O PEDIDO DE INTERVENÇÃO
No dia 17 de março de 1930, às 19:00 horas, aconteceu uma reunião, na casa do professor Adriano Feitosa Cavalcanti, com todo o staff da política de Princesa. Liderados pelo coronel José Pereira Lima, reuniram-se, além do coronel, o prefeito da cidade, major José Frazão de Medeiros Lima, o presidente do Conselho Municipal, Florentino Rodrigues Diniz (major Floro), o professor Adriano Feitosa e os senhores: Manuel Rodrigues Sinhô, o major Feliciano Rodrigues Florêncio, Severino Barbosa de Oliveira, Inocêncio Justino da Nóbrega, Richomer Góes de Campos Barros e um emissário do industrial pernambucano João Pessoa de Queiroz. Desde o início do conflito, em 28 de fevereiro de 1930 , o objetivo dos que promoviam o apoio logístico ao coronel Zé Pereira (Pessoa de Queiroz), intencionavam convulsionar o sertão para provocar a intervenção federal na Paraíba. Nesse conciliábulo político, a pauta foi essa e, para dar-lhe um tom de legalidade, ficou decidido que o Conselho Municipal de Princesa, encaminharia ao excelentíssimo senhor presidente da República, Washington Luís, uma solicitação, recheada de arrazoados plausíveis, solicitando a medida extrema. Terminada a reunião, que deliberoupelo envio de um telegrama ao chefe da nação fazendo o pedido de intervenção, o coronel Zé Pereira determinou ao intelectual e telegrafista, Richomer Barros, que redigisse o documento e o expedisse na manhã do dia seguinte (18/03/1930). Conforme relata em seu livro: “A Revolução Estatizada”, pp. 390, o historiador José Octávio de Arruda Mello, pontua: “Para consumação da liderança consensual de que se valia Pereira também contaria com o Conselho Municipal de Princesa que, constituindo o embrião do poder dirigente do “Território Livre”, legitimou a autoridade do coronel e dirigiu-se a Washington Luís, pleiteando a intervenção federal naParaíba. A solicitação, ao menos na área de propaganda, surtiu efeito, pois, imediatamente, o desembargador Heráclito Cavalcanti, aconselhou o congênere de Teixeira, parcialmente controlado pelos Dantas, a proceder da mesma maneira. Já o funcionamento do posto do telégrafo(federal), sob o comando de Richomer Barros, cujos serviços a José Pereira foram tão inestimáveis que ‘A UNIÃO” - 04.06.30, o tacharia de “telegrafista das hordas ilegais”-, constitui um dos aspectos mais sugestivos da competição burocrática da revolta princesense. Esse telegrama causou o maior frisson no Rio de Janeiro, então Capital Federal. Foi lido nas duas casas Legislativas (Câmara Federal e Senado) e funcionou como combustível para pronunciamentos inflamados dos deputados perrepistas em prol da causa de Princesa e em detrimento do presidente João Pessoa. A essa altura, o Poder Federal, já demonstrava certa simpatia à empreitada bélica do coronel Zé Pereira.
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 18 DE MARÇO DE 2020).
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