ODE

terça-feira, 19 de julho de 2022

O credo do presidente

Fruto da derrocada de seu (des) governo, e por isso, em face da quase certa derrota eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro, em sua medíocre maluquice, insiste em desmerecer e em fazer a todos acreditarem que as urnas eletrônicas são fraudulentas. Em sua toada, de que o nosso sistema eleitoral não é confiável, o presidente extrapolou, ontem (18), quando reuniu parte dos embaixadores aqui credenciados para, num discurso de 50 minutos, exercitar seu negacionismo eleitoral.

Em seu credo de que, a urnas eletrônicas, estão a serviço dos que não querem a sua reeleição, o chefe do Poder Executivo, em frustrada resignação pela iminente derrota, criticou os ministros do STF: Barroso, Fachin e Moraes, imputando aos mesmos, facciosismo político com o intuito de impedir, de forma deliberada, sua reeleição ao cargo que ocupa. Além do ridículo, esse pronunciamento do chefe da Nação, causou enorme constrangimento a todos.

 O sistema eleitoral brasileiro - que já funciona há 26 anos e que patrocinou 12 eleições sem que houvesse quaisquer indícios de fraudes -, é conhecido em todo o mundo e adotado por vários países. Os embaixadores estrangeiros que emprestaram seus ouvidos para escutar as baboseiras proferidas por Jair Bolsonaro, ficaram constrangidos com tal comportamento, o que não se coaduna com a liturgia do cargo de quem ocupa uma posição tão destacada, como a de presidente da República de um importante país como o Brasil.   

Ademais, esse tipo de comportamento, adotado pelo “mito”, depõe contra, não somente à credibilidade do sistema eleitoral brasileiro, como também à legitimidade de seu próprio cargo, uma vez haver sido, Bolsonaro, eleito em 2018, pelo mesmo sistema que ora critica. A fala do presidente provocou reações negativas, tanto no Tribunal Superior Eleitoral, quanto no Congresso Nacional. No primeiro por motivos óbvios e, no segundo, pela ameaça velada em descredenciar instrumentos eleitorais em que todos acreditam e confiam.

Deputados e senadores de vários partidos, temerosos de que prospere esse “negacionismo eleitoral”, se manifestaram contrários a essa posição do presidente da República, uma vez detectarem aí uma tentativa de golpe contra a essência da Democracia, que são as eleições livres. Já é voz corrente no meio político a intenção do exercício do voto útil, para que esse desvairado presidente seja derrotado já no primeiro turno, o que desestimularia a anulação das eleições, o que prejudicaria a todos.

Esse insistente credo do presidente Jair Bolsonaro não encontra guarida nos meios políticos nacionais. Nem os seus principais aliados fazem coro a essa cruzada solitária e ridícula em desmerecer o nosso sistema eleitoral. Inspirado no que aconteceu nos EUA, quando o ex-presidente, Donald Trump, insatisfeito com a derrota, incitou fanáticos a invadir o Capitólio, Jair Bolsonaro, em sua toada solo, de forma preventiva e com discurso de fracassado, já tenta se precaver da iminente derrota. Vade retro satanás!



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