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quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Eleições para o governo da Paraíba sempre tiveram um moto próprio e, as próximas, não serão diferentes

Fazendo uma rememoração às eleições governamentais, na Paraíba, desde a redemocratização dos pleitos em 1982, temos que todas as disputas tiveram componentes peculiares à época e à ocasião. Em 1982, sob as bênçãos do governo federal, concorreu o então deputado, Wilson Braga (PDS), contra o também deputado, Antônio Mariz (PMDB). Sob as bênçãos oficiais, não deu outra, venceu Braga.

Em 1986, desgastado em seu mandato e sem um candidato competitivo, Wilson Braga lançou para seu sucessor, o então senador, Marcondes Gadelha (PFL), que concorreu com o ex-governador, Tarcísio Burity (PMDB), popularíssimo à época pelo sucesso de seu primeiro mandato como governador (1979/1982). Venceu Burity. Gadelha foi pro sacrifício porque tinha mais quatro anos de mandato como senador da República.

Em 1990, desgastadíssimo por sua péssima administração em segunda edição, o governador, Tarcísio Burity, apresentou o então deputado federal, João Agripino Neto, somente para constar, pois, concorreria contra o ex-governador, Wilson Braga, franco favorito. Partiu, porém, em terceira via, o então deputado, Ronaldo Cunha Lima, com apenas 4% de preferência nas pesquisas eleitorais. No decorrer da campanha, Ronaldo ultrapassou Agripino e, num enfrentamento com Braga no segundo turno, venceu as eleições.

Em 1994, depois de uma excelente administração, o então governador, Ronaldo Cunha Lima, lançou o então deputado, Antônio Mariz, para sucedê-lo no Palácio da Redenção. Este, concorreu com a então deputada, Lúcia Braga, esposa do ex-governador Wilson Braga. A eleição que parecia acirrada, logo demonstrou que Mariz era o favorito, e este, venceu a eleição num folgado segundo turno.

Em 1998, era governador o senhor José Targino Maranhão, que havia assumido, em setembro de 1995, na qualidade de vice-governador, com a morte do titular Antônio Mariz. Candidato à reeleição, Maranhão não tinha concorrentes de peso e foi reeleito já no primeiro turno quando obteve ampla maioria sobre o segundo colocado, Gilvan Freire, que foi candidato só para constar.

Em 2002, já se apresentava, desde cedo, o então deputado federal, Cássio Cunha Lima, como favorito ao governo do Estado. Sem político algum que se dispusesse a enfrentá-lo, o governador José Maranhão disponibilizou seu vice-governador, Roberto Paulino, que assumia o governo naquele momento, para ser o candidato à reeleição. Cássio ganhou com folga e consagrou-se governador da Paraíba.

Em 2006, Cunha Lima se candidatou à reeleição. Desta feita, a disputa se apresentou mais acirrada, pois, concorreu, Cássio, com o ex-governador, José Maranhão. Tudo faria crer que a disputa era imprevisível pendendo mais para Maranhão. Mesmo desgastado pela primeira administração, Cássio Cunha Lima recuperou-se perante o povo e foi reeleito num segundo turno apertadíssimo.

Em 2010, aconteceu o inusitado. Nas graças do povo, depois de uma profícua administração à frente da prefeitura de João Pessoa, o então prefeito da Capital, Ricardo Coutinho, candidatou-se ao governo do Estado. Zé Maranhão, então governador após assumir pela cassação de Cássio Cunha Lima, colocou seu nome como candidato à reeleição. Desafeto deste - por motivos óbvios -, o governador Cássio Cunha Lima emprestou apoio a Coutinho e derrotou Maranhão que, mesmo vencendo o primeiro turno, perdeu no segundo.

Em 2014, já separados, o então governador Ricardo Coutinho, candidato à reeleição, teve como seu principal adversário o ex-aliado e ex-governador, Cássio Cunha Lima. A campanha, que se apresentou apertadíssima, terminou sendo um passeio para Coutinho que venceu num segundo turno. Cássio, que era senador, nada perdeu, pois, desfrutaria mais quatro anos de mandato no Congresso Nacional.

Em 2018, o pleito para o Governo do Estado foi sem graça. Inicialmente, a exemplo de hoje, nem candidato existia para concorrer com quem o então governador, Ricardo Coutinho, indicasse. Este, indicou seu secretário de Infraestrutura, João Azevedo que, concorrendo com Lucélio Cartaxo, irmão do então prefeito de João Pessoa, foi eleito, folgadamente, com a maior maioria já vista de votos na Paraíba, já no primeiro turno.

Observe-se que, depois dessa longa descrição, constatamos que todos os governadores da Paraíba, que tiveram mandatos completos e que concorreram à reeleição, obtiveram êxito eleitoral. O que vemos hoje, na política paraibana, é algo similar ao que sempre houve, quando nenhum nome da oposição se credencia para uma competitividade importante nas eleições do próximo. Até o presente momento, quem dá as cartas é o governador João Azevedo e, a oposição, apática, patina, tanto nas pesquisas, quanto na busca de um candidato.




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