Fazendo uma rememoração às eleições governamentais, na
Paraíba, desde a redemocratização dos pleitos em 1982, temos que todas as
disputas tiveram componentes peculiares à época e à ocasião. Em 1982, sob as
bênçãos do governo federal, concorreu o então deputado, Wilson Braga (PDS),
contra o também deputado, Antônio Mariz (PMDB). Sob as bênçãos oficiais, não
deu outra, venceu Braga.
Em 1986, desgastado em seu mandato e sem um candidato
competitivo, Wilson Braga lançou para seu sucessor, o então senador, Marcondes
Gadelha (PFL), que concorreu com o ex-governador, Tarcísio Burity (PMDB),
popularíssimo à época pelo sucesso de seu primeiro mandato como governador
(1979/1982). Venceu Burity. Gadelha foi pro sacrifício porque tinha mais quatro
anos de mandato como senador da República.
Em 1990, desgastadíssimo por sua péssima administração em
segunda edição, o governador, Tarcísio Burity, apresentou o então deputado
federal, João Agripino Neto, somente para constar, pois, concorreria contra o
ex-governador, Wilson Braga, franco favorito. Partiu, porém, em terceira via, o
então deputado, Ronaldo Cunha Lima, com apenas 4% de preferência nas pesquisas
eleitorais. No decorrer da campanha, Ronaldo ultrapassou Agripino e, num
enfrentamento com Braga no segundo turno, venceu as eleições.
Em 1994, depois de uma excelente administração, o então
governador, Ronaldo Cunha Lima, lançou o então deputado, Antônio Mariz, para
sucedê-lo no Palácio da Redenção. Este, concorreu com a então deputada, Lúcia
Braga, esposa do ex-governador Wilson Braga. A eleição que parecia acirrada,
logo demonstrou que Mariz era o favorito, e este, venceu a eleição num folgado
segundo turno.
Em 1998, era governador o senhor José Targino Maranhão, que
havia assumido, em setembro de 1995, na qualidade de vice-governador, com a
morte do titular Antônio Mariz. Candidato à reeleição, Maranhão não tinha
concorrentes de peso e foi reeleito já no primeiro turno quando obteve ampla
maioria sobre o segundo colocado, Gilvan Freire, que foi candidato só para
constar.
Em 2002, já se apresentava, desde cedo, o então deputado
federal, Cássio Cunha Lima, como favorito ao governo do Estado. Sem político
algum que se dispusesse a enfrentá-lo, o governador José Maranhão
disponibilizou seu vice-governador, Roberto Paulino, que assumia o governo
naquele momento, para ser o candidato à reeleição. Cássio ganhou com folga e
consagrou-se governador da Paraíba.
Em 2006, Cunha Lima se candidatou à reeleição. Desta feita, a
disputa se apresentou mais acirrada, pois, concorreu, Cássio, com o ex-governador,
José Maranhão. Tudo faria crer que a disputa era imprevisível pendendo mais
para Maranhão. Mesmo desgastado pela primeira administração, Cássio Cunha Lima
recuperou-se perante o povo e foi reeleito num segundo turno apertadíssimo.
Em 2010, aconteceu o inusitado. Nas graças do povo, depois de
uma profícua administração à frente da prefeitura de João Pessoa, o então
prefeito da Capital, Ricardo Coutinho, candidatou-se ao governo do Estado. Zé
Maranhão, então governador após assumir pela cassação de Cássio Cunha Lima,
colocou seu nome como candidato à reeleição. Desafeto deste - por motivos
óbvios -, o governador Cássio Cunha Lima emprestou apoio a Coutinho e derrotou
Maranhão que, mesmo vencendo o primeiro turno, perdeu no segundo.
Em 2014, já separados, o então governador Ricardo Coutinho,
candidato à reeleição, teve como seu principal adversário o ex-aliado e
ex-governador, Cássio Cunha Lima. A campanha, que se apresentou apertadíssima,
terminou sendo um passeio para Coutinho que venceu num segundo turno. Cássio,
que era senador, nada perdeu, pois, desfrutaria mais quatro anos de mandato no
Congresso Nacional.
Em 2018, o pleito para o Governo do Estado foi sem graça.
Inicialmente, a exemplo de hoje, nem candidato existia para concorrer com quem
o então governador, Ricardo Coutinho, indicasse. Este, indicou seu secretário
de Infraestrutura, João Azevedo que, concorrendo com Lucélio Cartaxo, irmão do
então prefeito de João Pessoa, foi eleito, folgadamente, com a maior maioria já
vista de votos na Paraíba, já no primeiro turno.
Observe-se que, depois dessa longa descrição, constatamos que
todos os governadores da Paraíba, que tiveram mandatos completos e que
concorreram à reeleição, obtiveram êxito eleitoral. O que vemos hoje, na
política paraibana, é algo similar ao que sempre houve, quando nenhum nome da
oposição se credencia para uma competitividade importante nas eleições do
próximo. Até o presente momento, quem dá as cartas é o governador João Azevedo
e, a oposição, apática, patina, tanto nas pesquisas, quanto na busca de um
candidato.
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