ODE

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

CASAMENTO ESQUISITO





O convite, a aceitação e a nomeação da atriz “global” Regina Duarte para o cargo de Secretária Nacional de Cultura, causou o maior frisson desde a hora em que o presidente efetuou o convite, no último dia 17 deste mês. De lá até a consumação, muitas especulações e comentários alimentaram essa novela. Primeiro quanto à comparação do Secretário saído com a Secretária entrante. O primeiro, Roberto Alvim, foi demitido a bem da ética política por haver feito pronunciamento similar ao do famigerado Ministro da propaganda nazista, Josef Goebbels. A segunda, Regina Duarte, foi admitida porque, desde o ano de 2002 vem fazendo oposição aos políticos de esquerda e, na última campanha eleitoral para a escolha do presidente da República, optou por apoiar, publicamente, o agora presidente Jair Bolsonaro. Em festa, ambos [presidente e atriz] comemoraram o fato como se fora um casamento.

Sem viés ideológico?

O que interessa verdadeiramente à população não é o critério para a escolha, tampouco a sintonia político-eleitoral da nova Secretária com o presidente Bolsonaro. O que tem importância nesse momento é saber se Regina Duarte está disposta a bater de frente com os comandantes de extrema direita, que estão encastelados no Planalto e implementar medidas que realmente beneficiem a cultura, de forma indiscriminada, esquecendo o danoso viés ideológico que, no Brasil, quando não é de esquerda, é de direita. Esperamos também que a atitude do presidente - quando retirou do seio da Rede Globo uma de suas principais atrizes -, não tenha sido um acinte àquela emissora por ele detestada e que, por sua vez, lhe faz oposição. Mesmo por que, Regina Duarte casou-se com o Planalto e foi divorciada, ao vivo e a cores, quando demitida da Globo em pleno Jornal Nacional. Do mesmo jeito que Bolsonaro não contemporiza com os que simpatizam com aquela Rede de Televisão, a Globo também não tolera nem admite manter laços com os que se bandeiam para o “mito”. Mesmo assim, torcemos para que esse enlace matrimonial produza algo de bom para a cultura brasileira.


ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 30 DE JANEIRO DE 2020.

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