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segunda-feira, 18 de julho de 2022

MARÇAL LIMA NETO

MARÇAL LIMA NETO nasceu em Princesa, em 15 de novembro de 1918. Era filho de Clementino Florentino Lima e de dona Carolina Rosa de Lima. Casou-se com dona Nancy Marques Lima com quem teve os filhos: Wilma; Paulo Veronese; Wellington e Marçal. Estudou as primeiras letras na escola do professor Adriano Feitosa Cavalcanti e concluiu o curso primário no Grupo Escolar “Gama e Melo”. Foi esta a formação educacional de Marçal. Porém, autodidata e amante da leitura, aprimorou-se adquirindo instrução bastante para exercer cargos relevantes como o de Tabelião do Cartório do 2º Ofício de Registros e Notas de Princesa. Além dessa atividade, funcionou também como rábula e juiz substituto.

Articulador político

Além de todas as outras atividades, foi na política de bastidores que o inteligente notário destacou-se. Parente próximo, correligionário e amigo incondicional de Nominando Muniz Diniz (“seu” Mano), de quem era sobrinho-neto, adentrou no campo da política como um dos principais articuladores do partido nominandista. Esteve sempre ao lado de doutor Antônio Nominando Diniz e foi um de seus principais assessores quando este foi prefeito de Princesa. Marçal era tão próximo de Antônio Nominando que, não fora um trágico acidente de percurso, teria sido seu sucessor como prefeito de Princesa. Senão, vejamos nesse excerto do livro de minha autoria: “Princesa – História e Voto” – Mídia Editora – 2019 – João Pessoa/PB – pp. 226 e 267:

     “(...) O grupo “Diniz”, conforme informações colhidas tinha já sua preferência centrada, desde 1968, no nome do senhor Marçal Lima Neto para a sucessão municipal de 1972. Era nome consensual dentro da agremiação partidária, pois, homem capacitado, leal, articulado, honesto e sem nenhuma rejeição interna - tinha bom trânsito junto aos adversários uma vez que se dava bem com todos e, dentro do partido, desfrutava da total confiança, tanto de Maria Aurora como das demais lideranças e, principalmente, do prefeito Antônio Nominando, de quem era muito amigo. Marçal Lima era tão hábil em suas atitudes sociais que, quando promovia saraus em sua residência - oportunidade em que sua esposa, dona Nancy Marques Lima, exercitava seu dom de cantora -, convidava até adversários políticos.  Estava tudo redondo até o dia 06 de janeiro daquele ano de 1972 quando, um infarto fulminante, ceifou a vida do homem que propugnava os interesses do partido e que, em eventual “pacificação” política, uniria os dois grupos antagônicos, uma vez ser o mesmo, completamente digerível, tanto pelo grupo “Pereira” quanto pelo seu próprio grupo político. Tinha Nominando a certeza de que sendo Marçal o nome escolhido, nenhuma dissensão ocorreria no seio de sua agremiação partidária. Diante do trágico imprevisto e, órfãos do consensual Marçal Lima, partiram os dois lados, em busca do nome que melhor acondicionasse os interesses de ambos os lados, mesmo porque, naquele momento, reinava uma trégua surda, como se já não existissem mais diferenças substanciais entre os dois tradicionais grupos da política princesense.”.

“SEU” MARÇAL ACOMPANHADO DOS FILHOS WELLINGTON, MARÇALZINHO E SUA ESPOSA NANCY

Na qualidade de titular do Cartório do 2º Ofício, Marçal, manteve grandes amizades com muitos dos juízes que serviram na Comarca de Princesa. Com isso, exercia muita influência nas coisas do judiciário, tanto nas áreas cíveis e criminais, quanto na eleitoral. Nas apurações dos votos das eleições realizadas no município, o Notário, quando não funcionava como coordenador, estava no comando da delegação nominandista fiscalizando a computação dos sufrágios. Enfim, o nosso biografado era um cidadão presente em quase todos os eventos sociais, políticos, esportivos e até religiosos que aconteciam na cidade.

O desportista

Marçal Lima não se ateve apenas às atividades notariais e políticas. Foi também um grande incentivador do esporte princesense. Em 1970, quando o então prefeito Antônio Nominando conseguiu a filiação das equipes de futebol de Princesa à Liga Desportiva Estadual, Marçal acolitou sob sua responsabilidade o time de futebol “Central Esporte Clube”, fazendo dessa equipe, a melhor de Princesa e proporcionando a conquista de vários títulos, inclusive em cidades do vizinho estado de Pernambuco, a exemplo de Afogados da Ingazeira, Serra Talhada, Triunfo, dentre outras. O Tabelião cuidava do “Central” como se fora seu. Instalou a equipe em uma garagem vizinha à sua residência, suprindo a todos de tudo o que necessitavam inclusive alimentação e indumentárias, no mais das vezes, gastando seu próprio dinheiro inclusive, com o pagamento dos salários dos jogadores que trazia de fora para reforçar a equipe de sua preferência.

Por ocasião da realização de jogos importantes, Marçal, promovia desfiles alegóricos pelas principais ruas da cidade. Além disso, contratava jogadores de fora para reforçar o escrete, a exemplo de Reinaldo e do craque conhecido como “Alagoano” e dava total apoio ao grande jogador princesense, “Cotôco”. Enquanto Marçal Lima esteve vivo, o “Central” brilhou nos gramados princesenses e em outros campos, sempre na condição de campeão. Com a prematura morte do notário, não só o “Central”, mas o futebol de Princesa entrou em franca decadência. Privados da presença desse ilustre cidadão perdeu Princesa, tanto na política quanto no esporte e nas promoções sociais. Pelo grande desprendimento de servir à sua Terra sem interesses pessoais e por haver sido um cidadão conceituado e pai de família exemplar está, o nosso biografado, a merecer figurar na galeria dos ilustres filhos de Princesa. Marçal Lima Neto, que nasceu no Dia da República morreu, precocemente, de infarto do miocárdio, aos 53 anos de idade, no Dia de Reis, em 06 de janeiro de 1972.



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