O convite, a aceitação e a nomeação da atriz “global” Regina
Duarte para o cargo de Secretária Nacional de Cultura, causou o maior frisson desde a hora em que o presidente
efetuou o convite, no último dia 17 deste mês. De lá até a consumação, muitas
especulações e comentários alimentaram essa novela. Primeiro quanto à
comparação do Secretário saído com a Secretária entrante. O primeiro, Roberto
Alvim, foi demitido a bem da ética política por haver feito pronunciamento
similar ao do famigerado Ministro da propaganda nazista, Josef Goebbels. A
segunda, Regina Duarte, foi admitida porque, desde o ano de 2002 vem fazendo
oposição aos políticos de esquerda e, na última campanha eleitoral para a
escolha do presidente da República, optou por apoiar, publicamente, o agora
presidente Jair Bolsonaro. Em festa, ambos [presidente e atriz] comemoraram o
fato como se fora um casamento.
Sem viés ideológico?
O que interessa verdadeiramente à população não é o critério
para a escolha, tampouco a sintonia político-eleitoral da nova Secretária com o
presidente Bolsonaro. O que tem importância nesse momento é saber se Regina
Duarte está disposta a bater de frente com os comandantes de extrema direita,
que estão encastelados no Planalto e implementar medidas que realmente
beneficiem a cultura, de forma indiscriminada, esquecendo o danoso viés
ideológico que, no Brasil, quando não é de esquerda, é de direita. Esperamos
também que a atitude do presidente - quando retirou do seio da Rede Globo uma
de suas principais atrizes -, não tenha sido um acinte àquela emissora por ele
detestada e que, por sua vez, lhe faz oposição. Mesmo por que, Regina Duarte
casou-se com o Planalto e foi divorciada, ao vivo e a cores, quando demitida da
Globo em pleno Jornal Nacional. Do mesmo jeito que Bolsonaro não contemporiza
com os que simpatizam com aquela Rede de Televisão, a Globo também não tolera
nem admite manter laços com os que se bandeiam para o “mito”. Mesmo assim,
torcemos para que esse enlace matrimonial produza algo de bom para a cultura
brasileira.
ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO
ROBERTO, EM 30 DE JANEIRO DE 2020.
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