão às eleições do
próximo ano (2020), o Congresso Nacional vai liberar R$=2.000.000.000,00. Isso
mesmo: dois bilhões de reais! Esse dinheiro vai para os partidos políticos e
não chega nunca nas mãos dos pobres coitados candidatos a prefeito e vereadores
da maioria das pequenas cidades do país. Serve, principalmente, para enriquecer
ilicitamente os chefes de partidos encastelados em Brasília. E tem mais, o
chamado “financiamento público de campanha” é destinado, principalmente, para
reeleger aqueles que já estão no poder. Os novéis, que se virem. Não fora isso,
mesmo assim a coisa tá troncha, pois, o dinheiro do povo, que chega às mãos dos
candidatos interessantes aos grandes partidos, é usado para comprar o voto do
próprio povo. Ou seja: compram o povo com seu próprio dinheiro.
Fim da hipocrisia
Melhor seria que fizessem como nos Estados Unidos, onde os
candidatos podem gastar tanto quanto quiserem, sem hipocrisia. Dessa forma,
ficaria institucionalizado o que é uma realidade, se pouparia uma verdadeira
fortuna (que poderia ser canalizada para investimento na saúde, por exemplo) e
os candidatos ficariam no conforto de não estarem cometendo irregularidades.
Mas, não. Os políticos preferem como está agora: recebem dinheiro público para
comprar voto e compram também com o seu próprio e com o que recebem por debaixo
do pano. Enquanto isso, os desvalidos “candidatinhos” dos grotões, nem recebem
do bolo público, tampouco podem receber a ajuda financeira de amigos e o povo,
sem querer, financia as campanhas daqueles a quem não quer eleger. É desse
jeito e pronto.
(Escrito por Domingos Sávio Maximiano
Roberto, em 20 de dezembro de 2019).
Como já diziam os sábios, quem tem besta não compra cavalo. E viva a malandragem.
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