ANTÔNIO NOMINANDO, O CANCÃO E A
ARAPUCA
Na campanha eleitoral de 1976, para a escolha do prefeito de
Princesa, eram candidatos: Batinho pelo lado dos “Diniz” e João Pacote apoiado
pelos “Pereira”. Num comício que ocorreu no Bairro do Cancão, preocupado pelo
comentário de que aquele reduto que sempre fora nominandista, estava sendo cooptado por João Pacote e Novo Bezerra
(candidato a vice) com a distribuição, segundo boatos, de favorecimentos
financeiros e materiais, tais como: cortes de panos, chinelas japonesas, roupas
feitas (a exemplo de camisas “volta ao mundo”), juntas de bois, animais suínos,
materiais de construção, etc., para que sufragassem seus nomes nas urnas, o
grande orador, doutor Antônio Nominando Diniz, discursou dizendo poeticamente:
“Cancão não cai em arapuca... Os que
aqui moram já me conhecem e creio, não me decepcionarão, pois, o voto que se dá
com o coração não tem especificado seu destino, mas sim a grandeza de sua
missão. Votar em Batinho é o mesmo que votar em mim, pois, a confiança é o
verdadeiro fim”.
O epítome: Cancão não cai em arapuca” (dificilmente o
pássaro cancão cai em arapuca, pois, ele tem a habilidade natural de tirar o
caroço de milho sem desarmar a armadilha), caía bem nesse discurso quando
demonstrava a capacidade oratória do homem que, resumindo numa frase, dava um
recado definitivo ao eleitorado que ele considerava decente e, portanto infenso
às investidas dos adversários de hoje, que foram, há pouco tempo seus aliados e
por isso sabedores onde estavam seus votos, pois, mesmo que já tivessem
sucumbido às demandas dos endinheirados, envergonhados com a demonstração de
confiança do chefe para com eles, poderiam [os eleitores] voltar atrás,
devolvendo o benefício ou, por outra, continuarem locupletados com a dádiva dos
candidatos ricos, porém, mantendo a intenção de votar no “pé-rapado” [Batinho] que
era apoiado pelo competente orador.
ESCRITO POR DOMINGOS
SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 10 DE JANEIRO DE 2020.
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