A Paraíba “Pequenina e forte” (nas palavras do tribuno
princesense, Alcides Carneiro), sempre foi pródiga em fornecer grandes homens
para a política nacional. Demos um presidente da República, Epitácio Pessoa, e
um membro de um triunvirato que governou o Brasil por alguns dias, o general
Lyra Tavares. Além disso, a Paraíba contribuiu com alguns Ministros de Estado
da maior relevância: José Américo de Almeida, ministro de Viação e Obras
Públicas; João Agripino Filho, ministro de Minas e Energia; Aberlado Jurema,
ministro da Justiça e o próprio Epitácio Pessoa que foi também ministro da
Justiça.
Hoje, temos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, o
paraibano Marcelo Queiroga ocupando a pasta da Saúde. A notícia de sua nomeação
foi alvissareira, porém sua performance tem sido decepcionante. Queiroga, que é
um médico conceituado, de carreira brilhante e adepto da ciência agora, apegado
ao cargo, tem-se submetido ao negacionismo de Jair Bolsonaro quando se comporta
como um fantoche nas mãos do presidente. Com relação à vacinação das crianças
de 5 a 11 anos, inicialmente, dificultou sua execução. Agora, constatando ser a
imunização uma realidade, discursa favorável a ela.
Difícil de entender? Não. Na verdade, o ministro Queiroga
está sempre com um olho no gato e outro no peixe. No começo, logo que a Anvisa
aprovou a vacinação infantil, o paraibano postou-se contrário para agradar ao
chefe. Agora, diante do fato consumado e com os dois olhos mirando as eleições
de outubro próximo - ocasião em que pensa disputar uma cadeira à Câmara Federal
-, Queiroga recomenda a todos para se vacinarem tentando capitalizar o sucesso
da imunização infantil. Às vésperas das eleições, o equilibrismo do ministro se
dá, não porque não acredite na vacina, mas sim, porque precisa bajular o chefe
e, ao mesmo tempo, viabilizar sua pretensa assunção ao cargo de deputado
federal.
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