ODE

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

PEREIRA X DINIZ EM XEQUE?

 



Esta se apresenta a campanha eleitoral mais maluca já vista em Princesa. Por motivo da pandemia do Coronavírus, tudo está diferente. As manifestações públicas que envolvem grandes aglomerações estão proibidas, portanto, os candidatos que postulam as vagas de prefeito e de vereadores só podem se manifestar através das Redes Sociais. Comícios, carreatas, passeatas, estão todos proibidos. Até o tradicional corpo-a-corpo tem de ser feito comedidamente obedecendo aos protocolos de saúde estabelecidos. Por conta disso, alguns candidatos estão aproveitando a situação, para a divulgação de fake news para ludibriarem os eleitores. Nos últimos dias, o candidato a prefeito do Cidadania, Ricardo Pereira do Nascimento, fez divulgar uma pesquisa que dá como certa sua vitória sobre os outros dois candidatos, numa performance acachapante, com uma diferença de mais de 30 pontos percentuais sobre o segundo colocado. Nesse caso, Nascimento, não teve nem o cuidado de divulgar uma mentira com o mínimo de plausibilidade, pois, é notória a inverdade encerrada na referida enquete. Nem em 2004, quando o médico Sidney Oliveira (PSDB) concorreu em busca da reeleição contra o bacharel Thiago Pereira (PMDB) - situação em que o prefeito Sidney reunia claríssimo favoritismo -, se divulgou pesquisa com números tão elásticos. Naquele tempo, todo mundo percebia e era indubitável que o candidato do PSDB seria vitorioso nas urnas com ampla margem de votos. Hoje, se estivesse correta essa pesquisa ora divulgada, o senhor Nascimento seria eleito com uma maioria estrondosa de 3.100 votos. Porém, o que se vê nas ruas não se traduz nesse espantoso favorecimento. Pelo contrário, o que se constata é um zoadento silêncio, que faz dessa eleição algo muito misterioso.

As três candidaturas a prefeito que estão postas para a avaliação popular têm peculiaridades próprias. A de Nascimento, se baseia na força da máquina administrativa que distribui empregos e benefícios a torto e a direito, e na cooptação de eleitores através de vantagens financeiras que são oferecidas sem limites. Eleitores das hostes nominandistas que amanhecem o dia dizendo que jamais trairão seu partido, no mesmo dia dormem com uma fotografia ao lado de Ricardo Pereira debaixo do travesseiro. De sorte que essa situação vem se restringindo àqueles que fazem parte da sociedade, da chamada elite. Ainda bem que esse mal não atingiu ainda o grosso dos eleitores da periferia. Estes, dizem em alto e bom tom: “vamos comer e votar em quem nós quiser”. Menos mal. Do lado de doutor Sidney, a situação é mais complicada. Sidney Filho (PSDB) sofre, a olhos nus, um quase total abandono de seus tradicionais eleitores. A cristianização da candidatura do filho do doutor - que foi um dia o Chefe Geral do município -, é exercitada, não pelos partidos coligados, mas sim pelo próprio eleitorado. A sangria de votos é desatada em benefício das duas outras candidaturas. Quanto aos “Moura”, a situação é mais confortável. Para a candidatura do doutor Alan, migram eleitores de ambos os partidos tradicionais sem nenhum constrangimento, sem falar que essa candidatura é a única que representa a verdadeira mudança e tem grande simpatia do segmento da juventude. Pelos números da pesquisa, a vitória de Nascimento é indubitável, porém, esses números não merecem crédito algum, uma vez que os humores das ruas se revelam muito diferentes do que tem sido divulgado. Faço minhas as palavras de uma senhora que entende de política: “duvido que alguém vá para a urna e vote, sem vontade, num candidato qualquer”. A soberania popular é inquestionável e, por isso, acredito que essas eleições, por demais misteriosas, só revelarão a verdade quando da abertura das urnas. Nesse contexto eleitoral, somente de uma coisa temos certeza, que é o descredenciamento das duas forças políticas tradicionais de Princesa, que militam há quase 100 anos. O grupo Pereira, sequer apresentou candidato e, o grupo Diniz - que tem um representante na disputa -, em todas as pesquisas que aferem a preferência popular, patina num longe terceiro lugar. Será esta a campanha eleitoral que, 90 anos havidos, vai tirar de campo os dois times tradicionais da política de Princesa?  

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