O autoproclamado filósofo, Olavo de Carvalho, que também era
o principal mentor político do presidente Jair Bolsonaro, morreu ontem nos
Estados Unidos. Ultraconservador e representante da extrema-direita, Carvalho,
tido como o guru do presidente era um dos principais representantes do
reacionarismo brasileiro. Defendia que a pandemia do coronavírus era uma
invenção dos poderosos do mundo para escravizar o povo; negava a eficácia das
vacinas contra a covid-19 e afirmava, de forma peremptória, que as mortes
ocorridas por causa da pandemia (a que chamava de gripe), foram provocadas por
causas naturais.
Além desse negacionismo quanto à pandemia do coronavírus,
Olavo de Carvalho defendia também o desmonte do modelo vigente de Educação no
Brasil. Sob a alegação de que as Universidades brasileiras tinham formação
marxistas (viés ideológico que abominava), tinha como meta a intervenção e o
fim do funcionamento democrático dessas instituições. Defendia também a
militarização da administração e o fim da política de preservação do Meio
Ambiente. Era um reacionário amparado em conceitos cristãos, avesso à
democracia e com pendores ditatoriais.
Radicalíssimo no pensar, impôs ao presidente Jair Bolsonaro a
nomeação de três de seus ministros; dois para a pasta da Educação: Ricardo
Vélez e Abraham Weintraub e outro para as Relações Exteriores: Ernesto Azevedo.
Todos três – reacionários de carteirinha - foram demitidos por incompetência e
hoje, são críticos do governo Bolsonaro. Olavo de Carvalho, que se recusou a
tomar a vacina, foi diagnosticado com covid-19 no último dia 15 e faleceu
ontem. Segundo uma de suas filhas, Heloísa de Carvalho, a causa de sua morte
foi covid-19. Ou seja, o conselheiro do presidente foi vítima de seu próprio
negacionismo. Pelo menos esse foi coerente, diferente de muitos que seguem o
presidente e se vacinam às escondidas.
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