Os resultados apresentados pelas urnas são inquestionáveis
por retratarem a vontade popular. Porém, em análise acurada, custa-nos entender
alguns aspectos desses resultados. Aqui em Princesa, nas últimas eleições,
quase a metade dos eleitores optou por votar nos candidatos de oposição ao
prefeito Ricardo Pereira do Nascimento. Mesmo assim, o partido Cidadania do
prefeito reeleito (sub-judice),
conseguiu eleger para a Câmara Municipal quase 80% da bancada de onze
vereadores que compõem aquela Casa de Leis. Significa que, mesmo discordando da
administração, quase 50% dos eleitores optaram por votar em vereadores aliados
do prefeito. Essa dissociação demonstra a falta de interesse do povo em
promover a fiscalização ou, simplesmente, o exercício do voto foi feito, em sua
maioria, à troca de benefícios financeiros? É estranho que um vereador do
quilate de Erivonaldo Freire, combativo que foi, não tenha conseguido eleger
sua filha Vitória. Incompreensível
também observar a pífia votação de vários candidatos qualificados, a exemplo do
doutor Rivaldo, do cabo Domingos, de Vinícius Cordeiro, de Renato César, de
Gabriel Pensador, de Dedé dos Correios, só para citar alguns. Na verdade, no
meu entender, se faz necessária uma reflexão para o próximo pleito, uma
correção de rumo, pois, o papel do vereador é, essencialmente, fiscalizar. Em
se tratando de uma administração como a comandada pelo atual prefeito que, em
seu decorrer, várias denúncias foram feitas sobre desmandos administrativos, contábeis
e financeiros, torna-se por demais estranha a constatação de que o povo, mesmo
optando pela corrupção, não tenha mandado para a Câmara Municipal, cidadãos
capazes e com a coragem de fiscalizar uma das administrações mais denunciadas
por corrupção na história de Princesa. O problema é que a correção
só poderá ser feita
daqui a quatro anos. Enquanto isso, só a justiça pode resolver.
DSMR, em 24 de novembro de 2020.
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