PEDRO RAIMUNDO DE SOUZA, mais conhecido como “Pedro
Fogueteiro”, princesense, nascido em 29 de junho de 1928. Filho de Francisco
Raimundo de Souza e de dona Ermelinda Maria da Conceição. Foi casado em
primeiras núpcias com Carmelita Maria da Conceição, com quem teve uma filha
chamada Maria de Lourdes (esta, esteve sempre ao seu lado na promoção de sua
arte e de seus eventos festivos). Viúvo contraiu casamento com Maria Pereira de
Sousa, se tornando, com esta, pai de outros quatro filhos. Seu pai, desde cedo,
aprendeu a arte de fabricar fogos, passando esse ofício para todos os filhos
homens. Porém, somente Pedro tornou-se exímio artista da pirotecnia, uma vez
que sempre demonstrou criatividade e talento nessa atividade, que se tornou sua
profissão. Fabricava tudo com muita facilidade, muitas vezes inventando novas
técnicas que resultavam também em novas criações. Perito no fazimento de fogos
passou a comercializá-los, tanto em Princesa quanto nas cidades vizinhas.
PEDRO FOGUETEIRO RECEBENDO HOMENAGEM
NA CÂMARA MUNICIPAL DE PRINCESA
A festa de São Pedro
Logo cedo, tanto para comemorar o dia do santo que lhe deu o
nome – que era também o seu aniversário - como para divulgar o seu trabalho, Pedro
começou a promover uma peculiar comemoração do dia de São Pedro (29 de junho)
que, com o tempo, se transformou na maior festa folclórica e popular de
Princesa. Esse evento festivo, que era composto de uma novena que culminava com
comemorações - tanto religiosas quanto profanas -, no dia 29 do mês de junho,
chamava a atenção de todos os recantos do município e das cidades adjacentes. Os
agricultores que moravam na Zona Rural de Princesa, se preparavam, em sua
maioria, o ano todo para virem participar da “Festa de Pedro Fogueteiro”. Muitos
tinham essa festa como o principal evento do ano (mais importante até do que as
festas de final de ano), e trabalhavam o ano todo para comprar roupas novas e
indumentárias outras para se apresentarem “lordes” na famosa “Festa de Pedro
Fogueteiro”.
O evento ocorria, ao ar livre, na que é hoje a Praça do
Cancão (Marçal Lima Neto). Pode-se dizer que era esta uma das maiores festas da
cidade. Nesse evento, além da novena em homenagem ao Santo, aconteciam várias
apresentações dos trabalhos pirotécnicos de Pedro Fogueteiro: as rodas de fogo
com os “neguinhos” pilando fubá; fogos de lágrimas; balões; girândolas; etc.
Tudo isso, animado pelo cabaçal formado pelos pifeiros (banda de pífanos) do
Povoado pernambucano de Jericó. Após essas apresentações acontecia a festa
dançante que começava às dez horas da noite, indo até o dia amanhecer. Essa
tradição, com o advento das promoções gratuitas de festas dançantes. oferecidas
pelas prefeituras de cidades vizinhas - o que ocorre na mesma data -, diminuiu o
afluxo de pessoas, fazendo a festa de Pedro perder também maior consistência ou
importância.
Mesmo assim, a festa, hoje comandada por sua filha mais
velha, conhecida por todos como “Lourdes de Pedro Fogueteiro”, continua
acontecendo, de forma mais modesta, porém mantendo uma tradição que já faz
parte do calendário folclórico e cultural de Princesa. Antes de morrer, Pedro
Fogueteiro pediu aos filhos que não deixassem essa tradição se acabar, no que
foi atendido, para o bem da cultura da nossa Terra.
O artista princesense aqui biografado, em que pese ser
oriundo de família pobre e simples, destacou-se na sociedade de sua terra,
tanto pela sua arte, mas também pela sua humildade e simplicidade o que lhe
concedeu a felicidade de, em sua longa existência, colecionar vários amigos e
admiradores. Fogueteiro faleceu em 20 de agosto de 2013 deixando, além de
grande falta junto aos seus, sua marca indelével na cultura e no folclore de
Princesa. Por tudo o que representou para as artes desta terra, está, Pedro
Raimundo de Souza, merecedor desta homenagem e figurar no rol dos princesenses
ilustres.
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