Inspirado pelo resultado das urnas do último dia 15 de
novembro, vi-me com vontade de escrever sobre um movimento sociológico, que não
nos passa despercebido por ser notório e, desta feita, muito significativo em
nosso município. A ascensão social daqueles que não nasceram nos chamados
“berços de ouro” - e que, nem por isso, estão impedidos de igualarem-se aos
privilegiados, que vieram ao mundo com a prerrogativa de crescer e aparecer por
conta de quem nasceram -, via de regra, se apegam a dois segmentos específicos
que podem viabilizar a dita ascensão e, muitas vezes, revelar talentos
inimagináveis, ou não. São esses segmentos, a Religião e a Política. Na
primeira, tratando-se da religião Católica, o caso é menos grave, uma vez que ali,
raramente se constroem milionários do dinheiro. Regra, portanto, se faz quanto
a alguns dos cultos evangélicos que, no mais das vezes, por sua flexibilidade
na instalação de igrejas e criação de denominações, dá a muitos a vantagem de -
mesmo sem instrução alguma ou formação educacional -, enriquecer rapidamente
vendendo o nome de Deus. Na política, isso acontece de forma inversa, quando
primeiro tem de vir o investimento financeiro.
Poder financeiro
A título de ilustração, assinalamos aqui que, para ascender a
uma das cadeiras das Câmaras Municipais, basta apenas que o candidato seja
detentor de algum poder financeiro e saiba bem aplicá-lo numa campanha
eleitoral. Prova cabal disso é o retrato da futura Casa Legislativa de Princesa,
para o quatriênio 2021/2024. Eleitos foram onze cidadãos e cidadãs, em sua
maioria sem nenhum compromisso com os interesses da população. Somente para
ilustrar, vale salientar que, os dois únicos candidatos que apresentaram um
Plano de Ação Parlamentar, foram, o doutor Rivaldo Rodrigues e Renato César.
Ambos foram fragorosamente derrotados. Os reeleitos, também em sua maioria,
jamais demonstraram a que vieram e, alguns novatos, sequer sabem o que é ser
vereador. É saber de todos, que o que eleva o homem a patamares superiores na
sociedade é, principalmente, a educação, a instrução. Porém, como um cano de
escape, os segmentos acima mencionados - principalmente a Política -, permitem
a ascensão social sem a necessidade da devida competência para tanto. O
problema é que, no segmento da Religião, isso ocorre sob os auspícios divinos
e, na Política, não há nenhum nomeado, todos são eleitos. Para ambos os casos,
Roma e Urna locuta est causa finita.
DSMR, EM 07 DE DEZEMBRO DE 2020.
Gosto muito da forma que você descreve os fatos e principalmente da sua profunda sabedoria. Parabéns
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