Em tempos de um passado recente, tudo era muito diferente.
Crianças brincavam, jovens namoravam, adultos conversavam sobre temas diversos,
velhos mentiam, velhas faziam crochê... Hoje, com o advento do famigerado
aparelho celular, tudo mudou completamente num ajustamento único. Agora, tá
todo mundo com a “tabinha” luminosa às mãos, sem olhar para nem dar atenção a
ninguém, numa confabulação egoísta e silenciosa que só separa as pessoas.
Antigamente, os meninos brincavam do “preso”, do “lema”, etc. As meninas
brincavam de roda, de “passarás”... Os jovens, namoravam de mãos dadas, beijavam
na boca atrás da Igreja,dançavam nos “assustados”, frequentavam a Biblioteca da
Praça “Zé Nominando”, dentre outras interatividades. Os adultos sentavam-se nas
calçadas para conversar sobre tudo – principalmente sobre a
vida alheia -,escutavam o rádio, viam televisão... Hoje, não. Todo mundo
sucumbiu àquele troço resplandecente que nos dá informação de tudo. Até as
velhas corocas aparecem na televisão, dizendo que já sabem usar o aplicativo do
Itaú. Crianças de pouco mais de cinco anos de idade já dominam o celular e dele
são escravas. O que vemos, aonde vamos, são pessoas caladas, de cabeças baixas,
ignorando seu entorno, consumidas em atenção exclusiva a esse mundo digital.
Será o fim da interatividade? Teremos também, em breve, o amor virtual?
DSMR, em 26 de fevereiro de 2021.
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