A Convenção partidária do Cidadania foi por demais
emblemática e, por conseguinte, reveladora. Em seu deslumbrado e pavoneado
discurso, o prefeito Ricardo Pereira do Nascimento, revelou suas preferências
sociais e eleitorais. Se referindo às novas aquisições eleitorais, disse que
prefere os votos de qualidade. Ou seja: os votos dos ricos. Isso não causa
surpresa, a começar pela escolha do candidato a vice-prefeito. Nascimento
escolheu o empresário José Casusa e dizem – a boca pequena -, que será este o
verdadeiro candidato a prefeito; que há um acordo tácito para que, quando da
impugnação de sua candidatura, Casusa o substitua como titular da chapa. Comenta-se,
inclusive, que isso é uma imposição da classe empresarial, dos detentores do
capital e dos usurários créditos.
Aliás, são muitos os acordos que envolvem as eleições deste
ano. Um amigo já me disse: “estas, são as
eleições mais misteriosas que já vi”. O problema, é que todos esses acertos
contemplam somente os afortunados, aqueles que podem bancar a megalomania do
prefeito. Na verdade, temos de admitir que Nascimento é mestre em cooptar
pessoas da alta roda. Isso faz parte da sua vingança contra a sociedade que
nunca permitiu sua admissão como um de seus membros. Adora subjugar,
desmoralizar, e humilhar aqueles a quem considera seus inimigos úteis. Faz isso
com prazer mórbido e sempre, em detrimento das atenções que deveriam ser
dispensadas aos menos favorecidos. Nada a se estranhar, pois, tal comportamento
é próprio dos frustrados que se tornam eternos vingadores de si mesmos.
Como resultado dessa reflexão, fica uma pergunta no ar: será que o povo de Princesa entrará nesse jogo? Será que o povo da aguerrida cidadela que se rebelou em 1930, vai assimilar esses conchavos espúrios, que atendem tão somente aos interesses da continuidade de um esquema de corrupção nunca visto em nossa terra? O jogo é bruto, pesado e desigual. Porém, para que tudo convirja para a consolidação dos intuitos inconfessáveis de Nascimento, será necessária a anuência e a aprovação da população princesense, através das urnas de 15 de novembro. Se der na roleta a vontade do prefeito, quem escapar da Pandemia do Coronavírus, certamente perecerá sob o jugo do tenebroso esquema comandado pelo homem que não gosta de pobre e que, graças a seu “bom deus”, só acredita no que o dinheiro pode lhe proporcionar. Tudo isso faz lembrar uma máxima do Barão de Itararé: “Seria cômico se não fosse trágico”.
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