Desde que foi eleito, em março de 2013, o Papa Francisco, já sinalizou mudanças de ventos no Vaticano, tanto com relação às mulheres quanto aos homossexuais. Em declarações da época, o Pontífice Máximo da Igreja Católica afirmou: "A Igreja não pode ser ela mesma sem as mulheres" e, "Falta à Igreja uma profunda teologia da mulher" Com relação aos homossexuais, além de ser simpático à união de pessoas do mesmo sexo, respondendo a uma pergunta de um jornalista durante um voo, sobre se aqueles teriam aceitação em sua Igreja, Francisco respondeu: "Eles também são filhos de Deus".
Na última quarta-feira (13), Francisco pôs em prática o que prometera no início de seu pontificado. Nomeou três mulheres como conselheiras de um dos mais importantes Dicastérios da Santa Sé, a instância que analisa sobre a escolha de novos bispos; para tanto, escolheu duas freiras e uma leiga. Como na Igreja Católica as coisas acontecem muito devagar, passaram-se quase dez anos, desde as declarações de Francisco, em favor das mulheres, para que elas fossem admitidas à administração da Cúria Romana.
Na verdade, a Igreja Católica, uma das poucas nações absolutistas do mundo, já foi um dia governada por uma mulher: a papisa Joana. Isso aconteceu entre 855 e 857, no primeiro milênio da Era Cristã. Até hoje, a Igreja nega esse fato. No entanto, evidências históricas dão conta dessa verdade que, mesmo negando, a Igreja de Roma se trai quando, de forma velada, passou a ter mais cuidado com a eleição de seus pontífices. A partir de Joana, o Vaticano estabeleceu regra rigorosa para evitar a eleição de outra papisa.
Em abril de 858, o papa Nicolau I, o Magno, estabeleceu a adoção da famosa "Cadeira Angulada". Esse instrumento - uma cadeira com o assento vazado -, passou a ser utilizado, logo após à eleição de um papa, para verificar - através da apalpação da genitália do eleito, feita pelo cardeal decano -, se o pontífice escolhido era mesmo do sexo masculino. Isso perdurou até a Idade Média, quando foi abolida essa ridicula prática. Nos tempos de hoje, sob o sopro desses novos ventos no Vaticano, não nos surpreendamos se, em breve, seja permitida a ordenação de mulheres e tenhamos, em futuro próximo, uma papisa de verdade.
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