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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Morreu o guru de Jair Bolsonaro

O autoproclamado filósofo, Olavo de Carvalho, que também era o principal mentor político do presidente Jair Bolsonaro, morreu ontem nos Estados Unidos. Ultraconservador e representante da extrema-direita, Carvalho, tido como o guru do presidente era um dos principais representantes do reacionarismo brasileiro. Defendia que a pandemia do coronavírus era uma invenção dos poderosos do mundo para escravizar o povo; negava a eficácia das vacinas contra a covid-19 e afirmava, de forma peremptória, que as mortes ocorridas por causa da pandemia (a que chamava de gripe), foram provocadas por causas naturais.

Além desse negacionismo quanto à pandemia do coronavírus, Olavo de Carvalho defendia também o desmonte do modelo vigente de Educação no Brasil. Sob a alegação de que as Universidades brasileiras tinham formação marxistas (viés ideológico que abominava), tinha como meta a intervenção e o fim do funcionamento democrático dessas instituições. Defendia também a militarização da administração e o fim da política de preservação do Meio Ambiente. Era um reacionário amparado em conceitos cristãos, avesso à democracia e com pendores ditatoriais.

Radicalíssimo no pensar, impôs ao presidente Jair Bolsonaro a nomeação de três de seus ministros; dois para a pasta da Educação: Ricardo Vélez e Abraham Weintraub e outro para as Relações Exteriores: Ernesto Azevedo. Todos três – reacionários de carteirinha - foram demitidos por incompetência e hoje, são críticos do governo Bolsonaro. Olavo de Carvalho, que se recusou a tomar a vacina, foi diagnosticado com covid-19 no último dia 15 e faleceu ontem. Segundo uma de suas filhas, Heloísa de Carvalho, a causa de sua morte foi covid-19. Ou seja, o conselheiro do presidente foi vítima de seu próprio negacionismo. Pelo menos esse foi coerente, diferente de muitos que seguem o presidente e se vacinam às escondidas.





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