MARÇAL LIMA NETO nasceu em Princesa, em 15 de
novembro de 1918. Era filho de Clementino Florentino Lima e de dona Carolina
Rosa de Lima. Casou-se com dona Nancy Marques Lima com quem teve os filhos:
Wilma; Paulo Veronese; Wellington e Marçal. Estudou as primeiras letras na
escola do professor Adriano Feitosa Cavalcanti e concluiu o curso primário no
Grupo Escolar “Gama e Melo”. Foi esta a formação educacional de Marçal. Porém,
autodidata e amante da leitura, aprimorou-se adquirindo instrução bastante para
exercer cargos relevantes como o de Tabelião do Cartório do 2º Ofício de
Registros e Notas de Princesa. Além dessa atividade, funcionou também como
rábula e juiz substituto.
Articulador político
Além de todas as outras atividades, foi na política de
bastidores que o inteligente notário destacou-se. Parente próximo,
correligionário e amigo incondicional de Nominando Muniz Diniz (“seu” Mano), de
quem era sobrinho-neto, adentrou no campo da política como um dos principais
articuladores do partido nominandista.
Esteve sempre ao lado de doutor Antônio Nominando Diniz e foi um de seus
principais assessores quando este foi prefeito de Princesa. Marçal era tão
próximo de Antônio Nominando que, não fora um trágico acidente de percurso,
teria sido seu sucessor como prefeito de Princesa. Senão, vejamos nesse excerto
do livro de minha autoria: “Princesa –
História e Voto” – Mídia Editora – 2019 – João Pessoa/PB – pp. 226 e 267:
“(...) O grupo “Diniz”, conforme informações colhidas tinha já sua preferência
centrada, desde 1968, no nome do senhor Marçal Lima Neto para a sucessão
municipal de 1972. Era nome consensual dentro da agremiação partidária, pois,
homem capacitado, leal, articulado, honesto e sem nenhuma rejeição interna -
tinha bom trânsito junto aos adversários uma vez que se dava bem com todos e,
dentro do partido, desfrutava da total confiança, tanto de Maria Aurora como
das demais lideranças e, principalmente, do prefeito Antônio Nominando, de quem
era muito amigo. Marçal Lima era tão hábil em suas atitudes sociais que, quando
promovia saraus em sua residência - oportunidade em que sua esposa, dona Nancy
Marques Lima, exercitava seu dom de cantora -, convidava até adversários
políticos. Estava tudo redondo até o dia
06 de janeiro daquele ano de 1972 quando, um infarto fulminante, ceifou a vida
do homem que propugnava os interesses do partido e que, em eventual
“pacificação” política, uniria os dois grupos antagônicos, uma vez ser o mesmo,
completamente digerível, tanto pelo grupo “Pereira” quanto pelo seu próprio
grupo político. Tinha Nominando a certeza de que sendo Marçal o nome escolhido,
nenhuma dissensão ocorreria no seio de sua agremiação partidária. Diante do
trágico imprevisto e, órfãos do consensual Marçal Lima, partiram os dois lados,
em busca do nome que melhor acondicionasse os interesses de ambos os lados,
mesmo porque, naquele momento, reinava uma trégua surda, como se já não
existissem mais diferenças substanciais entre os dois tradicionais grupos da
política princesense.”.
“SEU” MARÇAL ACOMPANHADO DOS FILHOS
WELLINGTON, MARÇALZINHO E SUA ESPOSA NANCY
Na qualidade de titular do Cartório do 2º Ofício, Marçal,
manteve grandes amizades com muitos dos juízes que serviram na Comarca de
Princesa. Com isso, exercia muita influência nas coisas do judiciário, tanto nas
áreas cíveis e criminais, quanto na eleitoral. Nas apurações dos votos das
eleições realizadas no município, o Notário, quando não funcionava como
coordenador, estava no comando da delegação nominandista
fiscalizando a computação dos sufrágios. Enfim, o nosso biografado era um
cidadão presente em quase todos os eventos sociais, políticos, esportivos e até
religiosos que aconteciam na cidade.
O desportista
Marçal Lima não se ateve apenas às atividades notariais e
políticas. Foi também um grande incentivador do esporte princesense. Em 1970,
quando o então prefeito Antônio Nominando conseguiu a filiação das equipes de
futebol de Princesa à Liga Desportiva Estadual, Marçal acolitou sob sua
responsabilidade o time de futebol “Central Esporte Clube”, fazendo dessa equipe,
a melhor de Princesa e proporcionando a conquista de vários títulos, inclusive
em cidades do vizinho estado de Pernambuco, a exemplo de Afogados da Ingazeira,
Serra Talhada, Triunfo, dentre outras. O Tabelião cuidava do “Central” como se
fora seu. Instalou a equipe em uma garagem vizinha à sua residência, suprindo a
todos de tudo o que necessitavam inclusive alimentação e indumentárias, no mais
das vezes, gastando seu próprio dinheiro inclusive, com o pagamento dos
salários dos jogadores que trazia de fora para reforçar a equipe de sua
preferência.
Por ocasião da realização de jogos importantes, Marçal, promovia
desfiles alegóricos pelas principais ruas da cidade. Além disso, contratava
jogadores de fora para reforçar o escrete, a exemplo de Reinaldo e do craque
conhecido como “Alagoano” e dava total apoio ao grande jogador princesense,
“Cotôco”. Enquanto Marçal Lima esteve vivo, o “Central” brilhou nos gramados
princesenses e em outros campos, sempre na condição de campeão. Com a prematura
morte do notário, não só o “Central”, mas o futebol de Princesa entrou em
franca decadência. Privados da presença desse ilustre cidadão perdeu Princesa,
tanto na política quanto no esporte e nas promoções sociais. Pelo grande
desprendimento de servir à sua Terra sem interesses pessoais e por haver sido
um cidadão conceituado e pai de família exemplar está, o nosso biografado, a
merecer figurar na galeria dos ilustres filhos de Princesa. Marçal Lima Neto,
que nasceu no Dia da República morreu, precocemente, de infarto do miocárdio,
aos 53 anos de idade, no Dia de Reis, em 06 de janeiro de 1972.
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