Sabe daquelas pessoas
Que a gente vira fã?
Pois sou eu com Zé de João
E com o poeta Valbam,
E nessa sinceridade
Eu gozei dessa amizade
Nos ares dessa manhã.
Logo cedo de manhã
Eu sai pelo caminho,
Pronto pra subir a Serra
Do nosso velho Brejinho,
E depois mais adiante
Partir pro aconchegante
E caloroso Marinho.
Subindo devagarzinho
Ainda de manhãzinha,
Antes de chegar na terra
Da professora Mãezinha,
Naquele ar que me inspira
Visitei Tõe de Palmira
E também Dona Zefinha.
Sentindo a brisa que vinha
Conversamos a vontade,
Dona Zefinha serviu
Café com muita bondade,
Para assim dar mais sabor
E junto aquele calor
Selar a nossa amizade.
Sai na tranqüilidade
E segui na minha estrada,
Passei la por Edmilson
A casa tava fechada,
Na subida pus primeira
Subi com tudo a ladeira
Até chegar na chapada.
La da beira da estrada
Numa descampada reta,
De longe fui avistando
O ponto e fui dando seta,
Com alegria estampada
Na ponta duma calçada
Eu avistei o poeta.
Naquela paz tão completa
Naquela tranqüilidade,
Aquele clima serrano
Que deixa a gente a vontade,
O poeta me esperou
No terreiro me abraçou
Na maior felicidade.
Com toda amabilidade
Sua Loura me acolheu,
Foi logo para cozinha
Um café ofereceu,
Sem se dar nenhum trabalho
Serviu com queijo de coalho
E leite que ela ferveu.
Depois de tudo se deu
Uma conversa sadia,
O pai de Loura, seu João
Que ela visitaria,
E todos naquela sala
Escutamos sua fala
De muita sabedoria.
Eu disse a Valbam que eu ia
Subir um pouco adiante,
Visitar um outro amigo
Sem perder aquele instante,
E parti pra Zé de João
Homem de bom coração
Duma conversa empolgante.
Cheguei por la radiante
Avistei pelo terreiro,
Aquele homem pacato
Na sombra de um figueiro.
Era José Bernardino
Um sertanejo granfino
Um caboclo hospitaleiro.
Naquele papo maneiro
Sem falsidade ou desdenho,
Senti naquelas palavras
Mais um amigo que tenho,
Zé me chamou para entrar
E na cozinha provar
Dum belo mel de engenho.
Eu fiz ali um desenho
Daquela minha visita,
Que amizade inda existe
Quem a lisura credita,
E que você não desanda
Toda vez que você anda
Na casa que Deus habita.
Naquela manhã bonita
Ganhei mais experiência,
Alem de provar do mel
De Zé, de toda decência,
Zé disse:- Me acompanhe
E mandou para mamãe
Um lindo pé de Hortência.
E naquela transparência
Limpa igual água de poço,
De papos de hoje em dia
Do tempo quando era moço,
Numa obstrução discreta
Eu escutei o poeta
Me chamar para o almoço.
Sem lhe causar alvoroço
Eu me pus de prontidão,
Pois ainda me abancava
Na casa de Zé de João,
Quando eu me pus de pé
Me despedi de José
E parti em direção.
Pelo cheiro do feijão
Nós descemos dando trote,
As pedras pelo caminho
Cruzamos dando pinote,
E na casa do poeta
A mesa tava completa
Que me inspirou nesse mote.
Tinha carne dum garrote
Que nosso aêdo matou,
Uma boa raizada
Também ali não faltou,
Arroz, salada na mesa
E depois de sobremesa
Um doce se degustou.
De nada ali não faltou
De tudo era em quantidade,
Além de tanta fartura
Sobrava hospitalidade,
E o prato mais predileto
Amor, afeição, afeto
Carinho e sinceridade.
Nutrido dessa amizade
Quero que o peito deságüe,
No bem, na felicidade
Sinceridade propague,
E diga pra quem quisera:
Uma amizade sincera
Não tem dinheiro que pague.
Poeta cordelista
Rena Bezerra
É isso poeta.
ResponderExcluirSem comentários, perfeito amei.
ResponderExcluirarretado poeta! exelente o corde
ResponderExcluirparabens!!!
Sou teu fã poeta.Parabéns!
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