Às voltas com uma guerra – a mais longa já empreendida até
hoje -, iniciada ainda em 2001, os Estados Unidos da América, num impasse que
atravessou quatro governos, desistiu e retirou suas tropas do Afeganistão. A evasão,
que deveria obedecer a uma ação programada; feita de forma intempestiva, jogou,
mais uma vez, a população daquele sofrido país, nas mãos dos radicalíssimos Talibãs.
Essa experiência, que já havia acontecido quando os russos
(então União Soviética), que invadiram aquele país, se retiraram, em 1989, após
longo período de ocupação, se repete agora, levando o Afeganistão ao completo
caos. O presidente Biden falhou? Não. Falharam todos. Após um investimento de
mais de 1 trilhão de dólares, nada foi resolvido e os afegãos voltam ao estado
de completo autoritarismo e de alta miséria.
Tudo em vão. Agora, o regime radical, baseado numa
interpretação violenta do Alcorão (a bíblia dos muçulmanos), os Talibãs
reimplementarão as rígidas regras religiosas. As mulheres não poderão mais
estudar ou trabalhar, e só poderão sair às ruas acompanhadas e cobertas da
cabeça aos pés. Aqueles que discordarem das regras religiosas estabelecidas
serão amputados ou até executados em praça pública.
Se ao invés de investir em treinamento militar ou no
fornecimento de armamentos, munições e demais equipamentos bélicos, os EUA,
tivessem investido em educação, infraestrutura e saúde, a coisa poderia ter
sido diferente. Agora, enquanto correm todos para sair do Afeganistão – alguns
até despencando de aviões em pleno voo -, os americanos repetem 1975, quando
saíram derrotados, em atabalhoada retirada do Vietnã. A “polícia do mundo”
falhou de novo.
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