A Comissão Parlamentar de Inquérito, instalada para apurar
irregularidades, erros e omissões na condução do combate à pandemia do
coronavírus pelo Governo Federal, é uma caixinha de surpresas. Inicialmente, os
senadores que compõem aquela CPI enveredaram pela investigação sobre o
negacionismo do presidente Bolsonaro quanto à gravidade da doença e suas
gestões contrárias ao uso de máscaras e ao isolamento social, além da
recomendação quanto ao uso de medicamentos comprovadamente ineficazes.Depois,
pela omissão quanto à aquisição de vacinas, passando pelo chamado “gabinete
paralelo” que tomava decisões à revelia do Ministério da Saúde.
Com a evolução dos trabalhos, coisas mais graves,
gravíssimas, começaram a vir à tona. O mesmo presidente que se negou a comprar
vacinas da pfizer e a coronavac fabricada na China, passou a desenvolver
empenho extraordinário para a aquisição do imunizante indiano, covaxin. Após
denúncia à CPI, feita pelo irmão do deputado federal, Luís Miranda, de que essa
compra estava eivada de irregularidades, tais como sobrepreço,
favorecimento a terceiros, pagamento adiantado e quantidade elevada, o foco
voltou-se completamente para esse assunto.
Acuado com a lama que já chega no gabinete presidencial,
Bolsonaro, contra-ataca com acusações aos senadores adversários que compõem a
CPI. Ontem, como se estivera tratando com inocentes, o presidente disse em
entrevista: “Se houve prevaricação, foi
de algum servidor público. Isso não se aplica ao presidente”. Ora, o
presidente da República é o servidor público nº 01 do Brasil. E, se ele
[Bolsonaro] admite que houve prevaricação, dá a entender que só não lhe atinge
porque, em sua “inimputabilidade” de presidente da República, não pode
responder por isso, mas que houve, houve. Parece que para Bolsonaro, a merda
virou boné e, quanto mais mexem,mais fede.
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