A indignação do padre Luiz, vigário da cidade paraibana de
Junco do Seridó, é perfeitamente justificável. Nesse tempo de Pandemia, a
hipocrisia campeou. Enquanto os estabelecimentos comerciais e de serviços
(inclusive o Cabaré), estavam “fechados”, proibidos de funcionar, seus
proprietários abriam meia-porta e recebiam seus clientes de forma clandestina,
sob as vistas grossas e complacentes das autoridades. Enquanto isso, as Igrejas
- que não podem cometer esse pecadilho do faz-de-conta -, permaneceram fechadas
e, portanto, sem apurar. Duplamente prejudicados, os templos, quando também
impedidos de sua precípua atividade, que é o salvamento das almas pecadoras, estavam
estas livremente expostas à devassidão e privadas do lenitivo do perdão, para
pecar de novo. Padre Luiz tem razão. Com a reabertura temporã das Igrejas, o
acúmulo de pecados se faz sentir nos confessionários, o que aumenta em muito a
mão de ora dos padres, os deixando verdadeiramente indignados. Fica o recado do
vigário do Junco, que já estava “poraqui óia”, e o aviso de que, da próxima
vez: “óia o dedinho!”.
DSMR, EM 20 DE AGOSTO DE 2020.
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