Fruto da derrocada de seu (des) governo, e por isso, em face
da quase certa derrota eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro, em sua medíocre
maluquice, insiste em desmerecer e em fazer a todos acreditarem que as urnas eletrônicas
são fraudulentas. Em sua toada, de que o nosso sistema eleitoral não é
confiável, o presidente extrapolou, ontem (18), quando reuniu parte dos
embaixadores aqui credenciados para, num discurso de 50 minutos, exercitar seu
negacionismo eleitoral.
Em seu credo de que, a urnas eletrônicas, estão a serviço dos
que não querem a sua reeleição, o chefe do Poder Executivo, em frustrada
resignação pela iminente derrota, criticou os ministros do STF: Barroso, Fachin
e Moraes, imputando aos mesmos, facciosismo político com o intuito de impedir,
de forma deliberada, sua reeleição ao cargo que ocupa. Além do ridículo, esse
pronunciamento do chefe da Nação, causou enorme constrangimento a todos.
O sistema eleitoral
brasileiro - que já funciona há 26 anos e que patrocinou 12 eleições sem que
houvesse quaisquer indícios de fraudes -, é conhecido em todo o mundo e adotado
por vários países. Os embaixadores estrangeiros que emprestaram seus ouvidos
para escutar as baboseiras proferidas por Jair Bolsonaro, ficaram constrangidos
com tal comportamento, o que não se coaduna com a liturgia do cargo de quem
ocupa uma posição tão destacada, como a de presidente da República de um
importante país como o Brasil.
Ademais, esse tipo de comportamento, adotado pelo “mito”,
depõe contra, não somente à credibilidade do sistema eleitoral brasileiro, como
também à legitimidade de seu próprio cargo, uma vez haver sido, Bolsonaro,
eleito em 2018, pelo mesmo sistema que ora critica. A fala do presidente
provocou reações negativas, tanto no Tribunal Superior Eleitoral, quanto no
Congresso Nacional. No primeiro por motivos óbvios e, no segundo, pela ameaça
velada em descredenciar instrumentos eleitorais em que todos acreditam e
confiam.
Deputados e senadores de vários partidos, temerosos de que
prospere esse “negacionismo eleitoral”, se manifestaram contrários a essa
posição do presidente da República, uma vez detectarem aí uma tentativa de
golpe contra a essência da Democracia, que são as eleições livres. Já é voz
corrente no meio político a intenção do exercício do voto útil, para que esse
desvairado presidente seja derrotado já no primeiro turno, o que desestimularia
a anulação das eleições, o que prejudicaria a todos.
Esse insistente credo do presidente Jair Bolsonaro não
encontra guarida nos meios políticos nacionais. Nem os seus principais aliados
fazem coro a essa cruzada solitária e ridícula em desmerecer o nosso sistema
eleitoral. Inspirado no que aconteceu nos EUA, quando o ex-presidente, Donald
Trump, insatisfeito com a derrota, incitou fanáticos a invadir o Capitólio,
Jair Bolsonaro, em sua toada solo, de forma preventiva e com discurso de
fracassado, já tenta se precaver da iminente derrota. Vade retro satanás!
Nenhum comentário:
Postar um comentário