Wiston Churchill, primeiro ministro inglês durante a Segunda Guerra Mundial, ia às ruas de Londres e, como todo e qualquer cidadão daquele país, pegava o metrô londrino, como passageiro. A intenção de Churchill não era propriamente andar de trem, mas, convencer os ingleses de que seria necessário combater as forças nazistas de Adolf Hitler. O primeiro ministro sabia que a submissão pusilânime e criminosa dos franceses, e a fraqueza do primeiro ministro inglês Arthur Neville Chamberlain, que ocupou o cargo entre maio de 1937 e maio de 1940, jamais deveriam servir de orientação para uma Europa que, até então, acreditava na infalibilidade dos nazistas. O exemplo francês, misto de covardia com traição à pátria, jamais seria seguido pelos ingleses. Era esse o pensamento quase religioso do grande Churchill. E a crença nas impossibilidades é o combustível que nutre os grandes homens. Chamberlain foi um fraco. Churchill foi um herói. Com o primeiro a Inglaterra teria sucumbido aos nazistas; com o segundo a mesma Inglaterra sucumbente liderou a maior de todas as reações de que se tem notícia nos conflitos bélicos modernos. O primeiro ministro era um homem simples, afável e de um humor refinadíssimo. Fumava como ninguém e bebia como poucos. Ocorre que nem o fumo, e muito menos a bebida, nada tiveram a ver com o caráter daquele grande estadista (quem se preocupa com a vida particular dos outros são os hipócritas e fariseus). Fato é, portanto, que Churchill acabou por convencer os ingleses falando diretamente com eles, olhando-os nos olhos e prescrutando-lhes as reações do espírito. E isso em longas e calorosas viagens de trem, pelo metrô de Londres. A força dos argumentos de Churchill acabou por contagiar os seus ocasionais amigos viajantes. A dialética de uma inteligência superior, aliada a uma crença que somente a coragem explica, calaram fundo nos corações ingleses. Não ocorreu a utilização de qualquer força estatal ou de qualquer outro meio coativo para que se iniciasse a reação. Foi o argumento da lógica da autopreservação que se impôs contra o demônio alemão, que dizimava a Europa. Um homem forte havia substituído um fraco no comando do governo inglês. E aquilo que antes fora fraqueza passou, repetidamente, a se transformar em reação ao mal. Aqui entre nós há trens e há metrôs. E há também ministros do STF. Como eles estão sempre certos, segundo eles mesmos, que tomem qualquer trem, de qualquer área urbana, e convençam o povo de que suas decisões refletem a realidade das ruas e da vida, e que estejam respaldadas na Constituição que deveriam respeitar. Fica aqui a sugestão. A alma do grande Wiston Churchill agradecerá. As nossas vidas também. E a paz deste país confragrado igualmente poderá ser restabelecida. Basta somente que embarquem no primeiro trem, repleto de brasileiros.
Wellington Marques Lima
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