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quinta-feira, 28 de outubro de 2021

O “Quilombo do Livramento”

 No topo da montanha da Serra do Livramento, hoje pertencente ao município de São José de Princesa, está o Quilombo do Livramento. Esse aglomerado de afrodescendentes é formado por descendentes de negros escravizados que fugiram dos canaviais da Zona da Mata pernambucana ainda no século XVII. Ali instalados, a uma altitude de 1.135 metros acima do nível do mar, fincaram raízes e, até hoje, 90% dos que formam a comunidade quilombola, são negros e guardam ainda o sangue e os costumes de seus ancestrais.

Durante muitos anos, temerosos de serem descobertos e caçados para um retorno à situação de escravizados, viveram completamente isolados atendo-se à cultura de sua própria sobrevivência. No início, viviam em palhoças por detrás das pedras, depois, construíram casas de pedras com chão batido (daí a origem do coco-de-roda). Ainda hoje, trabalham a terra com cultura de subsistência: milho, feijão, mandioca, cana de açúcar, etc. Somente na década de 1940, foram descobertos pelos frades Carmelitas sediados em Princesa, quando foram batizados e trazidos à fé católica com a garantia de liberdade.

O isolamento foi fundamental para a preservação de sua cultura e tradições. O “coco-de-roda”, uma expressão cultural dançante é, ainda hoje, executada pelos moradores daquele Quilombo. A maior expressão dessa preservação, era a negra, Maria Marçal, que faleceu em 2011 aos 101 anos de idade. Hoje, graças às providências tomadas pela prefeitura de São José de Princesa, as crianças quilombolas estudam em escolas que lhes permitem tomar conhecimento de suas origens e de sua cultura, o que lhes permite uma parcial preservação de seu passado. Vale a pena conhecer o Quilombo do Livramento.




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