Ontem, a Câmara Federal votou, em primeiro turno, a PEC - Projeto de Emenda Constitucional, que adia as eleições que deverão ser realizadas neste ano, para a escolha deprefeitos e vereadores. As novas datas, determinadas pela PEC, para a realização do pleito - em primeiro e segundo turnos - serão, respectivamente, 15 e 29 de novembro deste ano de 2020. Como já tratamos em artigo anterior, essas, deverão ser eleições atípicas, completamente diferentes das ocorridas até hoje no Brasil. Não haverá a tradicional campanha eleitoral, composta de carreatas, passeatas, comícios e do tradicional corpo-a-corpo. Um candidato que normalmente percorre as ruas das cidades e setores da Zona Rural, cumprimentando eleitores, apertando mãos e distribuindo abraços, nestes tempos de Pandemia do Coronavírus, comportamento dessa natureza se constituiria uma verdadeira bomba-relógio, uma vez que proporcionaria a disseminação da COVID-19 de forma irresponsável. Com certeza não haverá isso. A campanha será virtual, à distância. O principal instrumento para a divulgação das propostas dos candidatos, deverão ser as redes sociais, através de aparelhos celulares ou a propaganda eleitoral gratuita pelos meios de comunicação tradicionais, tais quais televisão, rádio, jornais, etc.
Quem vai votar?
É sabido que o grupo mais vulnerável ao contágio do Coronavírus é o das pessoas com mais de 60 anos de idade. Esses cidadãos e cidadãs - que no mais das vezes são também portadores de comorbidades -, certamente se farão resistentes a comparecer aos locais de votação, preferirão pagar a multa a contrair o mal. Os eleitores com mais de 70 anos e, portanto, desobrigados de votar, com certeza não comparecerão. Os residentes em cidades diferentes de seus domicílios eleitorais, também resistirão em viajar em transportes coletivos, para exercerem seu direito cidadão. Com isso, se vislumbra que teremos, neste ano, a maior abstenção eleitoral já havida no país. Some-se a isso, os cuidados que deverão ser adotados quanto à aglomeração nas filas das secções eleitorais e na obrigatória e cuidadosa higienização das urnas eletrônicas, o que poderá provocar grande perda de tempo, prejudicando a normal celeridade da votação. Resta saber quem lucrará com esse quadro adverso, quando a eleição deste ano deverá ser movida pelos jovens e pelos adultos de meia idade. Diante dessa atipicidade, fica apenas uma certeza: com a ausência do contato físico, deverão ser essas as eleições mais limpas da história, pois, a COVID-19, certamente fará diminuir e muito a prática nefasta da compra de votos.
DSMR, EM 02 DE JULHO DE 2020.
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