Ontem, a revista eletrônica semanal da Rede Globo de
Televisão, “Fantástico”, veiculou extensa matéria sobre os fatos ocorridos em
nosso Estado, durante a semana passada. Na reportagem, aquele programa retratou
o ex-governador Ricardo Coutinho em similaridade ao que vem fazendo com o
ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, aos ex-deputados Eduardo Cunha,
Geddel Vieira Lima e outros pesos pesados da corrupção nacional. Coutinho, que
um dia foi cotado para figurar numa chapa como candidato a vice-presidente da
República; que esnobou quando deixou de concorrer a uma vaga - com eleição
supostamente garantida -, para o Senado Federal e que elegeu uma “porta” para
sucedê-lo no Governo do estado da Paraíba, se encontra, agora, em situação de
similaridade aos maiores bandidos da política nacional.
Desnudamento moral
A devastadora reportagem expôs para todo o Brasil, um esquema
de corrupção nunca visto na Paraíba e que se compara, até em proporções, ao que
aconteceu no estado do Rio de Janeiro. Novamente, a exemplo de 1930, quando a
Paraíba surgiu do nada e projetou-se nacionalmente sendo contrária às orientações
políticas da “corte”, hoje, a “pequenina” – como a chamava o saudoso tribuno
princesense, Alcides Carneiro -, ocupa o cenário nacional como um antro de
quadrilheiros, chefiados pelo ex-governador Ricardo Coutinho, que assaltaram os
cofres públicos com avidez nunca vista. A vestal que comandou a prefeitura da
capital e o Palácio da Redenção por quase 14 anos consecutivos e que nunca
perdeu uma eleição, para ali conduzido sob o discurso da moralidade, da ética
e, principalmente, da honestidade, promoveu e patrocinou o maior descalabro em
termos de bandidagem oficial.
Sem justificativa
É certo que Coutinho foi preso e, em que pesem as evidências
de culpabilidade, logo foi solto por ordem superior da Justiça de Brasília, o
que vem sendo questionado pela grande imprensa nacional, com insinuações até de
apadrinhamento. Porém, a consistência das acusações, acompanhadas de provas
irrefutáveis - quando existem até áudios com a voz do ex-governador dando
instruções sobre a distribuição das propinas -, põe em banho-maria uma situação
que consideramos insustentável, pois, mais dia, menos dia, a comprovação de sua
culpa virá à tona e a arrogância acompanhada do discurso de honestidade, cairá
por terra. Aliás, é sabido por todos que, religiosidade e honestidade demais,
fazem muito mal à saúde moral.
(Escrito por Domingos Sávio Maximiano
Roberto, em 23 de dezembro de 2019).
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