Pelo título, muitos podem pensar que se trata do Big Brother
Brasil. Mas, não. Trata-se das bancadas temáticas que existem no nosso
Congresso Nacional. Na Câmara dos Deputados, existem blocos de parlamentares
que defendem interesses específicos de alguns segmentos da sociedade, usando
esse conglomerado de mandatos para fazer lobby
em prol de seus interesses políticos, financeiros, sociais, inclusive da
liberação de armas, o que tem a reprovação de 70% da população brasileira.
BBB é uma sigla usada para definir as bancadas: da Bíblia, do
Boi e da Bala. A bancada da Bíblia, formada por evangélicos, se reúne em um
bloco de parlamentares, os que professam a fé cristã, para defenderem uma pauta
de costumes que abomina a descriminalização do aborto, a ideologia de gênero,
dentre outras coisas. A bancada do Boi, defende os interesses do agronegócio e
dos latifundiários. Já bancada da Bala, dá sustentação à política governamental
de disseminação, indiscriminada, do porte legal de armas.
O interessante é que, às vezes, as pautas se confundem num
entrelaçamento esquisito. Pelo fato de que todos os três segmentos se abrigam
sob o guarda-chuva do chamado “centrão”, sem escrúpulos, os que se dizem
evangélicos defendem também a liberalização de armas e, estes, se fazem
conservadores quanto à pauta de costumes defendida pela bancada da Bíblia. A
bancada do agronegócio, se confunde com as duas, quando defende também aqueles
dois segmentos e tudo o que for do interesse do governo.
A reunião de interesses comuns, nos parlamentos do mundo
todo, é algo por demais normal e salutar no âmbito da democracia. No entanto,
esse entrelaçamento de interesses, quando religiosos se confundem com grileiros
que promovem o agronegócio predador e se compõem também com os que defendem a
liberação indiscriminada das armas, faz-se por demais hipócrita o que,
certamente, não deve deixar o Inspirador da Bíblia muito satisfeito. É a lógica
da política: vale tudo, contanto que os interesse de alguns se sobrepujem sobre
os da maioria. Graças a Deus, para eles, Ele deixou de punir os que usam seu
nome em vão.
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