Para um deles (o da extrema direita), aconteceu em março
deste ano de 2022 e, para o outro (o da esquerda socialista), ocorreu na última
terça-feira (19). No início deste ano, o presidente Jair Bolsonaro foi
agraciado, pelo Ministério da Justiça, com a Medalha do Mérito Indigenista,
concedida por obra e graça de seu ministro Anderson Torres. Já o ex-governador
da Paraíba, Ricardo Coutinho, foi laureado com a Medalha Comemorativa dos 80
Anos do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Na entrega da comenda a Jair Bolsonaro, o ministro da
Justiça, Anderson Torres disse: “É um reconhecimento pelos relevantes serviços
relacionados à defesa das comunidades indígenas”. Uma falácia e um desplante
constrangedor. Bolsonaro, além de atacar, frequentemente, questões relacionadas
ao povo indígena, é contra o “Marco Temporal”, que trata das demarcações de
terras indígenas, além de defender, de forma descontrolada, a exploração
mineral e o desmatamento nas terras da comunidade nativa.
Na solenidade de outorga da Medalha Comemorativa ao ex-governador
Ricardo Coutinho, concedida pelo ministro do TST Emmanoel Pereira, que
(coincidentemente) é o pai do advogado Erick Wilson Pereira que, além de ser
investigado pela compra de voto naquele Tribunal, é um dos causídicos que
defendeu réus da Operação Calvário, Coutinho declarou: “Nesses 30 anos de vida
pública, sempre lutei para garantir mais empregos e mais dignidade para os
paraibanos”.
Nesta semana, o deputado estadual, cabo Gilberto, líder da bancada
de oposição na Assembleia Legislativa da Paraíba e bolsonarista roxo, criticou
a concessão da Medalha ao ex-governador: “Isso é um escárnio, um tapa na cara
do povo paraibano. Estou perplexo em ver o TST entregar uma medalha a um
ex-governador acusado de corrupção e lavagem de dinheiro”. Quanto à láurea
concedida ao presidente Jair Bolsonaro – a quem ele apoia -, Gilberto emudeceu,
mas, Coutinho, falou.
No início deste ano (16/03/22), quando da entrega da honraria
ao presidente da República, o ex-governador apresentou protestos quanto à
outorga de tão importante comenda a quem não respeita a causa indígena. É
risível e, ao mesmo tempo, ridículo. Ambos os comendadores, ora agraciados,
desonram a honraria: o “mito”, comandante de um governo comprovadamente
corrupto e chefe da família da “rachadinha”, concedeu também, à sua esposa,
Michele Bolsonaro, a Medalha do Mérito Oswaldo Cruz e, o outro, o Coutinho, até
um dia desses, andava mancando pelo o peso de uma tornozeleira. Peitos
ilustrados, peitos lavados e, o povo, desmoralizado. Isso é Brasil.
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